Uma gota de passado.

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Passei as minhas mãos em minha nuca, ela estava lavada de suor, então passei em minha costas para ter certeza e minha mão também saiu com muito suor, olhei para o lado, e foi quando me dei conta que estava fugindo de dois homens, eles estavam armados, não sei o que eles queriam comigo, eu só olhava para frente para correr, e agora eu ainda não estava preparada psicológica para ser uma menina de um filme de ação que sempre consegue escapar, eu com certeza não conseguiria escapar, meu peito fazia movimentos rápidos, minha boca estava totalmente seca, e meu coração achei que ia pular da minha garganta, correndo eu achei umas latas de lixo grande, então já quase desmaiada no chão eu cai ali atras delas, resolvi olhar para ver se tinha conseguido despistas os dois homens grandes, mas quando ergui a cabeça, um deles, em torno de 1,95 estava de terno, e apontando uma arma para mim, então soltei um grito e ele atirou, BANG

 Acordei assustada com o barulho de batidas em minha janela, eu levantei com tudo da cama, eu estava ainda assustara, fazia muito tempo que eu não sonhava coisas ruins, fazia tempo que eu não tinha pesadelos e essa noite eu tive. Quando olhei pela janela, não havia nada, acho que foi os galhos da arvore que ficava na frente da janela do meu quarto que tinham batido nela, eu já estava acostumada com isso, então eu não dei muita bola, e resolvi fazer algo que eu não fazia a muito tempo, abri o meu guarda roupa e na ultima gaveta, na gaveta de meias, tinha uma carteira de cigarros, eu olhei para ela, por um momento exilei em abri-la, mas olhei novamente e então tirei um cigarro de dentro, era um Marlboro Red. O meu favorito. Peguei o isqueiro que estava do lado, olhei para o relógio e já eram 3:40 da manhã, antes de ascender o cigarro e dar o meu primeiro trago, fiz outra coisa que fazia tempo que eu não fazia, peguei meu caderno de poemas e então já que eu estava fazendo coisas que eu não fazia a tempo e revendo o passado, ascendi o cigarro, abri a janela, me apoiei nela, em uma mão o meu cigarro e na outra a caneta e apoiado na janela o caderno, dei o meu primeiro trago, soltei a fumaça e comecei a escrever. 

O céu é azul

O ar é transparente 

O mar é azul

A água é transparente 

Dizem que os olhos é a janela da alma

Mas como se seus olhos são azuis? 

Agora me lembrava o motivo pelo qual eu não escrevia fazia séculos, eu não tinha mais a mesma capacidade de antes, quando eu tinha em torno de 16,15 anos, eu conseguia passar a tarde escrevendo e escrevendo e minha imaginação não tinha fim, eu simplesmente conseguia vomitar as palavras no papel, mas então eu acabei conhecendo o Arthur, um garoto qualquer, nos apaixonados, eu escrevia muito sobre ele, mas ai acabou que era tudo só um jogo, então ele foi transferido de escola, seu pai morreu e ele foi morar com a vó na cidade vizinha, e isso foi até melhor para mim, mas eu já tinha superado essa fase e não era nada que eu queria lembrar, alias, eu não queria nem um Bad Boy para lidar, eu já estava me acostumando com minha vida, mas chegou Pedro com sua namorada e tudo na minha cabeça começou a ficar estranho, eu comecei a ficar estranha, eu não estava entendo, ele era só um amigo de infância, meu primeiro amor, nada mais que isso, não tinha motivos para eu ficar com confusa, mas eu tinha que dar um basta em toda essa baboseira, alias, eu não podia voltar ao meu passado de 1/2 anos atras, eu já tinha superado e mudado para melhor, nada podia estragar tudo. Eu queria poder contar tudo que aconteceu e eu acabei fazendo para Pedro, mas do jeito que ele é uma pessoa boa não sei se ele aceitaria tudo aquilo e continuaria sendo meu amigo, eu sei lá, continuaria querendo me ver. Mas não era uma opção eu deixar tudo ir por água a baixo e aquele sonho novamente…

Terminei de tragar meu cigarro, apaguei ele e joguei ele pela janela, olhei para o meu caderno de poemas, apertei ele contra meu peito, encarei ele e ri, balancei a cabeça em sinal negativo e guardei ele junto com o isqueiro e a carteira de Marlboro Red, fui no banheiro, liguei a banheira e enchi ela, queria ficar imersa na água para ver se minha cabeça esfriasse um pouco. O meu banho ficou pronto, fiquei ali deitada durante oras, apenas de olhos fechados, ligue meu iPod, deixei no aleatório, quase estava pegando em um sono quando eu sai da banheira e me sequei e voltei a dormir. Voltei para a cama, que ainda estava quente, não sei como, e meu celular vibrou, era uma mensagem.

Luna, voltei, estava com saudades, te amo, amanhã de manhã estou ai na sua casa para nós sairmos, beijos. 

Quando eu vi quem mandou essa mensagem, eu quase desmaiei, minha pressão baixou, era Mona, uma velha amiga, que esteve fora por uns tempos, ninguém sabe ao menos o motivo, mas ela estava de volta, ela sempre foi uma grande amiga, ela sabia tudo sobre mim, essa era o problema, e agora? agora ela tinha voltado. De onde? eu não sei. Por quanto tempo? Se fosse por uma hora já seria um enorme problema. Com quem? Esse era o maior problema. 

deixe-me fugir.Where stories live. Discover now