Capítulo 9. O acordo

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Eu: E o que queres que eu faça?

Nygel: Que a leves para dentro, quando fores visitar a tua mãe.

Eu: Eu não a visito.

Nygel: Que pena, então nada feito.

Eu: Não, tudo bem, eu posso fazer isso.

Nygel: Ainda bem que nos conseguimos entender. Agora me dá as informações para os documentos.

Ela pegou num papel e numa caneta e olhou par mim à espera de uma resposta.

Eu: Lilee Reyes, Marie Reyes e Francisca Reyes.

Nygel: Datas de nascimento?

Eu: 13 março 2006. 19 dezembro 2008. 3 maio 2012.

Nygel: Espera, isto são crianças.

Eu: Eu sei.

Nygel: Quem são elas?

Eu: Minhas filhas.

Nygel: Não são não, tu roubaste-as?

Eu: Não, eu fugi com elas.

Nygel: Não posso fazer isso.

Eu: Vá lá, Nygel.

Nygel: Entregares droga não é o suficiente.

Eu: Que queres que faça mais?

Nygel: Eu devo uns favores a uma gente importante por aí.

Eu: E?

Nygel: Eles gostam de miúdas como tu...

Eu: Queres que eu durma com eles?

Nygel: Sim.

Eu: Nem penses.

Nygel Tudo bem, talvez não precises tanto das identificações como tu pensavas.

Eu pensei, eu não queria fazer aquilo, mas quem mais me poderia ajudar com isto. Eu vou fazer isto por elas.

Eu: Tudo bem.

Nygel: Três vezes por semana, quando eles quiserem durante um ano.

Eu: Eles?

Nygel: Sim, são dois mas eles também podem querer que alguns amigos vão no lugar deles.

Eu: Tudo bem. Quando estão prontas?

Nygel: Daqui a três dias podes vir busca-los.

Eu me levantei e quando ia a sair da sala, o homem que me acompanhou me deu um soco no estômago e outro no rosto.

Nygel: Esta conversa nunca existiu, e isto é só uma amostra do que te pode acontecer se quebrares o nosso acordo.

Eu assenti e saí devagar dali. Senti algo molhado no meu rosto, pus a mão e vi que era sangue, limpei com a minha blusa, mas não parava. O meu estômago doía como o inferno. Demorei quase o dobro do tempo a chegar a casa, tive de parar algumas vezes, além do estômago a minha perna começou a doer, talvez pelo esforço que fiz com ela hoje. Cheguei a casa, fui à cozinha e peguei em gelo, vi a geladeira e estava cheia. Certo, alguém com certeza cuida da casa. Me deitei no sofá com o gelo no nariz que ainda sangrava e outro saco na barriga, os dois certamente ficaria pisados.

Ouvi a campainha tocar e me levantei e fui abrir a porta de cabeça baixa, seja lá quem for não precisa de saber o que me aconteceu.

Clarke: Oi, Raven.

Eu: Oi, Clarke.

Clarke: Está tudo bem?

Eu: Sim, obrigada por trazeres as meninas.

As meninas entraram e eu tentei fechar a porta mas o Bellamy a segurou.

Bellamy: Olha para nós.

Eu: Já vos agradeci, podem ir.

Clarke: Nós não vamos até olhares para nós.

Eu: Então parece que vão ficar aqui muito tempo.

Sem que eu pudesse evitar, uma gota de sangue caiu na minha camisola e eles notaram. O Bellamy logo segurou o meu queixo e ergueu a minha cara.

Clarke: O que te aconteceu?


Leaving  You... I'm BackWhere stories live. Discover now