Capítulo 2

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Hoje é dia de aula e acordei tendo certeza de que tudo foi um sonho.

Nada aconteceu, hoje você vai para o colégio e sua amiga estará te esperando.

Repito várias vezes em minha mente.

Me arrumo e vou até a cozinha tomar meu café.

- Oi filha. - Minha mãe está toda sorridente. - Está tudo bem? - Fica preocupada quando vê a expressão em meu rosto.

- Oi mãe. - Dou um sorriso nada convincente. - Estou bem.

É claro que não vou dizer a ela que eu e minha amiga fomos à floresta, achamos um animal gigante que a mordeu, um homem maravilhoso nos salvou e agora eu nem sei se aconteceu de verdade ou foi um pesadelo.

Depois de terminar de comer voltei para meu quarto e por lá fiquei até a hora de ir para a aula.

Chego no colégio no mesmo horário de sempre, vou até os armários que é onde a Manu sempre me espera mas ela não está aqui.

Que seja apenas uma terrível coincidência, que ela esteja doente ou tenha matado aula e que ontem a noite não tenha acontecido.

Se eu pensar com negatividade, tudo vai desabar.

Antes do sinal bater envio várias mensagens para ela, mas até agora não respondeu.

Agora o sinal bateu e estou indo para a aula de física. Vai ser difícil aguentar um horário inteiro nessa aula sem a Manuela...

Em plena explicação a diretora entra na sala.

- Boa tarde alunos. - Continua séria. - Quero que recebam o novo colega de vocês. - Ele entra. - Jonathan Ortega que é um pouco mais velho, mas tenho certeza que vão se dar bem com ele.

Só então levanto a cabeça para ver quem é.

Não é possível... É o cara da floresta. Agora tenho certeza de que foi real, e isso quer dizer que minha amiga também sumiu.

O tal Jonathan senta-se num lugar vago ao meu lado e quando olho para ele, finge que não me conhece.

Decidi esperar o sinal bater para conversar com ele no intervalo e mesmo que isso tenha durado uma eternidade, finalmente acabou.

Saio da sala para procurá-lo e o encontro encostado na parede perto da diretoria.

- Você é o cara que me salvou não é? - Paro na sua frente.

- Não precisa agradecer lindinha. - Está sendo sarcástico.

- O que aconteceu com minha amiga?

- Quer saber se ela está viva? - Ri. - Está sim.

Aliviada, solto a respiração que nem sabia que estava prendendo.

- Quero vê-la. - Digo mais como se estivesse dando uma ordem.

- Não pode. - Tenta sair e eu o impeço.

- Por que não? - Cruzo os braços indignada.

- Digamos que sua amiguinha está com problemas para controlar a raiva depois que foi mordida por aquele lobo.

Como assim raiva?

- Eu sei que não era um lobo Jonathan. - Levanto a sobrancelha.

- Você não vê TV? - Franze a testa. - É um lobo gigante.

- Está sendo sarcástico mais uma vez. - Reviro os olhos cansada do seu comportamento. - Eu o vi e era muito grande com olhos amarelos, quero saber o que realmente aconteceu e o que é aquela coisa.

- Não vai rolar. - Sorri me irritando. - É perigoso para uma garotinha indefesa.

O que?! Ele quer me ver zangada mesmo?!

- Eu não sou uma garotinha e muito menos indefesa. - Bufo. - A mãe dela vai sentir falta da Manu sabia?

- Ela não vai procurá-la por um bom tempo, enviei uma mensagem pelo celular dela dizendo que foi viajar e não sabe quando voltará.

Ok, ele venceu.

- Sabe que não vou te deixar em paz enquanto não me mostrar ela não sabe?

- Entendi. - Desiste. - A verá quando ela estiver melhor.

- Já que não tem outro jeito... - Estou frustrada.

Pelo menos é alguma coisa.

Ele vai saindo.

- Espera! - Lembro de algo. - Quantos anos tem?

- Tenho 20. - Acena e some pelos corredores.

Quase acertei.

Agora só espero que Manuela esteja bem...

Lobisomem - Paixão Perigosa Onde histórias criam vida. Descubra agora