Hoje é dia de aula e acordei tendo certeza de que tudo foi um sonho.
Nada aconteceu, hoje você vai para o colégio e sua amiga estará lá te esperando.
Repito várias vezes em minha mente.
Me arrumo e vou até a cozinha tomar meu café.
- Oi filha. - Minha mãe está toda sorridente. - Está tudo bem? - Fica preocupada quando vê a expressão em meu rosto.
- Oi mãe. - Dou um sorriso nada convincente. - Estou bem.
É claro que não vou dizer a ela que eu e minha amiga fomos à floresta, achamos um animal gigante que a mordeu, um homem maravilhoso nos salvou e agora eu nem sei se aconteceu de verdade ou foi um pesadelo.
Depois de terminar de comer voltei para meu quarto e por lá fiquei até a hora de ir para a aula.
Chego no colégio no mesmo horário de sempre, vou até os armários que é onde a Manu sempre me espera mas ela não está aqui.
Que seja apenas uma terrível coincidência, que ela esteja doente ou tenha matado aula e que ontem a noite não tenha acontecido.
Se eu pensar com negatividade, tudo vai desabar.
Antes do sinal bater envio várias mensagens para ela, mas até agora não respondeu.
Agora o sinal bateu e estou indo para a aula de física. Vai ser difícil aguentar um horário inteiro nessa aula sem a Manuela...
Em plena explicação a diretora entra na sala.
- Boa tarde alunos. - Continua séria. - Quero que recebam o novo colega de vocês. - Ele entra. - Jonathan Ortega que é um pouco mais velho, mas tenho certeza que vão se dar bem com ele.
Só então levanto a cabeça para ver quem é.
Não é possível... É o cara da floresta. Agora tenho certeza de que foi real, e isso quer dizer que minha amiga também sumiu.
O tal Jonathan senta-se num lugar vago ao meu lado e quando olho para ele, finge que não me conhece.
Decidi esperar o sinal bater para conversar com ele no intervalo e mesmo que isso tenha durado uma eternidade, finalmente acabou.
Saio da sala para procurá-lo e o encontro encostado na parede perto da diretoria.
- Você é o cara que me salvou não é? - Paro na sua frente.
- Não precisa agradecer lindinha. - Está sendo sarcástico.
- O que aconteceu com minha amiga?
- Quer saber se ela está viva? - Ri. - Está sim.
Aliviada, solto a respiração que nem sabia que estava prendendo.
- Quero vê-la. - Digo mais como se estivesse dando uma ordem.
- Não pode. - Tenta sair e eu o impeço.
- Por que não? - Cruzo os braços indignada.
- Digamos que sua amiguinha está com problemas para controlar a raiva depois que foi mordida por aquele lobo.
Como assim raiva?
- Eu sei que não era um lobo Jonathan. - Levanto a sobrancelha.
- Você não vê TV? - Franze a testa. - É um lobo gigante.
- Está sendo sarcástico mais uma vez. - Reviro os olhos cansada do seu comportamento. - Eu o vi e era muito grande com olhos amarelos, quero saber o que realmente aconteceu e o que é aquela coisa.
- Não vai rolar. - Sorri me irritando. - É perigoso para uma garotinha indefesa.
O que?! Ele quer me ver zangada mesmo?!
- Eu não sou uma garotinha e muito menos indefesa. - Bufo. - A mãe dela vai sentir falta da Manu sabia?
- Ela não vai procurá-la por um bom tempo, enviei uma mensagem pelo celular dela dizendo que foi viajar e não sabe quando voltará.
Ok, ele venceu.
- Sabe que não vou te deixar em paz enquanto não me mostrar ela não sabe?
- Entendi. - Desiste. - A verá quando ela estiver melhor.
- Já que não tem outro jeito... - Estou frustrada.
Pelo menos é alguma coisa.
Ele vai saindo.
- Espera! - Lembro de algo. - Quantos anos tem?
- Tenho 20. - Acena e some pelos corredores.
Quase acertei.
Agora só espero que Manuela esteja bem...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lobisomem - Paixão Perigosa
Loup-garouMia Peterson e sua amiga Manuela Parker se aventuram na floresta perto da cidade na noite de lua cheia ao ver notícias no jornal local onde uma mulher diz ter sido atacada por um animal grande e sem acreditarem muito, vão buscar por provas, mas o qu...