Capítulo 4

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Mia

A vontade de encontrar Manuela e a falta de pistas para isso está me enlouquecendo. Não durmo tão bem quanto antes e minha mãe está estranhando meu comportamento.

O jeito é mais um dia ir para o colégio sozinha...

Sigo para lá e vou até meu armário para pegar minhas coisas.

- Oi Mia. - Uma voz surge do meu lado.

Não pode ser...

Fecho a porta do armário e encontro Manuela parada e sorrindo.

- Não acredito. - Estou chocada.

- Pode acreditar, estou bem aqui. - Me abraça.

- Onde esteve por esses dias? - Afasto-me. - Aquele cara estranho não queria me contar e disse que também não poderia te ver por enquanto.

- Não se preocupe com isso, agora estou aqui. - Mostra seu melhor sorriso.

Tem alguma coisa errada.

- E onde estão seus ferimentos? - Aponto para onde estavam antes.

- Não sei do que está falando. - Se faz de desentendida. - Nunca houve nenhum.

O que?! Eu sei o que eu vi, sei que aquela coisa perfurou seus tornozelos com suas garras quando a arrastou.

Acho que se algo que estão escondendo, terei que descobrir sozinha.

- Entendi. - Mesmo desconfiada não discuto. - Vamos para a sala, já está quase tocando o sinal. - Caminho ao seu lado.

Quando nos sentamos nas mesas vazias, o professor entra.

- Oi pessoal. - Caminha até o quadro. - Hoje vamos falar sobre...

Paro de escutar quando vejo Jonathan chegando.

Ele sumiu com a Manuela e eu quero saber o que aconteceu com ela nesse período de tempo.

Para a minha sorte, o único lugar desocupado é atrás de mim. Ele se senta e quando o senhor Williams vai escrever no quadro, me viro.

- O que fez com a Manu? - Cochicho.

- Não entendi. - Finge estar copiando.

- É melhor me contar ou eu vou ter que... - Sou interrompida.

- Senhorita Peterson gostaria de compartilhar o assunto sobre o qual você e o senhor Ortega estão falando? - Cruza os braços esperando minha resposta.

- Não é nada senhor. - Abaixo a cabeça.

- Vocês dois, detenção até depois da aula. - Aponta para a porta.

- Obrigado por isso Mia. - Jonathan pega sua mochila e sai furioso da sala.

Droga! Não acredito que o professor fez isso por causa de uma conversa boba.

Saio em silêncio e vou para a sala de detenção.

- Sério Mia? - O vice-diretor me observa entrando no local. - Não esperava por isso.

- Não acontecerá novamente. - Suspiro.

- Espero que esteja falando sério, caso contrário terei de contar à sua mãe. - Parece desapontado.

Resmungo algo e me sento em um banco perto do Jonathan.

Jonathan

- Vai me perseguir agora? - Brinco.

- Se for preciso para me contar o que aconteceu, vou sim. - Da de ombros.

Ela não desiste mesmo.

- Não saiam daqui, terei que resolver alguns problemas e vocês ficarão sozinhos agora. - O vice sai.

- Me conta logo. - Bate na mesa. - O que exatamente era aquela criatura e o que aconteceu com minha amiga?

- Deixa de ser paranóica. - Franzo a testa já irritado.

- Não sou, eu vi que ela já não tem mais as feridas de antes, algo está errado. - Insiste.

Essa garota não vai ficar quieta.

- Você é linda Mia. - Faço ela sorrir. - Quando está de boca fechada. - Seu sorriso desaparece.

- Eu só quero saber...

Sem saber como fazê-la parar, a beijo.

No começo ela recua, mas aos poucos deixa de resistir.

O beijo vai se intensificando, mais do que eu gostaria, portanto, não consigo parar.

- Voltei. - O vice-diretor Robert aparece.

Mais que depressa nos afastamos, infelizmente não antes que ele nos visse.

- Voltou rápido senhor. - Sorrio como se nada tivesse acontecido.

Mia parece desconcertada.

- Irei fingir que não vi nada disso aqui. - Ele parece sem graça por ter visto.

Pelo menos consegui fazê-la parar.

Lobisomem - Paixão Perigosa Onde histórias criam vida. Descubra agora