Capítulo 26

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Sem Revisão *

Tive um bloqueio danado, essa confusão toda sobre o último  capítulo e algo que aconteceu comigo recentemente contribuiu para que eu não conseguisse escrever. Mas está, boa leitura e espero que esteja tudo resolvido e explicado.

Ansel

O médico que cuida do caso da Danielle me ligou hoje de manhã, alegando sobre minha presença ser confirmada no hospital o quanto antes. Dr. Philipe está na minha lista de associados, ele sabe que nada deve vazar do hospital.

Demorei algumas horas para ir, havia muitos problemas importantes para serem resolvidos, Danielle podia esperar.

Setenta e dois dos meus homens estão sendo interrogados. A última vez que isso foi feito, foi há três anos atrás, quando Daryl foi baleado cinco vezes na saída de um clube. Eu pensei que perderia meu irmão, aquilo me massacrou por dentro, foram dias e mais dias de recuperação. E depois daquilo ele nunca mais foi o mesmo. O interrogatório acontecia outra vez, eu precisava saber quem era o bode expiatório dentro do meu comando.

Lukas era um especialista em arrancar informações, por meio da tortura ou não, e os outros métodos não eram nada agradáveis. Ele quem comandou o último interrogatório para saber quem era o cúmplice no atentado contra Daryl.

Por isso deixei Lukas cuidar desta situação.

Os dias estavam passando rápido, logo minha estadia em Brisbane chegará ao fim. Além de levar novos problemas, tenho mais um que se chama Danielle Marshall.

A serenidade no rosto abatido me faz lembrar de quando era Daryl que estava ali. Sento na poltrona escura no canto do quarto e aguardo Philipe. Ele disse que Danielle sofreu uma concussão e ainda não tinha acordado. Somente assim ele teria mais informações sobre o estado dela.

Observo ela. Se existia algum arrependimento sobre o que eu fiz, ele se foi assim que a deixei aqui no hospital. Saber que ela me traiu, em um lugar em que todos poderiam ver foi o cúmulo. As fotos que recebi por um email privado foram provas o suficiente.

O médico já tinha recebido um recado, três membros da sua família foram mortos e decapitados. Ele poderia não saber que se tratava de um aviso, mas Danielle sim. E eu mostraria a ela as consequências de não seguir um pedido meu.

Pelo canto do olho vejo quando ela se mexe, um som sufocado me deixa confuso. Levanto da poltrona e caminho na direção da cama hospitalar. Danielle sufoca com o próprio vômito. Viro-a de lado e dou alguns tapas em suas costas, um líquido ralo e esverdeado caindo no chão.

Ela dá um grande fôlego. Os cabelos cacheados estão amassados, o que dificulta minha visibilidade em seu rosto.

Ela respira fundo algumas vezes e volta a se recostar na cama.

— Minha cabeça está doendo. Onde está meu pai?

Confuso eu olho ao redor do quarto. Que merda é essa? No mesmo instante Philipe entra no quarto com uma enfermeira, seu olhar recai sobre o vômito e ele diz algo para a mulher, que acena e sai.

— Vamos ver como a paciente está.

Ele se aproxima dela e tira uma pequena lanterna no bolso exterior do jaleco. Alguns minutos depois ele me chama para o lado de fora. Deixo um último olhar para Danielle, que parece  perdida em seu próprio mundo.

— A perda de memória pode ser temporária, é preciso algumas horas de acompanhamento para termos certeza de que não é nada grave.

— Quanto tempo isso pode durar? — pergunto.

— Não sei ainda. O tempo...

— Faça seu trabalho. Haverá seguranças aqui pelo tempo necessário, somente você cuida dela. Não me desaponte.

Vejo uma mulher vindo até nós com um carrinho de limpeza. Ela não me olha, somente entra no quarto. Philipe diz que irá fazer alguns exames em Danielle e que depois poderei conversar com ela.

O refeitório do hospital está lotado. O café amargo desliza pela minha garganta, meu olhar em todos os lugares. Se o caso de perda da memória fosse prolongado, seria um problema.

O relógio no meu pulso marcou cinco da tarde. Retiro o paletó e o dobro no meu braço. Segui para o quarto onde ela está.

Danielle se vira na minha direção quando fecho a porta. Observo seu rosto a procura de algum reconhecimento, mas nada. Ela de mantém neutra, indecifrável.

— Quem é você?

Solto um murmúrio e deixo o paletó sobre a poltrona. Me aproximo até estar de frente para ela.

— Você é casada comigo e horas atrás não seguiu minhas ordens. Sofreu por isso.

Toco em seu rosto, ela treme sobre minha mão. Em seus olhos vejo um pouco de reconhecimento.

— Caso isso seja de longo prazo, farei você se lembrar de mim, Danielle.

Ela ergue o queixo e me olhou profundamente. Não dissemos nada e nem foi preciso. Danielle saberia que nem tudo são flores.

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Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora