Ansel - Trilogia Sombras da Noite #1 ✔️

Capítulo 42

Sábado é um dia bom né 😂😎 Boa leitura babys

Sem revisão

Ansel

Dizer para nossa mãe que Julian estava vivo, e que ele foi o responsável pela morte de Amy, e muitas outras coisas que ele fez foi difícil. Primeiro ela ficou em choque por saber que o filho estava vivo, depois chorou e por fim aceitou quando dissemos o que faríamos com ele. Dona Margot é uma mulher forte, e se tem algo que aprendemos com ela foi não ser piedosos. Mesmo que ela não esteja envolvida no nosso mundo criminoso, ela foi capitã da marinha americana há muitos anos atrás. Orgulho nosso e dela, por ter sido uma mulher de fibra. Como ela não preferiu ver Julian, e eu entendi, seria doloroso demais para ela, Lukas e eu fomos para o deposito onde Julian está. Daryl sumiu há três dias, desde a conversa com Danielle ele saiu e não voltou. Não fiquei preocupado, sabia que as saídas dele tinha motivos, difícil seria saber quais eram os motivos.

O odor forte de urina e fezes, assim como o de sangue era muito forte na sala. Julian está amarrado em uma cadeira. Mesmo na situação em que se encontra, ele não cede. Foram horas e horas de tortura, Lukas fez um trabalho dos deuses, fiquei impressionado com a criatividade que ele teve. Nos últimos dias eu vi dois homens fortes, Julian com sua pose intocável, Lukas com sua persistência. Vi meu irmão mais novo cortar partes de Julian que jamais imaginei. Vi meu gêmeo sorrir como um louco a cada dedo arrancado.

Ele se negava a dizer onde Taylor estava, isso deixava Lukas mais puto ainda.

Percebi que nada daquilo chegaria a lugar nenhum. E mais uma vez estávamos de frente para aquele que chamávamos de irmão.

— Última chance Julian. — Lukas diz. Ele pega uma faca sobre a mesa de aço. A lâmina reluz, bem afiada.

— Aquela garota devia foder bem.

Julian cospe no chão, a boca sem muitos dentes, o sorriso grande.

Lukas avança sobre Julian desferindo muitos socos. Eu deixo, até ver que Julian está quase morto.

— Já chega Lukas!

Minha voz reverbera pela sala. Lukas para, ofegante seus olhos estão vermelhos. Ele empunha a faca e enfia contra o peito de Julian, girando várias vezes. Então tira e aloja outra vez, cortando, rasgando. Avanço para para-lo, mas é tarde demais, Lukas rasga a garganta de Julian.

— Lukas!

Ele vira tão rápido que mal tenho tempo para segurar na mão dele. A ponta da faca à centímetros da minha garganta. As pupilas dilatadas, rosto com respingos de sangue.

— Lukas...

A mão treme, a força que ele usa me faz engolir em seco.

— Sou eu... Ansel.

Lukas solta uma lufada de ar, a cabeça tombando para trás. Devagar eu abaixo a mão dele, o som da faca ao cair no chão é mais agradável do que parece. Ele urra, ajoelhando no chão manchado de sangue, Lukas grita, eu o vejo chorar. Coloco-me a sua frente. Envolvo eles em meus braços e o deixo ter seu próprio sofrimento.

***

Danielle

Essa coisa de ficar andando de cadeira de rodas não é nada bom. Tentei sair dela e andar só, dois minutos depois eu cai e chorei por horas devido a dor intensa, isso foi ontem, hoje estou um pouco melhor. Seguindo a recomendação do médico eu tomo remédios e fico na cadeira por horas. Estou a ponto de ficar doida, mas é necessário, não quero mancar pelo resto da minha vida.

 Marlon voltou para Nova York, fui no hospital em que ele está. Fiquei aliviada ao vê-lo sorrir. O velho charmoso podia estar todo acabado, mas as cantadas divertidas para as enfermeiras não passavam despercebidas. Eu soube que foi ele que tirou Amy da casa antes que tudo virasse cinzas. Agradeci muito, não só por isso, mas por dar a vida para que nós fugissemos.

Por falar em morte, Rosa, uma amiga do hospital em Brisbane ligou, fiquei assustada quando ela disse que Antony morreu. Isso foi um baque, apesar dos pesares. Ela disse que a cerimônia foi bem curta, ninguém do hospital foi convidado.

Estou sentada em uma poltrona no escritório de Ansel, o notebook sobre as coxas. Depois de tomar duas pílulas para dor eu dei uma relaxada. O vídeo no YouTube ensina a como fazer uma hidratação bombástica para cabelos secos. Os meus cachos estão uma merda.

— JESUS CRISTO!!

Eu grito, o notebook caindo no chão.

— Que merda mulher! Quase me matou de susto!

— Eu que devo dizer isso. — respondo. Como não ficar assustada? O cara aparece do nada, o peito banhado no sangue, e uma faca enorme na mão.

— O que aconteceu com você?

Eu coloco minha perna para baixo.

— Lucy aconteceu. Peguei ela e um dos meus homens tentando fugir.

— Então você matou os dois.

Ele coloca a faca sobre a mesa, abre uma gaveta e tira de lá alguns lenços.

— Matei. E terei que matar mais pessoas. Farei um limpa na minha equipe, esses ratos estão torrando minha paciência.

Olho estupefata para ele. Ainda não estou acostumada com essa facilidade deles em falar sobre morte.

— Eu...

— Mas sabe de uma coisa. — ele diz. Ansel vem até mim, meu corpo treme levemente. Ele pega o notebook no chão, a voz da youtuber chama a atenção dele. Sua expressão é risível. — Você vai fazer isso? Óleo de coco, creme...

Puxo o notebook da mão dele.

— Sim, eu farei.

Ele ergue as sobrancelhas, o sorriso crescendo no canto dos lábios.

Dou outro grito quando Ansel me pega, agarro em seus ombros segurando o notebook contra o peito.

— Eu farei essa hidratação em você Danielle.

Eu começo a rir, até o ponto da minha barriga doer. Mas quando entramos no banheiro meu riso morre.

— Isso é sério? — pergunto.

— Nunca falei tão sério.

Ele me coloca na bancada de mármore.

— Tudo bem então.

Dou de ombros. Que mal tem.

Até amanhã 😍