Capítulo 11 - O leão e a presa

124 37 176
                                    

Oi, oi gente!
Dessa vez eu nem demorei tanto, hein? Ahahhaah
Não vou dar nenhum spoiler sobre o capítulo dessa vez, mas atenção aos títulos, eles dão dicas importantes hahahaha
Boa leitura!
-

Capítulo 11 – O leão e a presa

Sexta-Feira, 20:43hmin– Noite chuvosa, Apartamento B219.

Um trovão foi acompanhado de um relâmpago que iluminou a sala e um grito cortou o silencio do apartamento. O coração acelerado batia contra o peito, pedindo pelo amor de todos os deuses que o deixassem sair dali – Ou que pelo menos não o assustassem mais.

O cobertor estava enroscado entre suas pernas, os nós dos dedos estavam brancos pela força empenhada para apertar a barra do cobertor azul.

Detestava temporais. Com todas as suas forças e além das forças que tinha.

O episódio de sua série favorita estava no último volume e ela não tinha Lauren para lhe fazer companhia, já que a amiga estava em um suposto encontro. 

Thomas tinha ido para a casa dos pais, então não tinha sido ao menos uma opção naquele momento.

Ela odiava ficar sozinha em temporais.

Lembrava-se da época em que viveu com a avó em um sítio. Era afastado da cidade e em um dia, a tempestade assolara o local, tirando as telhas do lugar e abrindo um buraco no meio da sala de estar. Ela estava sozinha, pois a avó tinha ido para a cidade e ela decidira ficar em casa.

Aos treze anos tinha sido encontrada debaixo de uma mesa, encolhida, tremendo e assustada. A bochecha esquerda tinha um arranhão, pelo qual escorria um filete de sangue e ela nunca soube como havia adquirido o machucado.

Inconscientemente, a adulta Valerie ergueu a mão até o rosto, acariciando a cicatriz imaginária e xingou alto ao assustar-se com mais um trovão.

Catou o telefone que estava perdido entre as almofadas azuis e abriu a conversa com Scott. Pensou em enviar uma mensagem, casual questionando se ele poderia ir até lá, mas apagou o texto. Escreveu outra mensagem questionando se ELA poderia ir até lá e ainda assim, apagou.

Não fazia ideia do que o vizinho pensava sobre ela naquele momento.

Bem, eles tinham se beijado.

Ela o tinha beijado e ele tinha beijado algumas vezes mais.

A despedida constrangedora ainda assolava seus pensamentos e ela, com a máxima destreza que pode, evitou a companhia dele pelas últimas duas semanas. Optou pelas escadas, saia mais cedo ou muito mais tarde do que o horário comercial permitia, passou um dia ou dois no apartamento de Lauren e agora... Bem, agora ela estava sozinha e ele parecia a única companhia possível.

Ele não tinha como saber que ela estava o ignorando, certo?

Não quando ela tinha feito questão de dizer o quanto sua "rotina" estava abarrotada nos últimos dias. Uma desculpa ridícula, mas altamente eficaz.

Em um ato de coragem, Valerie se levantou e correu para o banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes, para parecer ao menos apresentável. Teve uma pequena batalha em seu cabelo, que estava um pouco embaraçado nas pontas, mas a vitória tinha sido garantida.

Calçou o chinelo mesmo que estivesse com meias e verificou se o pijama (constituído por uma calça de moletom rosa e uma blusa de mangas da mesma cor) não possuía nenhuma mancha que pudesse ser tachada como suspeita.

Pegou o celular e saiu do apartamento. Dois passos depois e ela estava em frente à casa de Scott, com o dedo indicador próximo a campainha.

Não demorou para que ele aparecesse.

ValerieOnde histórias criam vida. Descubra agora