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Luna suspirou cansada, sentindo seus ombros pesados e uma forte queimação que indicavam que estava completamente derrotada. A dor que consumia seu corpo e a pressão em sua cabeça a deixavam aflita e nervosa ao mesmo tempo. Estava exausta. Seus pensamentos se voltavam para seu quarto aconchegante, sua cama quente e seu enorme e confortável edredom. Só de pensar na possibilidade de dormir até que o cansaço passasse, uma pequena gota de felicidade crescia dentro de si. No entanto, ela sabia que isso não aconteceria tão cedo.
Então, deixou que o gosto adocicado da cerveja que tomava descesse com facilidade por sua garganta, a deixando um pouco mais relaxada. Seus olhos vidrados na tela de seu notebook a deixavam tonta; já havia perdido a conta de quantas horas passou sentada olhando para a tela brilhante à sua frente. Sua cabeça latejava com tanto brilho e tantas palavras que já escreveu e ainda assim, não eram o suficiente para serem ótimas. Hoje era mais um dia típico de trabalho, mas, de todos, este foi, de longe, o mais louco. Luna, em seus longos meses como jornalista, entrevistou muitas pessoas; nada que fosse muito relevante para que ela fosse notada em seu trabalho. Mas hoje, especialmente hoje, foi seu auge como jornalista. A entrevista de mais cedo a deixava animada.
Entusiasmada a todo momento.
Luna sorriu largo, um sorriso tão verdadeiro que lhe deixava com as bochechas doloridas. A cada momento que lembrava dos quatro meninos de humor duvidoso, uma extrema felicidade a deixava contente. Entrevistá-los foi sua maior conquista como jornalista, e ela se sentia orgulhosa do acontecimento.
Era mais um passo concluído, muito grande inclusive.
Continuou escutando as gravações e escrevendo detalhadamente tudo o que aconteceu, no caso das perguntas e respostas. Sentiu-se feliz, pois sabia que a ideia de uma entrevista exclusiva lhe daria pontos no trabalho. Estava mega concentrada.
Richard entrou no local e sentiu o calor do ambiente fechado aquecer seu corpo com um forte golpe. Por incrível que pareça, era uma noite fria no México. Passou os olhos pelo ambiente procurando uma mesa vazia, mas sem sucesso. Acabou encontrando uma mesa conhecida e sorriu ao ver os cabelos negros intensos e lábios pintados em um batom escuro chamando sua atenção. Era impossível esquecer a mulher que chamou tanto sua atenção a manhã inteira. Ficou surpreso ao saber que ela frequentava lugares como cervejarias artesanais e sorriu, tomando coragem para ir até sua mesa. Seu corpo vibrou ao vê-la tão concentrada enquanto mordia os lábios escrevendo algo. Seria pecado atrapalhá-la naquele momento, mas Richard Camacho não entendia o porquê de não conseguir ir embora; ele só queria falar com ela.
Queria chamar a atenção dela.
── Hmm... ── Pigarreou. ─ Ei! Luana, certo?
A surpresa nos olhos da mulher tinha um certo divertimento, assim como seu olhar perdido com o susto.
