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**CASO NÚMERO 2453, QUINTO DIA DE AUDIÊNCIA**
O maior roubo ao Banco Central de Porto Rico. Vítimas, testemunhas e os acusados entraram na sala para serem interrogados, todos prontos para depor diante da corte. Após uma pausa de cinco minutos, todos voltaram ao tribunal.
O som do martelo ecoou pela sala, dando o aviso final, e rapidamente me levantei junto com meu irmão, indo ao encontro do nosso cliente. Meu corpo estava dormente, e o nervosismo percorria cada parte de mim. O café que tomei há algumas horas agora me causava azia, mas me controlei. De longe, este era o caso mais tenso e difícil em que já trabalhei. Não estou há tanto tempo na advocacia, mas nunca imaginei que estaria envolvida em algo tão grande e relevante para minha carreira. Poderia ter parado na advocacia comum, mas decidi me especializar e me tornar advogada criminalista. Agora, me pergunto se tudo isso vale a pena.
Respirei fundo, tentando manter a calma. Desde o início do caso, Richard, meu irmão, não me revelou quem era nosso cliente, apenas que ele estava pagando muito bem. Muito mais do que qualquer outro. E sim, estávamos defendendo o homem que planejou e executou o maior roubo ao Banco Central de Porto Rico. O problema não era só o assalto, mas as acusações de roubo qualificado e assassinato que tornavam tudo mais complexo.
Olhei para Richard, esperando algum suporte emocional, mas já sabia que ele não me daria. Ele apenas me abraçou de lado, e juntos entramos na sala do cliente. Não faziam questão de revelar quem estávamos defendendo, mas eu sabia que não era qualquer um. Ao entrar na pequena sala, vi um homem algemado, com a cabeça baixa. Observei-o da cabeça aos pés. Suas tatuagens se destacavam em sua pele clara como neve. Conhecia aqueles desenhos. Cada uma daquelas tatuagens. Meu corpo arrepiou ao reconhecer a maior delas, no pescoço.
Não pode ser.
── Senhor Camacho, senhorita Camacho. Agradeço por aceitarem o caso. Tenho certeza de que a família De Jesús ficará grata por sua ajuda ─ Disse um dos assistentes, apertando nossas mãos.
Meu estômago se revirou. Se eu soubesse antes para quem estaríamos trabalhando, teria desistido na hora.
── Não posso negar que o valor oferecido foi um grande incentivo ─ Richard respondeu, com um sorriso no rosto. ─ Mas a complexidade do caso também chamou minha atenção.
O assistente foi para o lado do cliente, e meu corpo gelou. Ao levantar o olhar, nossos olhares se encontraram.
Era ele.
Zabdiel... meu Zabdiel.
Apoiei uma mão nas costas de Richard, apertando com força. Quando ele olhou para mim, a surpresa em seus olhos era evidente.
