Chapter 5

594 38 51
                                    

– Você está um pouco nervoso, parece que nunca viu uma mulher antes.

– Pra falar a verdade eu nunca vi mesmo.

– Não fica inquieto assim cara, só vão fazer um trabalho dá pra relaxar sem pressão, o melhor é que vão estar sozinhos aqui na república, é um ótimo horário.

– Eu não consigo, só quero começar esse trabalho logo sabe como gosto das coisas perfeitamente certas, e talvez seja o fato de ser um trabalho difícil pra mim, está me deixando assim.

– Te conheço como a palma da minha mão Dylan, não invente desculpas, sei o real motivo disso tudo mas se prefere dizer que "é o trabalho" tudo bem é o trabalho.

E não conseguia mesmo, minhas mãos tremiam e eu batia o pé compulsivamente contra o chão. Faltava muito pra ela chegar? Pode ter se perdido, tem mais duas repúblicas aqui dentro, não. Ou simplesmente decidido que não viria, peguei o celular arrastei o dedo indicador pela tela até a voz de comando dizer que o aplicativo era o WhatsApp, cliquei duas vezes entrando no mesmo, mas aí a ficha caiu, não tinha o número dela, apenas uma confirmação vaga, de que 13:00 estaria aqui.

– Eu já vou indo, antes que meu pai ligue pelo atraso boa sorte aí, e tenta não ter um infarto por favor, tchau.

– Tchau Todd.

Todos na república, exceto eu, trabalhavam no horário da tarde, e eu acabava ficando com a casa vazia a tarde toda alguns dias na semana. Me levantei do sofá decidindo pegar as coisas que usaríamos já que ela não chegava nunca. Nesse momento, as coisas que passavam pela minha cabeça só me faziam pensar que eu era tão chato e desinteressante, a ponto dela não vir. Entrei no quarto indo até a cômoda de frente a janela, peguei o notebook do Todd, os papéis, a pasta e o estojo de canetas, que apesar de não precisar eu tinha guardado. Com tudo em meus braços voltei pra sala, colocando cada coisa em cima da mesa de centro.

Na pressa esqueci de perguntar pro Todd se meu cabelo estava bom, a roupa, não fazia ideia, e queria estar bem. Ouvi a campainha tocar, meu coração apertou peguei os óculos na gola da blusa ajustando em meu rosto e andei até a porta com calma tentando equilibrar a respiração para parecer normal, toquei a porta procurando a fechadura virando a chave, com coragem abri a porta de uma vez, e foi instantâneo, o perfume não me deixou ter dúvidas de quem era.

– Oi, River.

- Dylan. Desculpe o atraso, tive um problema com meu pai, mas já está resolvido, tudo bem?

– Relaxa, eu nem vi o tempo passar já passou de 13:00? Pode entrar, fica a vontade.

Sua mão segurou meu braço levemente e um beijo rápido foi deixado em minha bochecha, bati a porta, por onde começar? Me virei seguindo seus passos pela sala ampla.

– Conseguiu encontrar aqui fácil?

– Olha sinceramente, não. Tem mais duas repúblicas, mas olhando agora essa aqui é maior do que as outras, mais sofisticada. Porque?

– Foi a primeira república as outras vieram depois, então por isso deve ser a maior, como nunca entrei nas outras não sei dizer ao certo.

O silêncio se instaurou, levei a mão até a nuca meio envergonhado.

– Podemos começar? Eu trouxe meu caderno algumas apostilas que tenho, eu pensei em começarmos pela planta, concorda? Já que o terreno não vai importar tanto.

– Concordo sim, a planta vai ser um grande desafio pra mim mas se estiver tudo bem, você pode cuidar dessa parte, eu ajudo em outras por exemplo posso fazer toda parte teórica, no papel mesmo.

Love Isn't Blind, It's RetardedOnde histórias criam vida. Descubra agora