Chapter 7

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Não adianta desviar o olhar
É de dentro que vem
Esse sentimento solitário

...

Já faziam alguns minutos que eu estava ali, sentado na cama de cabeça baixa. Um vento fraco e gélido que vinha da janela causava arrepios em meu corpo desnudo.
Uma movimentação na cama atrás de mim denunciou que ela estava acordada, e minha suspeita se confirmou quando suas mãos macias tocaram minhas costas envolvendo meu corpo num abraço desajeitado, seu cabelo caia sobre meu pescoço e sua voz baixa alcançou meu ouvido.

– Não vai dormir? Está tarde, frio. Porque não volta pra baixo das cobertas comigo?

– Estou pensando em algumas coisas, só isso.

– As...duas da manhã? Não se faça de difícil venha deitar logo.

Forcei um sorriso junto de um suspiro longo, puxei as pernas para dentro da cama e joguei o corpo para trás. Puxei a coberta enquanto a mulher abraçava meu corpo e repousava sua cabeça em meu peitoral, pareceu satisfeita por aparentemente ter me convencido a dormir. Eu queria, só não conseguia. Mesmo rodeado de pessoas me sentia sozinho, nem a presença dela, por mais química que tínhamos me fazia bem o bastante. O que eu precisava? Qual era meu problema? Do que sinto tanta falta? Apoiei a cabeça em meu braço forçando o sono que mesmo assim não vinha. Movi meu corpo mais próximo ao dela, ultimamente não tenho tempo para nada, me pego pensando qual motivo de tudo isso? Sentia um enorme desânimo dentro de mim.

– Você já dormiu?

– Ainda não. Porque?

– Queria saber onde é o banheiro.

Silêncio, ela se desgrudou do meu corpo mas sua presença continua a ali.

– Você está sem um pingo de sono certo? E se tomarmos um banho juntos? Vai relaxar o corpo e quem sabe ele não vem.

Não queria pensar muito Balancei a cabeça sorrindo brevemente, afastei o cobertor gelado de mim e sua mão segurou a minha puxando para fora da cama de uma única vez. Era estranho estar em uma casa que não se conhecia seu piso fazia um barulho incômodo enquanto andávamos por ele, o apartamento era quente o que me causava um pouco de conforto.
Eu dependia dela me guiando naquele momento.

– Banheiro aqui estamos nós, só um minuto vou ligar o chuveiro.

Encostei meu corpo na parece levando um choque instantâneo pelo frio dela, paredes de banheiros são sempre assim. Aos poucos o barulho da água foi aumentando, sua voz me chamou para entrar também. Estendi meu braço tocando o boxe de vidro tendo uma breve noção de espaço assim entrando no banho.
O barulho da água que caia no chão foi interrompido por seu corpo fazendo um som diferente, mas incluso, e o vento que atingia minhas costas me alertou sobre a porta de vidro que eu não havia fechado. O frio fazia aquele ar abafado do vapor ser aconchegante, após fechar o boxe dei alguns pequenos passos sentindo a água começar a pingar de longe em mim.
Sua não molhada tocou meu rosto fazendo meu corpo sobressaltar, segui seu braço com minhas mãos até chegar em sua cintura.

- Qual é a sua Dylan Withmore?

Era a pergunta que eu vinha me fazendo nos últimos dois anos.

– Qual é a sua? Jasmin.

– Acho que ainda estou um pouco longe, bebemos muito.

– Amanhã eu vou acordar morto

– Gosta de música? Eu deixo uma caixinha pequena aqui. Gosto de ouvir música enquanto tomo banho.

– Gosto sim, só nunca ouvi no banho. Mas parece ser uma ótima opção.

– Me fala uma música mas sem pensar demais, vai no aleatório.

Love Isn't Blind, It's RetardedOnde histórias criam vida. Descubra agora