Prologue

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Prologue

Dylan Withmore sempre foi lindo. E o pior é que ele e todas as garotas da Nova Zelândia sabiam disso. Não sei se era pelo jeito como ele se movia ou pelo jeito como a ironia se derramava pela sua boca. Eu nunca tinha ouvido falar de uma garota que tenha sido bem tratada por ele, não no quesito sexual, por que isso eu sabia que ele era bom, mas sim no quesito conversação. Ele nunca tinha levado nenhuma garota para sair e elas sempre voltavam feito loucas atrás dele depois que uma noite que tinham passado juntos.
Mas infelizmente para elas, a regra era clara: Withmore nunca repetia garotas.

Mesmo com isso, o mais bonito nele, para mim, era o que escondia. Não no escudo que criara, mas sim, por debaixo dos óculos escuros. Seus olhos, o esquerdo, era castanho claro, de uma cor que eu nunca havia visto antes, parecia um copo de conhaque posto ao sol para fermentar, já o outro, era totalmente branco, vazio e diferente. Assim como ele.

Em uma de nossas conversas no bar cujo meu pai era dono e onde em muitas noites ele se afogou em álcool, ele acabou me dizendo que não gostava de seu olho vazio. Mas eu discordava, Dylan Withmore era perfeito da cabeça aos pés. Fã de Quentin Tarantino, Christopher Nolan e Stanley Kubrick, amante de filmes velhos, parecia totalmente outra pessoa... Quase como um baú de tesouro, conforme você cava, maior a recompensa.
O ruim disso tudo, é que era uma pessoa extremamente fechada as vezes arrogante e grosso sem precisão. Devido a tantas coisas pelo qual passou, não justifica é obvio, mas ajuda a entender, o porque dessa barreira entre ele e todos.
Já faziam dias que eu observava e o ciclo sempre se repetia. Mulheres junto dele, saia por algumas horas e depois voltava de madrugada para o bar, saindo de lá quase amanhecendo.
Apesar dele só olhar pro próprio umbigo, eu me preocupava, já conseguimos ter algumas conversas normais, e tinha algo nele, que não me deixava o achar 100% um otario.
Talvez. Só talvez, isso tudo seja um mecanismo de defesa, uma forma de se proteger.
Na cabeça dele, ser um babaca afasta os babacas e ser mal acaba afastando a maldade dele também.

Love Isn't Blind, It's RetardedOnde histórias criam vida. Descubra agora