A mulher estava mais uma vez se arrumando para sair. Escolhera o melhor vestido para a noite. Mas ela ainda achava que não era o suficiente. Precisava urgentemente ir a uma loja comprar uma nova roupa. Se aquele encontro saísse bem e significasse que teriam outra, Edith não poderia ir com o mesmo vestido.
― Edith, acha mesmo que deve ir? Eu conheço esse tipo de homem. Ele vai te usar e depois te jogar fora.
Edith parou de tentar enfiar o brinco na orelha e fitou a amiga sentada em sua cama.― Mas não será assim comigo. Em vez de está agourando, deveria está me ajudando a por esses malditos brincos.
Edith voltou-se para o espero. Tentou algumas vezes enquanto a amiga ria. Ela levantou-se e foi até Edith.
― Está do lado errado. Deixe me ajuda-la.
Trinta segundos depois os brincos estavam no lugar.
― Não sei o que seria de mim sem você, Isadora.
― Sabe que não precisa agradecer, para isso que servem as amigas. Quando eu tiver meu encontro você irá me ajudar também.
Edith deu uma ultima olhada no espelho e andou em direção a porta. Desfilava abusadamente enquanto Isadora acompanhava seu andar com um riso de canto.
― Como estou?
― Perfeita ― disse uma Isadora excitada. ― Vai dá tudo certo amiga. Confiança e me traga boas notícias.
Da porta puderam ouvir os gritos de Danilo vindo de dentro da casa.
― Já está saindo de novo mamãe?
Edith sorriu para a amiga. Fazendo aquela cara de garota levada como se estivesse fugindo do pai.
― Sim querido. Mas Isadora ficará aqui com você. Não tem o que se preocupar.
Naquela hora Danilo já havia chegado à porta.
― Sabe que não preciso de ninguém para cuidar de mim, mãe. Não que eu dispense sua companhia, Isadora. É adorável jogar monopólio com você. Mas já sou um garoto de 10 anos. Posso muito bem me cuidar sozinho...
― Como sempre um cavalheiro... ― interrompeu Isadora. ― Mas sua mãe tem um encontro, e dessa vez vai dá certo. E eu não fico aqui para cuidar de você. Eu fico para cuidar da casa.
― Sei. ― respondeu Danilo querendo rir. ― Mas, mamãe! Esse é o terceiro encontro só essa semana.
Edith soltou uma gargalhada.
― Você quer ter o nome de um pai na sua carteira de identidade? Então me deixe conseguir um.
― Não preciso de um pai. Você é perfeitamente os dois, mãe e pai para mim.
― Mas esse tem uma conta bancária fabulosa. Você vai adorar conhecê-lo.
― Ficarei feliz se você chegar a conhecê-lo, mamãe.
Foi dando um beijo na testa do filho que Edith saiu para seu encontro. O moço já havia ligado quinze minutos antes para avisar que estaria chegando.
Três meses depois Edith se casou com o poderoso Herbert Vasconcelos.
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NOCENTE - Não é leve o perigo quando parece leve
RomanceNeste romance, relacionamentos amorosos, conturbados, inacreditáveis golpes de sorte e muito suspense são magistralmente mesclados pela escrita do autor. São Paulo e a lendária Nova York são o cenário de um terrível jogo no qual um jovem brasileiro...