AU3 II

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Contexto: Festa Cães e Gatos (Versão 1)

Gizelly's POV

Chegou o momento em que a festa perde o hype, pelo menos pra mim.
Já tínhamos bebido tudo que nos fora dado e ainda aguardávamos por mais.
Alguns dançavam, outros comiam, e eu? Estava jogada no puff.
Comecei a escutar um burburinho mas nem me dei ao trabalho de levantar o olhar para descobrir do que se tratava.
Eu pensava sobre ontem, sobre o beijo que ganhei da minha loira e sorria abobada, provavelmente babei por ela a noite toda.
Em frações de segundos, senti um corpo sendo jogado em cima de mim e uma boca me beijar.
A primeira pessoa que veio a minha mente foi Marcela, mas o beijo era diferente.
A boca era totalmente o contrário e o beijo desesperado.
Senti faltas da forma de seu busto e dos cabelos longos tocando meu tronco.
E ai me toquei. Não era Marcela quem estava me beijando.
Abri os olhos e empurrei prior pra longe de mim.
- Você tá louco? - falei limpando a boca e olhando ao redor, procurando pelo olhar da minha loira.
- Primeiro beijo do bbb20!!! É isso ai!! - o idiota do Prior gritava e comemorava quando eu só tinha raiva.
Ouvi aquilo já me guiando a porta de entrada pela sala pois percebi que Marcela não estava mais na pista de dança.
- Ma! - chamei adentrando o cômodo.
Nada na sala. Nada no quarto céu. Olhei até na dispensa e no confessionário. Nenhum sinal da minha loira.
Cheguei no banheiro, o último lugar da casa. Devia ter pensado nisso antes.
Bati na porta.
- Ma, eu sei que você ta ai!
Ela não respondia, mas eu conseguia ouvir seu suspirar.
- Eu não tive culpa!
- Você retribuiu o beijo desse cara!
- Marcela, sai dai de dentro pra eu conversar com você direito.
- Você é hétero! A cena de ciúmes de ontem foi toda armada?!
Sentei ao lado da porta quando percebi que ela não iria sair.
- Você sabe que não e sentiu isso no meu beijo.
- Beijo esse que agora o Prior conhece. Meu deus, o show que você deu ontem por conta de dois selinhos não chega aos pés de beijar esse... esse... - ela buscava algum xingamento - cara.
- Eu vou ficar aqui fora até você sair dai e vir falar comigo cara a cara.
Depois de poucos minutos, ouvi o trinco da porta sendo aberto e me coloquei de pé.
- Eu só abri a porta porque vou tomar banho - ela falou cruzando os braços.
- Mas a festa não ta nem na metade.
- Pra mim acabou faz tempo - ela se guiou pra dentro do box.
- Marcela, eu tava jogada no puff pensando em você - entrei no box ficando de frente pra ela.
- E beijou outro cara. Que boa maneira de pensar em mim.
- Eu. Não. Tive. Culpa - falei pausadamente e segurei seus braços.
- Eu não sei onde você coloca sua mão, então me solta.
- Eu coloco ela em você - apertei mais um pouco.
- Hétero que brinca com o coração da "amiga" que ta apaixonada por ela, esse é o papel que você veio fazer aqui? - ela soava irônica, coisa que eu tinha visto poucas vezes.
- Marcela, me escuta, eu empurrei ele. Eu só quero a Ma. Só quero você. Eu não podia adivinhar que um corpo de porcarias ia cair em cima de mim e da minha boca. Quando eu vi já tinha acontecido e eu empurrei bem rápido porque percebi que não era a minha loira - expressei com toda a sinceridade que tinha em meu peito.
- Que inferno. Macho escroto - ela travou a mandíbula.
Respirei fundo e soltei uma risada leve.
- Espera, você treinou essas falas? - percebi ela segurando o riso.
- Cala a boca.
- Eu não vim fazer papel nenhum e outra, você ta apaixonada por uma hétero? Quem é ela? - empurrei ela mais pra trás fingindo cara de mal.
- Muito engraçado. Você precisa desinfetar essa boca.
Empurrei ela com força e acabei ligando o chuveiro, acho que alguém deixou em frouxo.
A água nos encharcou completamente em segundos.
- Gizelly!
Ela tentou se soltar
- Meu amor, a gente já ta molhada - cheguei perto pra lhe roubar um beijo.
Numa rápida jogada, Marcela se soltou e eu senti um jato na boa. Shampoo.
- Eu não acredito que você fez isso - eu estava comendo sabão, basicamente.
- Fiz. Pra limpar essa sua boca. Ta achando que vai me beijar assim? - ela ria e eu tentava limpar a boca.
- Droga, a água. A gente só tinha 90 litros.
- Ops - ela disse e eu a beijei. Óbvio que fechando o registro da água.
Já com as roupas trocadas, estávamos sentadas no sofá da sala aproveitando a companhia fazendo carinho uma na outra enquanto rolava a maior festança do lado de fora.
- Desculpa pelo que você sentiu - falei deitada em seu colo, acariciando seu joelho enquanto ela fazia cafuné em mim.
- Ta tudo bem agora. Foi só na hora da raiva.
- Você fica linda com ciúmes. Na realidade, você fica linda de qualquer jeito.
Ficamos em silêncio mas senti felicidade. Enquanto havia ruídos do lado de fora, aqui dentro tinha paz.

Gicela ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora