Cole.
Após me despedir das meninas e da tia Josephine, aluguei uma carruagem para me levar para casa.
Por sorte dinheiro não era um problema agora. Um amigo da tia Josephine viu uma das minhas esculturas e me ajudou a preparar minha primeira exposição. O sucesso foi tão grande que todas as peças foram vendidas ou leiloadas por preços exorbitantes.
Infelizmente para mim dinheiro não compra respeito e nesse lugar à bem poucas pessoas que me respeitem.
Quando a carruagem chegou, minha mãe e minha irmã mais velha me aguardavam na porta. Ambas pareciam felizes em me ver e eu também fiquei feliz em ve-las. A tarde passou depressa e eu fui mimado e alimentado pela minha mãe. A situação deles também havia melhorado com o dinheiro que eu mandava mensalmente.
Teria sido o dia perfeito, se meu pai não houvesse chegado."Cole Mackenzie. Achei que fosse só um fruto da minha imaginação. Eu realmente tenho um filho ingrato que abandonou a família?"
"Eu não abandonei a família, pai. Apenas quis dar algo melhor à todos nós."
"
O melhor para todos é que você fique aqui, ajudando na fazenda, como todos os homens na família!"
"Ora, papai, em alguns meses na cidade eu consegui mais do que 1 ano de produção na fazenda!"
"Não se trata de dinheiro, Cole! Isso é família! Eu não criei filho para ser um... Um artistasinho engomado!!!"
"Eu sou um artista, não um fazendeiro! Pode não se tratar do dinheiro, mas a vida de todos melhorou muito depois que dinheiro deixou de ser uma preocupação."
Depois de dizer isso eu levantei da cadeira onde estava sentado e arrumei minhas roupas com a mão.
"Agora, se me derem licença irei buscar inspiração no campo. Foi para isso que vim afinal..."
Saí pela porta de casa querendo gritar. Pensei em onde ir. O penhasco não teria material o suficiente e Anne provavelmente vai lá me procurar se souber oque aconteceu.
Não voltei mas a sede do clube depois que Billy Andrews a destruiu, mas mesmo destruída me parece um bom lugar para refletir e criar.
Segui meu caminho sem pressa observando tudo ao redor. A melancolia do campo é realmente divina. Eu deveria ter trazido meu caderno para desenhar no caminho. Desde que recuperei totalmente o controle dos movimentos, voltei a pintar. Mas não larguei de forma alguma minhas esculturas. Foi nelas que me apoiei quando pensei que não havia saída.
Saí de meus devaneios ao chegar ao local do clube. Estava quase tudo igual, a casa destruída junto com muitos sonhos, mas também havia algo muito diferente.
Minhas esculturas, as primeiras que fiz, os esboços das perfeições de hoje. Estavam refeitas e perfeitas. Todas reconstruídas da forma que me lembro só que melhor. De tudo que passei desde que retornei a Avonlea, nada me deixou mais surpreso e feliz. Olhei cada uma de perto e me impressionei mais ainda. Não foram apenas concertadas, foram melhoradas, como eu havia dito: perfeitas. Os toques do outro artista deram a elas uma nova vida.
Ouvi passos se aproximando e me escondi atrás de um arbusto. Precisava saber quem havia feito esse maravilhoso trabalho."Olá, estranhos..." Disse a voz masculina e por um momento pensei que falava comigo. "Como estão essa tarde?"
Eu não podia vê-lo mas ele claramente falava com carinho com as estátuas.
"Ei, Jack, finalmente vou terminar você..." Ouvi quando ele se sentou e o barulho de barro sendo manuseado.
"Em pouco tempo você estará belo de novo." Comecei a reconhecer a voz e fiquei literalmente chocado. "Apesar do que eu fiz..."
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Anne: De Volta a Green Gables.
Teen FictionAnne terá suas primeiras férias de verão e, finalmente, irá passar um tempo em Green Gables. Sua felicidade aumenta só por saber que seus melhores amigos e seu grande amor também estarão em Avonlea durante às férias. Parece perfeito, mas sabemos qu...