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ROMANCES MENSAIS

LIVRO II – APOSTAS DE FEVEREIRO

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CAPÍTULO VII - GOSTAR

O toque irritante do despertador de meu celular ecoa pelo quarto, avisando que eram seis horas da manhã. A minha cabeça latejava como uma bomba relógio. Viro para o lado e tento abrir meus olhos, mas logo me arrependo ao sentir a claridade incomodar minha visão e a dor de cabeça aumentar. O despertador continua a tocar e eu não tenho escolha além de levantar para desligar aquele barulho que mais se assemelhava a uma buzina em meu ouvido.

Ao olhar em volta, finalmente noto que aquela cama não é minha e a falta dos meus amados livros embelezando a parede inteira de frente a minha cama me dá a certeza de que eu não estou na minha casa. Automaticamente levanto o cobertor que me cobria e confiro se estou com a mesma roupa que eu lembrava que usava quando sai de casa para me encontrar com James.

Aos poucos, algumas memórias do dia anterior voltam a minha mente e sinto um bolo se formar em minha garganta. James e eu terminamos. Não há mais um futuro para nós. Não há casamento, casa, filhos. Não há mais nada entre nós e isso me destruía. Foram anos dedicados a algo que, como Lena já havia previsto, não deram em nada. Tanto tempo dedicado e suportando comportamentos de James em vão. 

As lágrimas não demoram a aparecer. Eu me sentia péssima física e mentalmente. A ressaca pela noite de bebedeira me trouxe muita dor de cabeça, no estômago e náuseas. Minha boca estava tão seca que eu sentia como se não bebesse água há dias. O maldito celular continuava a tocar e eu ainda não fazia ideia de onde ele estava.

De repente, uma porta é aberta e vejo Mon-El aparecer com apenas uma toalha na cintura e o corpo levemente molhado. Algumas gotas desciam de seu peitoral bem definido e seguiam por um caminho bastante perigoso até o tecido que escondia suas partes íntimas. Ele secava o cabelo com outra toalha e me encara com o seu maldito sorriso. 

Era incrível como o que o maldito tem de irritante e cínico, ele tem de beleza. Mon-El é aquele tipo de homem que é difícil ignorar. Com os ombros largos, o corpo bem definido e o sorriso incrivelmente bonito, era difícil ignorar seus bonitos olhos azuis. Por isso, resolvo olhar o outro lado do quarto, para evitar pensamentos impuros envolvendo o tio de um dos meus melhores alunos da escola.

- Bom dia, Bela Adormecida. - Cumprimenta Mon-El, colocando a toalha que estava em suas mãos em volta de seu pescoço. - Imagino que sua cabeça no momento não deve estar em um dos seus melhores momentos. Ainda mais por causa desse seu toque de alarme.

- Onde eu estou? - Pergunto, temendo a resposta, enquanto eu observava ele ir até a minha pequena bolsa que estava na cadeira da mesa de estudos que havia no local. Ele abre a bolsa, retira meu celular e desliga o alarme. Suspiro aliviada e ele se vira para mim.

- Na minha casa. Você não queria voltar para a sua e nem me falou seu endereço. Pensei em ligar para um dos seus amigos, mas não conseguiria desbloquear seu celular e imaginei que não gostaria que ninguém a visse no estado em que estava. - Explica o outro, procurando uma roupa no guarda-roupas grandioso.

- O que você fez comigo? - Pergunto, abraçando meus próprios braços em sinal de proteção. Mon-El para de mexer em suas roupas e me encara com incredulidade.

- A sua insinuação de que eu faria algo com uma mulher inconsciente me ofende, Kara. - Afirma Mon-El encarando-me com seriedade. - A única coisa que fiz foi tirar seus sapatos e minha jaqueta para que conseguisse dormir de maneira mais confortável. Nada além disso.

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