Nobreza

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO II – APOSTAS DE FEVEREIRO

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CAPÍTULO XIV - NOBREZA

Assim como adolescentes fugindo de casa, Kara e eu corríamos em direção ao Opala Gran Luxo de 1972 preto que pertenceu ao meu pai, rindo e olhando para trás para garantir que ninguém havia nos visto. Aquilo era idiota. Não havia motivos para agirmos assim, afinal, somos adultos e podemos lidar com as consequências de nossas ações. Ninguém nos impediria se nos vissem sair. Ainda assim, era isso que tornava aquele momento tão divertido. A nostalgia de se agir como um adolescente novamente.

Por sorte - ou azar, dependendo do ponto de vista -, o carro de Kara tinha dado problema novamente e ela tinha pego carona com a melhor amiga para ir a escola. Então, não precisávamos nos preocupar em que local deixaríamos o veículo. Seria muito mais fácil nós usarmos o meu carro para nos locomover.

Nós entramos no carro e Kara joga a bolsa e o casaco no banco de trás. Ela me encara com um sorriso divertido, enquanto segurava o buquê de flores. Kara estava absurdamente bonita. Os cabelos loiros estavam ondulados com uma parte dele preso em um topete. O vestido longo rosa claro quase branco era simples, mas destacava toda a beleza da mulher. Era incrível como os olhos de Kara brilhavam como estrelas. 

- Você é está mesmo deslumbrante. Aposto que é a mulher mais bonita desse baile. - Elogio com sinceridade. As bochechas ficam extremamente vermelha, mas um enorme sorriso se faz presente em seu rosto. Sorrio pela reação da loira e coloco meu cinto de segurança.

- Obrigada. - Agradece timidamente. - Você com certeza era o homem mais bonito do baile.

- Eu sei. Não existe homem mais sexy nessa cidade do que eu. Talvez eu devesse trocar meu nome para Mike Sexy Matthews. - Brinco e ela ri em negação.

- Você é tão convencido. Nem dá para te elogiar. - Comenta, colocando o cinto. Ela olha em volta e me encara com curiosidade. - Esse foi o carro que você arranjou? Ele é muito bonito.

- Era do meu pai. Ele amava esse carro mais que os próprios filhos. - Respondo, dando partida no carro para seguirmos para a casa de Kara. Para garantir o conforto e a segurança da loira, ela precisava de roupas mais quentes e flexíveis para ir ao nosso destino. -  Meu pai comprou esse carro antes que eu nascesse. Eu me lembro dele todo fim de semana lavando e reparando algum problema nele. Acho que era a forma dele extravasar o estresse que ele acumulava com o trabalho dele. Meu pai nunca me deixava chegar perto desse carro e dizia que eu só poderia dirigir o amado Opala Gran Luxo dele se fosse por cima de seu cadáver. Ele morreu há cinco anos e desde então esse carro ficou parado na garagem de casa.

- Sinto muito pelo seu pai. - Lamenta Kara, dando um sorriso triste.

- Não se preocupe. Meu pai e eu nunca fomos muito próximos e eu já superei a morte dele. - Respondo, sentindo-me incomodado com o assunto. - Enfim, nós vamos passar primeiro na sua casa para você trocar esse belíssimo vestido por uma roupa confortável e quente. O lugar que nós vamos vai ser ao ar livre e teremos que andar um pouco.

- Mais algum esporte radical? - Questiona a loira, preocupada.

- Não. - Respondo, rindo. - Dessa vez é algo mais tranquilo. Não iremos nos aventurar em nada. Mas quero te mostrar algo muito bonito.

- Agora eu estou realmente curiosa. - Comenta Kara, sorrindo como uma criança. - Para onde estamos indo?

- Você vai ver. - Respondo no meu melhor tom de mistério. Ela bufa, insatisfeita com o suspense que eu fazia. - Mas prometo que você vai gostar.

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