União

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO II – APOSTAS DE FEVEREIRO

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CAPÍTULO XXI - UNIÃO

- Eu não acredito que finalmente eu vou encontrar a Imra depois de cinco meses. - Comenta Mon-El, sorrindo animado. Ele mais parecia uma criança no Natal, prestes a ver o Papai Noel.

- E eu estou ansiosa para conhecer a famosa Imra. - Confesso, observando Mon-El dirigir.

- Você vai gostar muito dela, professora. A tia Imra é muito legal. - Comenta Mike no banco de trás do carro. Ele sorri discreto, mas ainda era possível notar sua ansiedade pelo tom de voz usado pelo garoto.

- Tia Imra! Tia Imra! - Comemora Holly, rindo tanto quanto o tio.

A família Matthews/Wheeler realmente parece ter uma forte ligação com a pediatra ex-namorada de Mon-El. Apesar de odiar isso, eu confesso que eu fiquei um pouco incomodada ao ver toda a animação mostrada pelos três ao descobrirem que Imra passaria quinze dias com eles, aproveitando as férias merecidas que havia conseguido no trabalho. 

Mesmo Mon-El falando com frequência sobre Imra Ardeen, eu não sei muito sobre ela além de que é melhor amiga dele, que eles já namoraram por alguns meses, que é uma pediatra muito habilidosa, que é uma pessoa doce e  extremamente responsável. Ainda assim, eu me sentia um pouco insegura sobre a mulher que parece ter um papel importante na vida dessas pessoas que eu aprendi a me apegar tanto. 

E se ela não gostar de mim? E se eles acabarem me deixando de lado para dar completa atenção a ela. E se minha doce Solzinho decidir chamá-la de mamãe ao invés de mim? Será se eu serei capaz de atuar como se estivesse tudo bem? Eu odeio essa insegurança que sinto e mais ainda esses sentimentos infantis que me consomem sem qualquer controle. Não há sentindo algum eu me senti assim, mas por mais que eu tente usar a razão, nada parece surtir efeito em meu coração imaturo e preocupado.

Durante os últimos meses, tudo o que eu tenho ouvido falar é sobre Imra. E não só por Mon-El. Até mesmo Mike que dificilmente compartilha comigo sobre seus sentimentos e acontecimentos, havia citado a ex-namorado do tio diversas vezes, contando o quanto ela havia o ajudado e como Imra é uma pessoa divertida e a única capaz de colocar um pouco de juízo na cabeça de vento de seus tio. E agora ela vai passar quinze dias na casa deles e eu nem mesmo como devo reagir diante disso.

Mas talvez, o que mais me incomode de fato é pensar que o tempo da aposta está acabando e nunca mais conversamos sobre isso. Faltando um pouco mais de um mês para colocar um ponto final em nossa aposta, eu me questiono o que se passa na cabeça de Mon-El. Ele continua a mesma pessoa divertida e surpreendentemente gentil, que parece saber exatamente o que fazer e o que dizer quando eu mais preciso.

Seguindo para o aeroporto de Hawkins, eu me sinto apavorada. Conversar com Eleven, Lena e Mal na noite das garotas feita em minha casa na noite anterior não havia adiantado em nada, agora que a apreensão me atinge em cheio. Eu queria que Eleven tivesse vindo conosco, mas precisávamos de espaço para Imra voltar, já que a opção de ficar em casa esperando por ela não havia sido possível depois que Holly chorou e implorou que eu fosse junto em um "passeio de família" como ela mesmo havia dito.

Mon-El e eu precisamos aprender a dizer não para essa garotinha. É incrível o poder de persuasão dela. Mesmo sendo professora há seis anos e lidando com crianças desde os dez anos de idade, eu simplesmente não consigo resistir aos olhares fofos de Holly e o choro doloroso da garota de quatro anos. E parece que a magia dela funciona com todos os adultos possíveis. Até mesmo Felicity, a mãe do melhor amigo de Holly, havia comentado comigo o quanto ela sentia dificuldade de negar algo a menina. E ela é pediatra!

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