Juventude

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO II – APOSTAS DE FEVEREIRO

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CAPÍTULO X - JUVENTUDE

O som da rádio passando uma música adolescente qualquer enquanto Kara cantarola é a úncia coisa audível no carro. Observo a loira pelo canto do olho, aliviado por ela não parecer irritada pelo meu atraso causado por Holly. Ainda era difícil me acostumar com essa minha nova vida onde envolve uma criança, um adolescente, uma aposta maluca e uma cidade que pode ser bastante irritante  

- Eu sinto muito pela cena que a pirralha fez. - Lamento, enquanto seguíamos para o local do nosso encontro. Kara desvia o olhar da pista e me encara comum sorriso compreensível antes de voltar a prestar atenção no trânsito.

- Não se preocupe. É compreensível que ela sinta ciúmes. Eu não menti quando disse que lido com isso diariamente. Mesmo adolescentes têm tendência a serem ciumentos com pessoas com a quais são muito apegados. - Explica Kara, parecendo realmente não ter se importado. - Seus sobrinhos são uns amores. 

- Eles dão bastante trabalho, mas eu realmente amo esses pirralhos. Acho que eles são as únicas pessoas do mundo que conseguem me tirar do sério e segundos depois está rindo por fazerem algo adorável. - Digo, relembrando de como Holly tem me surpreendido constantemente. - Nancy, Mike e Holly são incrivelmente inteligentes. Não há nada que esses moleques não consigam fazer. Mesmo a minha diferença de idade com a mais velha sendo pouca, ela ainda me trata como tio e eu sou muito grato por isso.

- Qual a diferença de idade entre você e sua sobrinha mais velha? - Pergunta a loira com curiosidade.

- Cinco anos. Quase seis. - Conto, sorrindo. - A diferença de idade entre Karen e eu é de quinze anos. Ela já tinha conhecido o Ted quando eu nasci. Eles se casaram jovens e não demoraram muito para ter Nancy. Como eles moravam perto da minha casa, eu passava o dia com a Nancy, cuidando dela. Depois veio Mike e minha irmã permitiu que eu escolhesse o nome dele e que cuidasse dele desde que nasceu.

- Você realmente é bem apegado a eles. - Comenta Kara, sorrindo docemente. - Confesso que não esperava por isso. Você tem toda essa aura de descolado e irresponsável, mas pelo visto, tudo não passa de uma fachada. Acho que entendo a Nancy ter te indicado para ser o tutor das crianças até a situação da separação dos pais deles se resolver. Você convive com eles desde que nasceram.

- Infelizmente, nem sempre foi assim.  - Respondo, suspirando. - Quando Ted se tornou presidente da Hawkins National Laboratory, tudo mudou. Minha irmã e cunhado passaram a me impedir de visitar os pirralhos, alegando que eu era uma má influência. Meu pai nunca aceitou que eu não seguisse nos negócios da família e me expulsou de casa. Depois disso foi difícil ver as crianças e eu não tinha o apoio da família. A imprensa continuava no meu pé e isso estava atrapalhando no meu trabalho também. Ainda que Clint dissesse que eles ficariam bem, depois de sermos invadidos por repórteres, eu resolvi sair da cidade. Quando retornei, Nancy estava em Chicago e Mike ficou responsável por cuidar de Holly, enquanto os pais se envolviam em polêmicas. Eu tentei me aproximar deles, mas eu tive problemas alguns problemas que só me permitiram assumir a tutelar das crianças esse mês. Confesso que me sinto um pouco culpado por ter ficado longe por tanto tempo.

Era incrível como eu sentia que podia conversar qualquer coisa com essa garota de olhos tão cristalinos. A única pessoa que eu tinha confiança para contar como eu me sinto é Imra, mas ainda assim demorou anos para que isso acontecesse. Essa mulher parecia ter um feitiço que me fazia sentir seguro e atraído.

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