Minha Vez.

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2019.
Eu estou no 1° ano do ensino médio, estudo numa escola de referência da minha pequena e aconchegante cidade, que fica no Nordeste do Brasil, no estado de Pernanbuco, onde mora basicamente toda minha família, meus avós, minhas tias e tios, primos e primas.
Marcelo, um dos irmãos do meu pai (Eduardo), não morava mais em Pernambuco, ele se mudou para São Paulo em 2016, se não me falhe a memória, ele, minha tia keciana e meus dois primos, Marcelinho e Willyane. Já fazia três ano que eles tinham ido para lá, e fizeram um convite no qual meu pai andava pensando secretamente a um bom tempo.
Eu não lembro o dia, devo ter marcado em algum lugar mais agora não sei onde. Tinha chegado em casa depois de nove aulas, como de costume, tivera sido um dia difícil... sem comentários nessa parte. Eu só queria dormir e descansar... mais não foi bem isso que aconteceu.
Meus pais estavam estranhos, riam enquanto me olhavam, então meu pai me entregou um papel nas mãos. ERA UMA PASSAGEM! DE AVIÃO!
Eu rir. Imaginei que fosse uma brincadeira, minha mãe (sandrilza) ria comigo enquanto dizia que era sério. Então quando me dei conta que era verdade, meu riso acabou se misturando a lágrimas, continuei sorrindo pra que não percebessem o quão magoada eu tinha ficado... eu apenas sentir uma precose saudade de minha amiga... A Ana.
A ana nos últimos anos teria sido um tudo pra mim, ela me fez ser o que eu sou hoje... sentir saudade do abraço que ela teria me dado antes de eu pegar o ônibus pra ir pra casa naquele mesmo dia.
Na hora só ela me veio a mente. Não pensei em mais nada, liguei pra ela, estava chorando muito. Não sei se ela chorou depois que eu contei, a ana é uma ótima pessoa, só que não demonstra todo o amor que sente pelas pessoas, é o que a torna humana, pra mim era seu único defeito, que aliás amava também, amava tudo nela, o sorriso, as palhaçadas, o cabelo encaracolado, gostava de ir aos lugares e responder pra todos que nos perguntavan se éramos irmãs, que éramos apenas amigas. Minha melhor amiga. Esse título não é recíproco para ambas, eu não fui melhor amiga dela, mais ela era minha e isso me bastava.
Eu não dormir naquela noite.
A passagem era apenas a de meu pai, depois de três meses nós iríamos.
Três meses. Não sei dizer se foram longos ou se passaram rápido demais... só sei dizer que nesse tempo eu me sentir a pessoa mais sozinha do mundo. Tive que me afastar do garoto que estava começando a gostar na época, o Leonardo. A ana estava namorando, ou quase, não lembro. Mais andava sempre com o Maicon, a princípio não gostei dele, pensei que brincaria com os sentimentos dela... mais ele cuida direitinho daquele coração marrento dela.
Eu estava só.
Mais isso não me importava.
O dia chegou, nossa casa estava vazia, minhas tias estavam em casa todas pra se despedirem de nós, meus primos também estavam, o que me entristeceu mais, foi a minha avó não ter aparecido, tivera ficado em seu quarto e não queria nos ver, fomos lá chama-la mais nada.
Sinto falta da vó Maria.
Minha vó Zelha estava lá, ela era madrasta de meu pai, mais pra mim era a única mãe dele. Eu amava muito ela, e fui a primeira neta menina dela. Hoje ela costuma ligar pra mim bem, mais nas primeiras ligações costumava chorar.
Minha mãe estava agitada naquele dia. Muita coisa ficou pra resolver em cima da hora.
O Jonas chegou. Era um irmão da igreja, era motorista e seria ele que nos levaria ao aeroporto. Eu pensava na despedida feita pelos meus colegas dias antes,já tinha saudade de todos eles. Sobre isso, sabia que choraria muito quando chegasse ao meu destino.
Chegamos ao aeroporto, não teria sido tão longe, já que moro "perto" da capital do meu estado, (Recife) onde fica o aeroporto.
Lá, estava nos esperando uma amiga de meus pais e minha amiga também, Era a Vera, estava com sua filha mikaele, não era sua filha de sangue mais para ela isso não importava. Criou ela desde pequena. Ela entregou uma lembrança para meus pais, duas canecas, uma com a foto de meu pai e o marido da Vera, o Marciano, que não pôde vir, porque estava trabalhando, e a outra caneca estava a foto da Vera com minha mãe numa praia, eu lembro desse dia, que dia gostoso, foram três dias na praia.
Esperamos nosso vôo no andar de cima onde dava pra ver os aviões subindo e decendo, pareciam ser menores do que eu imaginava quando eu era menor.
Deu a hora, nos despedimos e fomos para dentro de uma porta que levava a mais salas, várias salas de espera, achamos a nossa e ficamos sentados esperando alguém vir nos chamar. Um homem de camisa social branca e uma calsa azul marinho veio nos alertou da nossa saída.
Entramos no avião. Rhychard meu irmão mais novo pegou o meu lugar na janela, fiquei chateada! Minha mãe (Sandrilza) ficou do meu lado, e na poltrona do outro lado ficou a Joyce minha irmã mais velha.

Chegamos...
Esperamos meu pai (Eduardo) nos buscar no aeroporto. Ele demorou pra nos encontrar, estava chovendo desde cedo naquele dia, e fazia 5° naquela noite, estava muito frio, 04/07/2019.
Levi era um amigo de meu pai, que tinha conhecido através do meu tio Marcelo, se deram bem e ficaram muito próximos. Meu pai costumava frequentar a casa dele, e eu já tinha falado com o Levi pelo telefone, ele me chamava de nora, eu ria, mais não levava a sério por não ter conhecido nenhum dos filhos dele, (Lucas, Matheus e a Beatriz, que era a mais nova).
Vim no carro do Levi, junto com meu pais e minha irmã, o Rhychard veio no carro de meu tio Marcelo, o que fez o convite.
  Chegamos na "minha casa", ela era alugada tinha três cômodos, aconchegante e quentinha. Não ficamos muito tempo ali, saímos e fomos direto para a casa do Levi, onde iríamos jantar, o que eu preferia não fazer. Não conversei com ninguém lá, apenas comprimentei meus primos (Marcelinho e Willyane) já que fazia tempo que não tinha visto eles.
Chorei quando a sala ficou vazia...
Não dormir naquela noite.

 Não dormir naquela noite

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