"...foi tão injusto comigo"

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Era novembro de 2019.
Um pensamento veio a minha mente!
Iria pedir eu mesma o Lucas em namoro, finalmente.
Na igreja todos estavam animados para um retiro, eu já tinha ido a um no meio do ano. Naquele sítio, eu e o Lucas ficamos debaixo da chuva de madrugada, apenas sorrindo como sempre, e felizes como nunca.
Mal imaginava eu que nesse retiro tudo seria diferente...
Eu não iria. Meu pai não me liberou, já que minha irmã não iria junto comigo. Aquilo foi tão injusto.
Não sabia das consequências que isso me traria, e de lembrar realmente parte meu coração.
Chegado o tão esperado dia, o Lucas me mandou uma mensagem que eu guardo até hoje "bom dia amor, tô saindo de casa agora, vou ficar sem wi-fi, você vai fazer falta"  assim que acordei eu me senti apenas cansada por estar viva, eu não teria ficado tão mal se não fosse um mau pressentimento que me martelava minha cabeça.
Os dois dias se passaram , e eu me permaneci com a cara emburrada, e ainda mais por não receber uma mensagem do Lucas. Até o dia seguinte.
"Oi amor"
"Oi, como foi lá se divertiu?"
Estava com tanta pressa de saber a diversão que perdi, que nem pensei que o que eu tinha perdido me faria ainda mais falta.
É, eu tinha o perdido. Mais ele não sabia, e eu também não.
Até que um dia o Lucas postou um status, era uma conversa cheia de emojis, e sabe o que me encucou? Não era comigo.
O Lucas era fofo e demostrava sentimentos, mais nunca por redes sociais, eu cobrava isso dele porque sempre fui ativa socialmente, mais com o tempo eu fui aceitando o modo dele.
Aquela simples conversa mudaria minha rotina, mudaria meu estado físico e mental de tantas formas que eu não julgava ser essenciais, mais eram. Estava tão dependente de ter sempre o Lucas que já não havia mais graça nas coisas que fazia sem ele. Mais talvez ele não estava ciente disso.
O número de conversas nos status foi aumentando, até um ponto de eu não aguentar e me pronunciar:
"- quem é essa que te acha fofo?"
"- alguém que conheci no retiro"
Me falou o nome.
(Vamos chama-la de Bianca, que quer dizer "branca ou alva)
Bianca chegou a pouco tempo na igreja, mais eu já a tinha conhecido, falamos uma vez pessoalmente quando estávamos na mesma roda depois do culto, isso antes do retiro ter acontecido, e antes também, falávamos de cabelo e finalização de cachos no whatsapp, era o único assunto que a deixava empolgada, era isso ou falar de música, que coincidentemente tínhamos o mesmo gosto (trap) e mais depois percebi que tínhamos mais em comum do que eu tinha com qualquer outra pessoa, a preferência na cor azul, no bolo de cenoura, nas roupas largas (streetwear), no gosto em tirar fotos, nos gostos musicais, no estilo de cabelo, no fetiche em tênis esportivos como o Jordan, vans, Al star, entre outras coisas. Conversamos sobre garotos alguma vezes, e eu mencionei secretamente o Lucas em algumas conversas, mais não disso o nome dele, que erro meu..

Depois de ouvir aquele nome, tudo se encaixou perfeitamente, não me surpreendeu o Lucas ter se dado bem com uma cópia exata minha.
Conversas e mais conversas nos status, e cada vez menos no nosso chat, ele foi indo embora sem ao menos se explicar, eu não entendia
"- é apenas uma pessoa nova, divertida, ele não deveria se agarrar em algo momentâneo"
É normal termos pessoas momentâneas na nossa vida, seja desde do amigo de escola que você se dar bem como ninguém, ou do amigo virtual que te entende como ninguém mais. O que elas tem comum é que todas vão embora, enjoam da nossa presença, ou apenas já absorveram tudo que tínhamos que oferecer pra ela.
Aquilo tudo era muito injusto comigo.
Eu e o Lucas fomos perdendo o contato, a conexão, e a faísca nos olhos de quando o via.

Foi então que numa noite Aleatória aconteceu...

Foi então que numa noite Aleatória aconteceu

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