Riso diabólico.

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"A morte é doce para quem a vida é amarga."


Yoongi.

Observei Yong-Sun dando chilique em cima da cama até ela pegar no sono. Eu queria abraça-la e beija-la mas tive que me controlar. Ela estava brava comigo e sinceramente... Eu adorei aquilo! Ela tinha a capacidade de ser linda até raivosa. Acariciei seus cabelos devagar e com cuidado, evitando que ela acordasse e saísse me socando como havia feito antes. Sua respiração lenta e calma me trazia uma paz que até então em mim era desconhecida. Desde que fiz o contrato com o Pai dela, eu me sinto um estranho e eu sabia que isso é por causa dela. Unicamente dela.

Fiquei mais um tempo ao seu lado, vendo-a dormir tão tranquila e serena. Nem parecia aquele pinscher dando ataque por conta de ciúme. Sorri ao lembrar da cena vivida a alguns minutos atrás e sumo do quarto a deixando só novamente. Eu sabia exatamente onde ir, onde encontra-la. Amso iria me pagar caro por ter se metido com Yong-Sun, por ter mexido com ela sem ao menos eu saber.

(...)

Andava pelas ruas tranquila da Sibéria com um único objetivo em mente. Essa é uma ótima vantagem de se ter alguns poderes, pois você pode se locomover por vários lugares pelo mundo sem muito esforço. Estava a procura daquela mulher que fodeu com meu humor, o que dificilmente tenho. Empurrei a porta duplex de vidro e entrei no café que ela sempre frequentava. Sentia sua presença a quilômetros de distância, então é fácil de encontrá-la. A loira sorriu ao me ver caminhar até sua mesa, que era isolada em um canto e eu mantive sério.

── Sentiu saudades? ── Ela diz com a voz arrastada, num tom debochado.

── O que você foi fazer na casa da Yong-Sun? ── Fui direto, tentando controlar minha raiva.

── Ela é tão importante pra você? ── Amso range os dentes. ── Eu costumava a ser importante pra você!

── Apenas me responda o que te perguntei. ── Digo irritado, batendo a mão sob a mesa.

Ela olhou para os lados e as poucas pessoas que haviam ali estavam caídas sob as mesas, sangrando pelos olhos, boca, ouvidos e nariz. Me levantei num pulo e a agarrei pelo pescoço, fazendo-a se levantar do sofá de coro.

── Se você chegar perto dela de novo, eu juro que você vai ser extinta! E eu não terei piedade! ── Jogo seu corpo contra a parede com força, não me importando se ela iria sentir dor.

Mas infelizmente ela não sentiu tanto o impacto assim, já que também é um demônio e demônios não sentem tanta dor assim. Não dessa forma.

Eu espero que ela tenha entendido e que não volte a atormentar Yong-Sun. Não queria sujar minhas mãos com o sangue dessa individua. Quando eu falo sério, eu falo sério e não me importo com as consequências.

Yong-Sun.

Acordo com meu corpo sendo jogado contra a parede fria. Senti todo aquele impacto com uma dor extrema nas costas e na cabeça. Lágrima de dor e medo já escorriam pelas minhas bochechas assim que me deu conta do que estava acontecendo. Foi do nada e não era Yoongi ali, eu senti isso. Sinceramente, não sabia de onde vinham tantas lágrimas. Sou muito medrosa.

Meu corpo estava esticado no chão e eu tentava respirar com mais calma. Mal conseguia me mexer pois a dor era insuportável demais pra fazer isso. Olhei para os lados mas não havia ninguém. A lua já estava brilhando no céu sem nuvens. Ouvi pequenos ruídos vindos da prateleira de bonecas de porcelana que mamãe havia montado pra mim quando era pequena e mantive meu foco ali.

Ela amava aquelas bonecas e acho que foi por esse motivo que não me desfiz delas. Eu tenho um certo medo dessas bonecas, mas era uma das poucas coisas que eu tinha guardado como lembrança. Meu olhar continuou naquelas bonecas e com a sombra que a lua formava, elas pareciam se mexer. Balancei a cabeça acreditando que era apenas fruto da minha imaginação por estar assustada demais.

Foi quando ouvi mais ruídos.

Olhei para as bonecas e duas delas estavam sentadas no chão com seus olhos vidrados em mim. Meu corpo inteiro se arrepiou. Minha calma tinha ido pro saco e minha respiração estava curta e falha. Observava suas feições atenciosamente, nunca entendi porque mamãe adorava elas. Ela passava horas penteando seus cabelos e trocando os vestidos. Mamãe tinha duas preferidas, eram as gêmeas gueixas. Ela deu pra mim de aniversário quando viajou para o Japão, e pela infeliz coincidência eram as duas que estavam caídas no chão, me olhando a poucos metros de mim.

Tentei me mexer mas era como se o chão estivesse exercendo uma força maior, me puxando para baixo.

Eu estava paralisada...

Meu coração batia tão descompensado e forte que eu conseguia ouvir meus próprios batimentos no quarto quieto. De minha testa escorria algumas gotas de suor devido ao pânico que me tomava. Eu quero fugir daqui, fugir para bem longe. Simplesmente não conseguia tirar os olhos das bonecas, seus vestidos de cores chamativas faziam minha cabeça rodar.

Eu lutava contra aquela gravidade,  necessitava sair dali. Sentia meus neurônios entrando em colapso e meu sangue congelando dentro das veias. As bonecas começaram a se mexer, uma delas tinha o vestido na cor azul e a outra vermelho. Elas se puseram de pé e começaram a dançar em volta de mim. Eu tentei gritar mas a minha voz estava presa. Pavor. Muito pavor! O máximo que saia era sussurros, implorando por ajuda. Senti um toque gelado em meu braço e em minha coxa. Meu olhar imediatamente se prendeu ao das bonecas, que me tocavam e me traziam mais medo, desespero e angústia. Fechei meus olhos, balançado a cabeça freneticamente em negação. Elas faziam barulhos estranhos e as vezes mudavam suas feições. Aquilo era horrendo!

Elas começaram a se mover em círculos ainda me segurando, sentia meu corpo todo rodar preso ao chão como se eu posse um pião. O teto branco ia se tornando apenas borrões devido a velocidade. A sensação que eu tinha era de estar em um carrocel, que rodava sem fim. Meu estômago estava se revirando mais e mais e minha cabeça estava latejando forte.

── AMSO! ── Forcei o resquício de voz que estava presente em mim. ── ME DEIXE EM PAZ!

Tudo que eu ouvi foram risos altos e diabólicos. Meus pulmões lutavam por ar, meu coração batia dolorosamente contra minha caixa torácica e aquilo era doloroso demais. Meus músculos estavam rígidos e destruídos... Tudo estava ficando escuro e meus olhos se fechando lentamente.

Ou eu estava desmaiando, ou morrendo.


°°♡°°

Meu deus, tadinha da Yong-Sun!
(っ˘̩╭╮˘̩)っ

O Yoongi precisa urgentemente fazer algo e parar de dá trela pra AMSO... Saco!

O que vocês estão achando? É importante o autor saber como está indo a obra, para poder melhora-la.

Me perdoem os possíveis erros e até logo!

Doce como açúcar I • YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora