🔱 Capítulo 12

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Capítulo 12

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Capítulo 12

O primeiro dia de "casada" foi bem calmo, tendo em vista que Arthur passou o dia inteiro no trabalho. Quando ele chegou nem tinha o visto, mas ele, por outro lado, estava me observando enquanto dançava distraidamente. Que vergonha! Eu estava tão envergonhada que nem tinha coragem de olhar para ele e mal sabia eu que a situação iria piorar. Me prontifiquei a ajudá- lo a revisar os contratos, fiquei contente por ele ter aceitado. O que viria depois eu não poderia nem imaginar: o nosso primeiro beijo. De início fiquei receosa, mas depois eu me entreguei. Foi um beijo tão doce que nem parecia ser de um homem tão amargo. Mas depois Arthur voltou a ser como antes, o mesmo homem frio. Fiquei paralisada quando ele deu a entender que aquele beijo foi um erro, eu não esperava por aquilo. Mas o que esperar também, ele é Arthur Galvão, um homem frio. Um beijo não mudaria isso. Eu não deveria ter chorado, mas foi isso que fiz ao entrar no banheiro. Quando sai dele, Arthur não estava mais no quarto e aquilo foi um alívio. 

Ajoelhei na beira da cama e comecei a minha oração: 

- Senhor Deus, graças te dou pelo meu fôlego de vida. Quero pedir que limpe o meu coração para que eu possa entrar em tua presença. Oh Deus tu és meu refúgio e mesmo que as coisas não estejam do jeito que quero, eu louvo o seu nome. Meu coração se encontra desanimado, mas eu sei que tu me conhece. Por favor Deus visite a minha tia, cuide dela por mim, faça com que ela fique boa, porque eu a amo Deus. Amo o senhor de todo o meu coração e assim como o senhor disse a Saulo através de Ananias que ele era o vaso escolhido, quero eu ser também. Pregar o teu evangelho pai é o meu querer, pois eu vim a esse mundo com essa missão e eu quero cumpri- lá, será uma honra. Capacita- me senhor. E desesperadamente peço ao senhor que interceda por Arthur. Eu mais uma vez te agradeço. Com fé e perseverança encerro minha oração. E eu te amo Deus... Amém.

Encerro minha oração e me levanto, deito em minha cama e deixo o sono me tomar. Eu dormiria nos braços do meu Deus.

Eu me deitei e dormi; acordei, porque o senhor me sustentou.

Salmos 3:5

Essa foi a primeira frase vinda em minha mente ao acordar naquele dia. Quando levantei, Arthur já tinha saído para o trabalho. Coloquei- me de pé e fiz uma oração a Deus agradecendo pelo dia que ele me concedeu. Depois fiz minhas higienes matinais, passei o café e sentei a mesa para tomá- lo. Arthur tinha tomado somente um suco, percebi através do copo que estava na pia. Ele não era muito fã de café, notei isso também. Mais um item para lista de incontáveis coisas que Arthur não gostava, sorri com esse pensamento. Sacudi a cabeça lentamente para expulsar esses devaneios e me levantei, precisava arrumar a casa. Limpa daqui, limpa dali e até que enfim eu consegui arrumar tudo às onze horas. O apartamento não era muito grande nem muito pequeno, era meio termo. Depois do almoço decidi ir ao centro da cidade e lá fui eu. Andando tranquilamente pelas ruas agitadas de São Paulo, notei uma cena que me chamou a atenção. Um homem que parecia ser já idoso, andava com dificuldade pela rua e volta e meia olhava para os lados, parecia procurar alguém. Fiquei em dúvida se conversava ou não com aquele pobre homem. Mas senti o espírito santo me tocar e foi aí então que tomei uma iniciativa.

- Senhor! Você está bem- falei pegando em um de seus ombros. Ele me olhou e seus olhos brilharam.

- Eu...minha filha... Eu não sei onde estou- meu coração escolheu.

- O senhor sabe onde é sua Casa?- ele fez uma expressão pensativa e indagou:

- Sei! Eu moro na Itália- o olhei surpresa, não poderia ser. Ele disse com tanta convicção que parecia certo daquilo. Mas pelo seu estado, não poderia acreditar nele. Pobre homem, estava blefando.

- Precisamos achar sua casa- ele concordou e sorriu. Cada vez mais me dava compaixão por ele. Aquele homem não parecia ser um mendigo, ao contrário, trajava belas roupas. Sua família deve estar apavorada. 

- Qual é o seu nome, o senhor se lembra? 

- É claro! Meu nome é Piteco- Não era não! Ele estava blefando, como poderia lembrar seu nome! Pedi a Deus uma solução para aquela situação e ela veio quase instantaneamente. Ele havia tirado uma carteira do bolso. É claro! Ali continha seus documentos.

- Aqui minha filha, vou te dar 100 reais por ter se preocupado comigo- me assustei e neguei firmemente. Que pena que nos dias de hoje as pessoas pensam que precisam pagar pelo fato de serem notadas, pensei tristemente. 

- Não senhor, não precisa pagar por ter sido notado. O senhor foi notado, porque assim como todos o senhor é importante- seus olhos estavam marejados e de repente ele me abraçou. Não esperava por isso, mas o abracei também. Ali ele chorou. Depois eu o convidei para sentar e ali procurei algum papel que indicasse sua origem. Achei sua identidade e junto com ela um papel com o nome: Danilo Alves Batista. Em sua identidade estava seu nome: Ézio Alves Batista e outros dados. Liguei para o número descrito e no terceiro toque um homem atendeu:

- Olá.

- Olá. Boa tarde. O senhor Ézio Alves Batista é algo do senhor?

- Ele é meu pai! Porque?

- Ele estava perdido, o encontrei  e me parece que está um pouco desorientado.

- Como posso confiar em você?

- Ele está ao meu lado, pode conversar com ele- passei o celular para o senhor Ézio, explicando quem era ao celular.

- Oi filho, eu estou bem, só não estou encontrando a nossa casa na Itália.

- Pai! Eu vou buscar o senhor. Onde vocês estão?- perguntou se dirigindo a mim. Dei o endereço para ele, logo após ele desligou. Enquanto esperava eu sorria com as coisas que o senhor Ézio falava. Após vinte minutos o filho do Senhor Ézio chegou e ele veio logo abraçando o pai, sorri com aquela cena. Desviando o olhar dos dois vi uma fisionomia que não me era estranha e quando olhei direito me dei conta de quem era. Ele parecia surpreso por ter me visto e sua expressão era de dúvida. Então minha cabeça deu um nó, O que Arthur estava fazendo ali?

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