🔱 Capítulo 2

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Quase quebrava o despertador com o tamanho da força que batia nele

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Quase quebrava o despertador com o tamanho da força que batia nele. Levantava num pulo e ajoelheva aos pés da cama, enquanto começava a minha oração:

-Senhor?! Obrigada pelo dia de hoje. Limpe o meu coração para que eu possa entrar em tua honrosa presença . Deus, peço- lhe que o dia de hoje seja produtivo, me dê forças pra aturar meu mais novo chefe, eu sei que pedi ao senhor esse emprego e por isso não vou reclamar. Em tua palavra diz que devemos confiar em ti , pois bem, eu confio e sei que o senhor tem o melhor para mim! Obrigada por tudo, amém!!

Encerrava a minha oração, me colocava de pé e começava me arrumar para ir ao meu trabalho. Finalizava minha arrumação com zelo e cuidado, a intenção era passar uma boa impressão. Eu estou trajada com uma saia lápis nude e com uma blusa branca com jaquetinha da mesma cor da saia, meus pés estavam com uma sandalha de salto alto preto.

- Bom dia tia.- eu dizia sorridente.

- Bom dia meu amor. Animada para o dia de hoje ?

- Apavorada seria a palavra apropriada - ela sorria para mim com um olhar carinhoso.

- Vai dar tudo certo, creia.

- Eu creio nisso tia, Deus está comigo.

- Isso mesmo meu amor- dou um abraço nela e vou saindo .

- Com Deus tia !

- Com Deus também minha filha- ouvia por fim.

A ida até a empresa estava sendo tranquila, apesar de meu estômago dar mil voltas a todo momento que lembrava do que me esperava hoje . Encarar o pai do chefe logo nos dois primeiros dias de trabalho não era pra qualquer um. Cheguava e cumprimentava a todos com um sorriso discreto. Enquanto chegava no andar esperado respirei profundamente e dei passos largos até minha sala, que era adjacente a do Sr. Arthur. Começava enfim a trabalhar, ligava o computador e já estava me atualizando da agenda do meu chefe.

Por volta das 10:00 horas o Sr.Arthur me chamava em sua sala, minha reação era ficar nervosa de imediato. Chegava diante da porta da sala dele e batia suavemente na porta ouvia um " entre ", logo entrava.

- Boa tarde Sr.Arthur ... Oh quer dizer, bom dia - corrigia ruborizada, não acreditava que estava passando essa vergonha. Quando ficava nervosa costumava trocar as palavras.
Ele me olhava com reprovação e dizia.

- Deveria ter mais atenção no que fala!- eu concordava com a cabeça e engolia seco. Ele prosseguia - Meu pai está quase chegando, não quero que você  mostre sua incompetência na frente dele. Trate de falar só o necessário.-Fiz menção de falar algo, mas estava tão indignada que limitava a dizer somente um " Sim senhor ".

- Ótimo! Pode se retirar - concordava levemente com a cabeça e saia pisando firme.

Insuportável!! Quem ele pensa que é pra me chamar de incompetente, só Deus e eu sabemos o quanto lutei para chegar até aqui!

Enquanto chegava a  minha sala, lágrimas de raiva ameaçavam cair , mas eu não ia ceder ! Quase meia hora depois Arthur me informava que seu pai havia chegado e que ele queria minha presença em sua sala. Como pode? eu não era incompetente? Ele estava precisando da incompetente aqui.
Fui até sua sala e pedia permissão para entrar, ele permitia. Cumprimentava educadamente o pai de Arthur e sentava em umas das cadeiras.

- Vejo que você esta fazendo um ótimo trabalho aqui filho- o pai do meu chefe dizia enquanto observava o filho- e alias me chamo Ricardo- estendia mão para mim.

- Prazer, Sarah- ele me olhava e assentiu com a cabeça. Sr Ricardo começou a falar sobre varias metas para a empresa, eu somente obrsevava, Arthur também ouvia silenciosamente e concordava as vezes. Por fim a reunião acabou, eu estava exausta.

- Sarah me deixe ficar a sós com meu filho.

- Sim senhor, com sua licença- sr Arthur e seu pai conversaram por horas. Logo após isso o Sr. Arthur me chamava.

- Sim, senhor - ele me pedia para sentar e respirava fundo.
" Lá vem bomba "

- Sarah eu preciso que você arrume alguns papeis para mim, vamos viajar amanhã para Milão.

Engasgava com minha própria saliva e ficava torcindo por vários segundos. E decidia que precisava falar.

- Mas assim? Em cima da hora ?

- Sarah, eu não estou pedindo sua opinião, apenas obedeça.

" Mula", pensava, mas não tinha coragem de dizer. Se dissesse, perdia meu tão sonhado emprego.
Estava com tanta raiva que nem conseguia responder, ele vendo isso continuava:

- Quero que você arrume o nosso passaporte, e alguns papeis do contrato com os italianos- respirava profundamente e enfim dizia:

- Providenciarei agora mesmo senhor.- dizendo isso eu me retirava de sua sala. O que eu poderia fazer, ele era o chefe.

Depois de duas horas enquanto fazia o que meu "querido" chefe me pediu. Entrei em sua sala e o entreguei os papeis, ele me olhou friamente e disse:

- Demorou mais do que o previsto, mas também o que esperar de sua incompetência!!

Meus olhos começaram a arder, percebia então que era algumas lagrimas que insistiam em descer, mas não era lagrimas de tristeza ou de medo, eram lágrimas de raiva!

- Se eu sou incompetênte o senhor é um sem educação que não conhece a palavra respeito. Ninguém tem culpa de sua vida amargurada, não desconte em mim sua infelicidade!! - no mesmo instante notei a raiva em seus olhos.

- Saia da minha sala, AGORA!!!- eu não tinha notado o peso das minhas palavras, não acredito que no segundo dia de trabalho eu xingara o meu chefe, isso era horrível!!!
Assustada eu sai da sala dele as presas. Agora será o que Deus quiser!

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