🔱 Capítulo 14

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Capítulo 14

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Capítulo 14

Arthur era uma caixinha de surpresas!

Não esperava aquele abraço. Ao vê- lo naquele lugar passou em meu coração um misto de surpresa e medo, medo da sua reação. Graças a Deus ele não disse muita coisa. Fiquei imensamente feliz por ele ter conseguido fechar mais um negócio e prometi ir naquela noite à igreja agradecer a Deus. Quando chegamos em casa fui logo me aprontar. Arthur estava na sala, trocamos poucas palavras e eu saí em direção a igreja.

"Shalom"

Esse era o hino que entoava em toda a igreja. Tomei meu assento, dobrei meus joelhos no chão e fiz uma oração a Deus. Terminada a oração, levantei e comecei a louvar com a igreja em uníssono que agora canta Santo, Santo de Shirley Carvalhaes.

- Vai ser uma festa

Um lindo coral

Vestidos de branco

Como nunca existiu igual

Um coral de anjos e querubins

Aleluia, Santo, Santo, cantam assim

Aleluia, Santo, Santo, Santo, Santo

Aleluia, Santo, Santo, Santo, Santo

Aleluia, Santo, Santo

Cantarei assim...

Cantamos alegremente por muitos minutos. Logo em seguida o pastor ministrou a palavra e ela falou profundamente em meu coração.

O culto foi finalizado e 4 almas se renderam aos pés do senhor, foi maravilhoso. Eu já estava indo embora quando o pastor me chamou:

- A paz irmã. Como você está?

- A paz Pastor- sorri- estou ótima, graças a Deus e o senhor?

- Ótimo, minha filha. Tenho um convite para você- meu coração gelou.

- Sim pastor.

- Quero que você traga a palavra para nós na quarta feira- eu temi, mas senti Deus me tocar.

- Será um prazer pastor!

- Então está marcado- ele me cumprimentou e logo eu me despedi de todos e fui para casa. 

A casa estava silenciosa e presumi que Arthur estava dormindo. Quando cheguei no quarto lá estava ele, sereno, dormindo como um anjo. Sorri com essa cena. Fui até o banheiro e escovei meus dentes, voltei ao quarto e fiz uma oração para dormir. Logo após isso eu deitei ao lado de Arthur e senti os meus olhos pesarem, em alguns minutos eu estava dormindo. 

Algo me apertava! 

Pela manhã senti um aconchego diferente. Era os braços de Arthur me rodeando, na verdade estavam me apertando. Eu estava gostando, tinha que admitir. Mas eu precisava levantar para fazer o café da manhã. Tentei me desvencilhar do seu abraço, mas foi em vão. Tentei mais um pouco e consegui, porém quando olhei em sua direção me deparei com dois par de olhos me encarando. Fiquei envergonhada.

- Bom dia- ele disse me surpreendendo. Arthur não tem o costume de dar " Bom dia".

- B... Bom dia- eu fiquei sem saber o que fazer. Ele me deixava assim. 

- Bomm... Eu vou ao banheiro- ele se levantou, seu abdômen estava a mostra, fiz de tudo para não olhar.

- Vou com você- eu o olhei incrédula.

- Você não pode. Pode ir primeiro e depois eu vou- tentei reverter aquela situação.

- Não- falou calmo- eu quero ir com você.

Eu realmente não sabia o que fazer e para piorar ele chegou mais perto de mim, a essa altura eu já estava prensada contra a parede.

- Será que eu não posso tomar banho com minha mulher?- engoli seco. Será que ele estava bêbado? Não era ele mesmo que não queria aproximação comigo?

- Arthur, por favor me deixe sair. Você está me machucando- menti. 

Ele olhou no fundo dos meus olho e disse:

- Está bem- mas antes que pudesse correr dali ele me pegou em um beijo fervoroso. Depois que nossos lábios foram separados eu estava tonta. E ele? Simplesmente saiu dali sem me dizer nada. Corri para o banheiro e tomei um banho bem gelado. Desci para fazer o café e Arthur estava lá olhando para o nada. Passei cautelosamente para ele não me ver, mas como sempre fora em vão. Estava preparando o café da manhã com os olhos de Arthur sobre mim, até que em um dado momento não aguentei mais e disse:

- Há algo errado em mim?

- Não, mas... O meu celular tocou. Atendi quase imediatamente na esperança de ser tia Clara. 

- Alô.

- Meu amor?

- Tia clara- meu olhos encheram de água. 

- Como você está, meu amor? 

- Muito bem tia e a senhora?...

Conversamos por horas. Falei sobre o convite da igreja e sobre minha vida, até tinha me esquecido que Arthur estava lá ouvindo tudo. Minha tia me contou o dia de sua cirurgia e eu fiquei muito feliz. 

- Será numa Quinta feira meu amor. 

- Eu vou estar com a senhora aí tia. Deus está no controle, não se preocupe- conversamos mais um pouco até que já se não tinha nada para falar. Nos despedimos e eu desliguei. Olhei para Arthur que ainda me encarava.

- Podemos ir na casa da Tia Clara amanhã? - fiquei apreensiva com a resposta. 

- Se isso faz com que você me deixe em paz então podemos- sorri e o abracei, ele não recuou ao contrário retribuiu o abraço. Arthur estava diferente, mais afetivo. Depois que paramos o abraço ambos não sabia o que dizer então tomei a iniciativa de comentar algo:

- Será ótimo vê minha tia, estou morrendo de saudades- Arthur sorriu e disse:

- tenho certeza que sim- aquilo era estranho! Arthur não costumava me tratar assim, é claro que ele não deixou sua arrogância para trás, mas algo, por mais ínfimo que seja, mudará nele. Percebi então que aquela mudança poderia ter vindo somente de Deus. Meu coração sorriu. Deus estava trabalhando na vida de Arthur, eu pude ver.

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