YeonjunOuvi vozes pelo quarto fazendo com que fosse acordando aos poucos, assim que abri completamente os olhos consegui ter a visão do médico que provavelmente me daria alta e uma enfermeira conversando.
Percebendo a minha movimentação o homem veio até mim com um ar cansado - o que me irritou - tirou um papel e uma caneta do bolso me entregando dizendo que eu apenas precisava assinar ali e então já estaria liberado. Ótimo.
Assinei, devolvendo o papel e a caneta, fiquei encarando o quarto atônito, e percebendo a minha falta de ação o homem a minha frente perguntou um rápido: " o que foi?"
- As minhas roupas.. elas estão a onde?
- Roupas? Aquilo não dá mais para usar meu jovem, elas estão naquela cômoda, na ultima gaveta, mas penso que não vá querer ir embora com aquilo em seu corpo, vai parecer que acabou de sair de um filme de terror - ele disse dando risada, mas logo parou, fingindo uma tosse vendo que eu estava impassível - Ligue para alguém de sua família pegar algo para vestires e trazer aqui, é a melhor opção - sugeriu.
- É melhor eu pegar aquela - afirmei para mim mesmo me levantando e indo em direção a cômoda no canto do quarto, o médico apenas deu de ombros e saiu junto da enfermeira que havia ficado todo o tempo apenas observando.
Abri a gaveta vendo as minhas roupas todas emboladas dentro de um saco transparente. Realmente elas não estavam em ótimas condições, rasgadas e sujas.
Assim que me dei por vencido e já ia tirando a minha blusa de dentro do saco, ouvi a porta abrir timidamente, vendo o rosto do garoto insistente ali. Voltei a olhar para as minhas roupas ignorando a sua existência momentâneamente, e uma sacola com roupas dentro fora estendida em minha frente me fazendo olhar para o mais alto de cenho franzido.
- É só para você ir para seu apartamento, por favor aceite - olhei brevemente para si e peguei a sacola de suas mãos, indo em direção ao banheiro.
Fiquei me encarando no espelho, vendo terem ficado largas as roupas, nada mal em questão, bem melhor do que as que tinha. Abri a porta vendo o garoto sentado mexendo no celular com um sorriso besta no rosto. Simplesmente saí do quarto apressado na tentativa de me livrar dele. Falho. Quando pisei fora daquele hospital o pirralho vinha correndo, parei revirando os olhos para massagear as têmporas logo depois.
- Por que não me esperou? - perguntou ofegante assim que entrou em minha frente.
- Desde quando te devo satisfações? - perguntei colocando as mãos nos bolsos que a calça possuía.
- Achei que você tinha cedido a minha ajuda Yeonjun - disse mostrando confusão.
- Eu te disse meu nome em algum momento ? - perguntei intrigado, podia jurar que não havia mencionado meu nome em momento algum.
- Eu descobri por mim mesmo! Poxa, eu só quero te ajudar, não custa nada falar um simples "ei" ou qualquer outra coisa que chama-se a minha atenção, achei que você já tinha se mandado.
- Tanto faz - me virei começando a andar. Ouvi passos se aproximarem.
- Tá indo para onde?
- Para casa, para onde mais eu iria?
- É perto daqui? Nossa, eu realmente estava perdido naquele dia - ele falou rindo ao meu lado.
- Perdido?
- É, naquele dia eu fui andando e entrando nas ruas aleatoriamente na esperança de achar algum lugar conhecido, aí houve o acidente incidente.
- Mas é uma criança mesmo, como foi se perder, não sabe o caminho de casa não bebê? - debochei.
- É claro que eu sei! Não sou nenhum idiota, aconteceu um imprevisto no meio do meu caminho para casa, por isso tive que desviar e me perdi, só isso.
- Vai me seguir até a onde? - perguntei diretamente.
- Eu sei que você me quer longe, mas ontem você me deu três semanas, estou contando a partir de hoje, não posso desperdiçar nenhum dia! - ele falou animado parecendo uma criança realmente, eu poderia estar muito enganado e ele poderia ser mais velho que eu, mas ainda acreditava na minha intuição. Ver ele feliz porquê em sua cabeça ele iria conseguir me ajudar quase me deu pena, afinal..
- Cuidado criança, nunca dê tudo de si por causa de uma pessoa, você sempre pode se machucar. Isso é inevitável.
Soobin
Aquilo me atingiu em cheio, pois era exatamente o que eu estava com medo de acontecer.
Eu sempre me apegava muito fácil a tudo, e ter me metido nisso talvez podia ter sido um tiro no próprio pé.
Afastei os pensamentos ruins que começaram a rondar a minha mente por causa da fala de Yeonjun. Olhei para si, como sempre ele estava com um ar indiferente. Em algum momento ele me encarou fazendo eu acordar para a vida.
- Quantos tem Yeonjun?
- Isso interessa em que?
- Sabermos a idade e o nome de quem convivemos é o básico, não?
- Fique sossegado, não vai conviver comigo por tanto tempo, três semanas vão passar rápido para você. E depois disso, você já sabe, não é como se tivesse grande chance de sucesso no que você quer fazer.
- Mas quantos anos tem? - perguntei novamente tentando ignorar a sua afirmação cruel. Ele era quase sempre cruel em suas palavras.
- Vinte, garoto.
- Nossa... eu tenho dezoito.
- Eu já imaginava, você só tem tamanho, seu jeito denuncia a sua idade - fechei a cara com suas insinuação, na minha cabeça eu me achava alguém bem maduro - você vai subir? - ele perguntou me fazendo olhar para cima, o prédio a frente era muito alto, e eu só queria saber de onde ele havia caído ou pulado, sei lá. O lugar era muito diferente visto de dia.
- Hyung, qual o seu andar? - o vi me encarar por alguns segundos.
- O segundo.
- Não é tão alto, você realmente caiu de lá?
- É claro que sim, eu tenho um cérebro, ok? Minha intenção era subir no terraço naquela noite mesmo - ele disse rápido, porém ao meu entendimento arregalei meus olhos fazendo ele revirar os dele - esquece o que você ouviu, se for entrar entra logo, ou quer que eu taco as suas roupas pela varanda? - fiquei surpreso mais uma vez, uma vez que eu caísse de uma varanda, nunca mais chegaria perto de uma. Nunca.
- Ainda iria nela? - perguntei fazendo Yeonjun mais uma vez desde que o conheci soltar um pequeno sorriso.
- Com toda a certeza.
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For three weeks, for you
FanficYeonjun já havia dito para si mesmo que aquela seria a sua última vez olhando para o imenso céu estrelado, esse que observava sempre que era possível de sua varanda, estava decidido que não aguentaria ter que ir se deitar para depois acordar e ter q...