SoobinE pela quinta vez estava saindo da faculdade e indo direto ver Yeonjun, naquele dia fecharia uma semana, sem preocupações pois ainda faltava mais duas pela frente, mas diferentemente um pressentimento ruim me atordoava ao longo do caminho. Era uma sensação apenas. Não deveria me importar tanto.
E chegando em frente ao prédio Yeonjun não estava na varanda como o de costume, estranhamente inusitado.- Jun! - Gritei. Esperei um pouco. Nada - Hyung! - e passados alguns segundos já havia começado a entrar em desespero pela falta de resposta, porém quando ouvi uma risada atrás de mim meu coração disparou, conhecia aquela risada escrota a metros de distância, me virei vendo Hyeon parado com um sorrisinho sacana adornando os lábios, talvez ele fosse naquela época o meu pior pesadelo. Hyeon resumidamente era o cabeça dos idiotas mais idiotas da faculdade.
- Então você sempre vem para a casa do seu namoradinho depois da faculdade? Hyung é? Arrumou alguém para te bancar Soobin?
- Você não sabe o que fala Hyeon, tá fazendo o que aqui? Me seguiu foi? - deixei a minha mochila no chão tentando me manter o mais reto possível - Você se acha muito desocupado, por isso sempre se sai mal.
- Não tenta dar uma de macho pra cima de mim, você só tem tamanho, não desmereça os homens de verdade com esse seu jeitinho.
- Você é um sem cérebro! - e no segundo seguinte eu havia levado um soco na boca, no meu juízo normal teria corrido só de ter visto o Hyeon ali. É... a falta de covardia tinha custado um pouco caro.
- Me chama de sem cérebro de novo, quero ver você falar algo agora - não satisfeito com o soco ele puxou meu cabelo fazendo com que o olhasse.
- Que prazer te reencontrar Dong Hyeon - não sabia se havia sentido alívio, preocupação ou confusão mental ao ouvir a voz de Yeonjun se pronunciar daquele jeito, afinal, meus cabelos foram soltos no segundo seguinte - Você ainda não tomou um jeito não foi?
- Yeon..jun? Choi Yeonjun? - talvez aquela tivesse sido a primeira vez que vi Hyeon demonstrar medo.
- Vejo que ainda tem a cicatriz em seu braço, que bom, não foi pra menos. Mas não acho que vá querer outra - seu tom era de puro escárnio. Frio. Hyeon negou prontamente - Ótimo. Vamos moleque, espero que tenha trazido o notebook, caso contrário nem entra - passou em minha frente entrando na portaria.
- Eu trouxe! - falei pegando a mochila e o seguindo, dei uma última olhada para a cara de Hyeon. Hilária. Não pude deixar de mostrar a língua do jeito que dava antes de entrar no elevador.
- Ainda se diz maduro criança? - Dei de ombros.
- Senti que precisava fazer isso. Revigorante - um sorriso acabou por escorregar em seus lábios, mas logo o mesmo se desfez.
- Tá doendo muito? - perguntou levando o indicador para onde Hyeon havia me acertado o soco.
- Muito - disse tirando sua mão de perto.
- Parabéns pelo primeiro soco levado então.
- Eu sempre me mandava antes dele ou algum dos amiguinhos dele me baterem. Tá, mas qual é a parada? Você era tipo um badboy nos tempos de escola e você surrava todo mundo igual o Hyeon? Nem consigo imaginar como seria isso - uma risada irônica fora solta por si.
- É porque eu era o surrado - então as portas do elevador se abriram e Yeonjun saiu me deixando e junto comigo deixando a confusão em meu cérebro a níveis elevados para trás.
Mal havia passado pela porta de entrada do seu apartamento e o mais velho me entregou uma sacola com gelo logo indo para o sofá. Pressionei a mesma contra o lado esquerdo do lábio e fiquei encarando Yeonjun largado no sofá com o mesmo ar de sempre.
- Desmancha essa cara vai, quero assistir logo o negócio.
- Lógico que não! Não sem antes me dar algum esclarecimento do que você quis dizer, pois estou boiando. Eu vi o medo em Hyeon, e essa foi a primeira vez nos meses que conheço ele. Como é que...?
- Ah, vamos lá, isso é só uma curiosidade boba, já já passa. Criança é igualzinho.
- Não passa não! - bati o pé no piso ao menos ligando se estava confirmando várias das insinuações ser infantil que o outro fazia contra mim - Ou conta ou eu vou embora.
- A porta está atrás de você - apontou ajeitando a postura no sofá.
- Yeonjun! - me exaltei ameaçando tacar o gelo em si.
- Não vai mudar nada na sua vida! Coloca esse gelo no lugar moleque. Nem com a boca machucada fica quieto.
- Vou te atormetar até falar. Não vai conseguir se livrar de mim - nem me importei em não colocar o gelo em minha boca.
- Eu era a maior diversão do Hyeon quando eu tinha meus dezesseis, dezessete anos, Ok? Um dia simplesmente surtei e cravei um canivete que guardava na bolsa no braço dele, nada demais.... bem, foi até prazeroso ver o sangue escorrendo, tenho que admitir. Mas aquilo com certeza não se comparou com o meu estrago mental, essa é a cicatriz que ele me deixou. Foi algo como... devolução? Quase equivalente - passou tanta coisa pela minha cabeça ao que sua fala se finalizou, só que nada saíra de minha boca - para de fazer isso!
- Isso? - perguntei perdido após alguns segundos.
- Você tá olhando para a minha cara e piscando seus olhinhos, é extremamente fofo, não gosto de nada que seja fofo. Tá perturbando a minha mente.
- Yeonjun...
- Quero assistir a série. Não atrasa não, já não expliquei? Eu acho que sim, ou quer saber o horário do ocorrido também? A cor do nosso uniforme? Espero que não.
- Não Yeonjun, não... sabe, seria ótimo para você se pudesse se abrir mais e con-
- Para mim? Melhor para mim? E acha que relembrar momentos repudiáveis vai me fazer bem? Dá onde tirou isso?
- Não quero que você relembre, sei que é quase impossível, mas... o que eu quero é que você me diga o que ficou do seu passado e o que você deixara para ser o que é hoje.
- Medo e sentimentos unilaterais - respondeu prontamente - Essas são as suas respostas. Medo, sinto medo de voltar a ser fraco como quando tinha meus dezesseis, se preocupar com segundos e terceiros no geral, nunca dá certo.
- Hyung - sentei devagar ao seu lado, comecei focando meu olhar para algum canto da sala - quero que saiba que tenho a plena consciência de que todos nós somos diferentes, e que uma dor sua nunca vai se comparar com a de outra pessoa. Mas... eu tenho uma amiga que conheceu uma moça fazendo compras em um mercado - seu cenho se franziu - É. Bem aleatório. Ela me disse que elas bateram o maior papo. Dois dias depois a notícia que a moça havia se suicidado chegou até ela. Fora só uma tarde boa conversando e fazendo compras juntas, e a dor dela até hoje existe. Isso foi há um ano atrás, ela diz que se ela soubesse de algo teria tentando até o último minuto ajudar a moça, ao menos soube o nome dela. O que eu quero dizer é, as vezes nós conhecemos e nos entregamos a pessoas erradas, mas tem pessoas boas nesse mundo ainda Hyung. Não devemos nos preocupar com o que os outros pensam mesmo, mas não precisa se negar a quem se preocupa com você. Enquanto a vida, há esperança.
Quando direcionei meu olhar a Yeonjun meu coração apertou. Passei os dedos instintivamente pelo seu rosto na intenção de secar suas lágrimas. Acabei me afastando com medo que o mais velho não gostasse do meu contato.
Então me surpreendi ao sentir ser abraçado. O apertei fortemente querendo que de alguma forma todas as suas angústias desaparecessem.
- Só queria poder ter força de vontade Soobin, poder ter vontade de procurar esperança, de ter esperança. A verdade é que eu ainda sou um fraco - sorri para mim mesmo ao constatar que ele sempre soubera meu nome.
- Posso ser a sua esperança? Prometo fazer você ter força de vontade - talvez pela milésima vez naquele dia, havia me surpreendido. Dessa vez ao ver um sorriso grande e verdadeiro no rosto de Yeonjun.
- Quero que seja a minha estrela
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For three weeks, for you
FanfictionYeonjun já havia dito para si mesmo que aquela seria a sua última vez olhando para o imenso céu estrelado, esse que observava sempre que era possível de sua varanda, estava decidido que não aguentaria ter que ir se deitar para depois acordar e ter q...