For three weeks, for you

How deep can the sea be

Yeonjun

Me incriminando de todas as formas. Foi assim que havia passado um dia praticamente inteiro. Ter falado aquela coisa tosca para Soobin estava me afundando em um poço de vergonha profunda. Muito profunda. Ele até mesmo perguntara o que as estrelas significavam para mim, já que parecia que eu as amava. E era verdade, mas não é como se eu quisesse que ele soubesse o significado delas em minha visão.

Minha pura intenção era passar mais um dia naquela, tomando café para poder me martirizar mais e sem ter o problema do sono, já que mal havia dormido.

Não iria ser nada diferente do que estava acostumado a fazer antes de Soobin. Praticamente vegetava. O único porém era que tinha mais um acrescentamento na listinha " coisas para ficar se remoendo e se perguntando o por que ".

Assim que me sentei no chão da sala com minha xícara de café ouvi a voz de Soobin chamar. Até considerei fingir não estar, mas com certeza isso o iria preocupar demais. Não queria ninguém morto em baixo da minha varanda ou até pior! Do jeito que é louco era capaz de chamar a polícia.

O ouvi gritar mais uma vez e me estressei.
- Tô aqui! Eu tô aqui! Tá me vendo aqui? - bati a xícara na mureta vendo a cria lá em baixo dar risada - Qual é, quando vai parar com essa mania de gritar? Um dia esses vizinhos ainda aparecem e pra ficar bonito furiosos!

- Rapunzel, jogue seus cabelos! - não esperei meio milésimo para pegar meu chinelo e atirar nele. Tinha sorte que a minha mira para esse tipo de coisa sempre fora horrível - Agora você vai buscar e trazer de volta. Peste.

Destranquei a porta, voltando para pegar a xícara do lado de fora para sentar novamente no mesmo lugar. Vi a porta se abrir e Soobin passar por ela rindo com o chinelo em mãos.

- Tá vendo como sou obediente? - jogou o chinelo ao meu lado.

- Não fez mais que a sua obrigação. Pirralho. Se for depender disso para ficar com alguém vai se dar muito mal.

- Poxa Yeonjun, nem minha mãe fala assim comigo. Mas pode deixar, eu não dependo disso - piscou me fazendo revirar os olhos.

- Me poupe de saber as suas técnicas sedutoras - se largou no sofá na maior folga.

- Vai, toma logo isso ai que hoje nós vamos sair.

- E com nós você quer dizer você. Sozinho. Um. Só.

- Já imaginava que iria estar assim de novo. Vim preparado para seu mal humor e não me iludi. Mas nós vamos mesmo assim, e digo mais! Você vai querer me matar - ele falou aquilo na maior diversão.

- Ah é? E a onde você quer que eu vá? - perguntei na ironia.

- Vamos primeiro no mercado, daí mais tarde você escolhe onde vamos. Quero que pense em um lugar que não vai faz tempo.

- Não entendi o porquê do " você vai querer me matar " - imitei sua voz.

- Minha voz nem é assim! Você é um péssimo imitador.

- Achei que iria falar algo do tipo, parque de diversões ou shopping. Aí sim, iria quebrar essa xícara na sua cabeça.

- Maldade. As duas opções são legais.

- Não teria coragem de fazer tal coisa. Pela xícara é claro.

- Já tomou? Estou ansioso - ergui uma das sobrancelhas, tomei o ultimo gole e me levantei - nós já vamos?