Capítulo 05

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17/12/2019

— Tem certeza que não vai, filha? Eu e sua mãe damos um jeito de ficar a Sophia.

   Hoje era o dia da viagem mais esperada do ano e meu pai estava me perguntando pela décima vez se eu tinha certeza que não ia, quando eu já decidi e expliquei pela décima vez que sim, eu tenho certeza de que não vou.

Qual é?
É só... Angra dos reis. Um lugar lindo, com inúmeras praias maravilhosas em um ultimo dia maravilhoso com a minha turma de escola, meu consciente gritou.

—  Pai, pela décima vez, obrigada! Mas eu vou ficar e cuidar da Sophia. —  Pego a mamadeira da sua mão e sigo pra sala, onde minha mãe esta sentada vendo o jornal da manhã com ela no colo. Sento-me ao seu lado e pego ela pra lhe da seu leite.

—  Ainda não acredito que você não vai! —   Melissa se joga no sofá e suspira. —   Tudo vai ficar sem graça sem você.

—  Nós já fizemos tudo o que podíamos, mas essa aqui é cabeça dura. —  Minha mãe me olha negando com a cabeça.

—  Cabeça dura? — Pergunto incrédula e digo: — Isso é responsabilidade! Me comprometi com a confiança de Sarah e não vou desaponta-la de forma alguma.

Melissa volta a suspirar e vem ate mim me dando um beijo suave na testa.

—  Boa viagem, Lissa. —   Digo baixinho vendo ela sair.

—  Nossas responsabilidades também nos chamam, Dalila. — Meu pai diz beijando seu rosto.

   Os dois se beijam nos lábios e descem para trabalhar na doceria. Assim que Sophia toma todo seu leite eu ligo para Sarah, que me pareceu mais leve e relaxada. Nós conversamos por apenas alguns minutos, ela tinha encomendas pra fazer e as 5:00 ela viria buscar Sophia.

   Agora eu sei o porquê de toda aquela bagunça. Sophia não é o tipo de bebê que curte tudo organizado.

—  Você não se cansa de se arrastar pela casa toda, Sophia? —  Pergunto a coloco sentada no tapete da sala, mas rapidamente ela sai.

  Não para mesmo quieta, penso.
Ela olha pra tudo que chama a sua atenção e faz um barulho de carro com a boca sem parar.

—  Achou mesmo que eu ia a essa viagem sem você? — Diz me assustando.

  Fico surpresa por ele não ter ido, mas logo dou um sorriso por saber que ele ficou por mim.

—  Vai perder um dia legal e divertido. —  Aviso. Sinto seu toque em meu ombro e me viro lhe dando um beijo.

—  Não seria um dia legal e divertido se não tivesse isso. — Distribui selinhos pelo meu rosto me fazendo rir.

Nós olhamos para o chão e vemos Sophia sentada próximo aos nossos pés nos observando atentamente.

—  Parece que tem alguém tão curiosa quanto você. —  Pega ela.

—  Por que nós não vamos à casa da dona Marta? Faz um tempo que não vamos visita-la.

Dona Marta foi minha professora de piano quando eu tinha 15 anos, mas infelizmente ela parou de dar aulas devido a uma doença causada pela compressão do nervo mediano que passa por um canal estreito do punho chamado de túnel do carpo, que tem como sintomas a dormência e o formigamento nos dedos e nas mãos. Sempre que Ben e eu podemos vamos lhe visitar. Dona Marta tem em torno de 40 anos e apenas um filho chamado Diogo, que passa o dia inteiro trabalhando, o que torna ela bem solitária durante o dia.

Meu destino me pertenceOnde histórias criam vida. Descubra agora