the end of the end

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  As coisas têm fim, por mais boas que sejam foram criadas com um propósito: começarem, evoluírem e acabarem. É um ciclo sem volta tal como nós somos pessoas que nascem, lutam, choram e sorriem para no fim morrer.

  Mas a esta altura do campeonato, como costumam dizer, já é tarde para falar do início do fim.. Este deu-se à meses quando todas as complicações vieram ao de cima mais rápido que um balão de ar quente.

  Sempre nos caracterizei e ao nosso amor como tartarugas longe de lixo do oceano, a viver a sua vida onde cada passo definia o rumo a tomar. Onde cada decisão implicava corpo, mente e alma. E onde todos  julgavam e criticavam pela forma como nós vivíamos em paz com o nosso mundo.

  Hoje em dia procuro e busco em diferentes línguas formas para caracterizar o nosso amor, mas a única coisa que consegui obter até a agora foi o seguinte: 

       "Impossível encontrar resultados para algo perdido."

    Algo perdido?  É isso que nós somos? Cabe a mim caracteriza-lo a partir de agora..

   Superamos todos os mistérios por detrás das bermudas, somos mais difíceis que um problema de matemática. E acredita eu sei que a matemática nunca foi o teu ponto forte.

   Tu sempre foste um tudo para mim, mas esse tudo em dias foi me tão pouco.. Sonhei e criei planos infinitos cheios de variáveis para o nosso futuro, cheios de irregularidades mas foram criados com uma enorme quantidade de esperança depositada. Agora que o nosso fim chegou eu não sei o que fazer.. Sempre tive solução para todos os problemas recorrendo por vezes até à própria indiferença, mas eles sempre foram fáceis de meter um ponto final. 

  Atualmente preciso de um curso de como fazer pontos finais, preciso de um para o nosso amor, preciso de outro para a nossa história, não esquecendo que preciso de outros para cada um dos sonhos com os nossos dias de glória, preciso de mais para bloquear as memórias e preciso de montes deles para impedir a saudade. Uau, sinto que fiquei sem lápis a meio dos sonhos com os dias de glória, ou se calhar acabei por perder a mina nas memórias..

  Sei que tens uma vida e queres seguir com ela, sei que queres ser feliz com outras pessoas, mas por vezes olhas pra trás e pensas "ela ainda está lá.." e ao pensares isso tens medo de me magoar. Não me vais magoar ao seres feliz, não há mais nada a destruir nesta rocha exposta a agentes erosivos. Não és o meu agente principal mas contribuíste para este desfasamento.

  Mas sabes? Há que ser feliz e sorrir ao mundo porque não sabemos quando o nosso fim vai chegar.

  Por isso está aqui uma carta para ti, do dia em que te deixei partir:

   "Anuncio aqui a minha última carta para ti.

    Sei que não é fácil esconder a ardência de apagar esta chama que habita em nós. Sei que vai doer e que as minhas lágrimas não vão apagar este incêndio. Mas chegou a altura de te deixar abrir asas e voar.. 

    És uma pequena borboleta que eu guardei na minha mão e não deixei ir. 

   Agora fecho os olhos com imensa força e estico a mão, assim, liberto-te no campo mais florido da cidade. Liberto-te de mim porque sei que já não és mais feliz aqui.

    Em tempos fui a razão da tua vida e a razão de sorrires cada dia mais, agora sou a razão do choro e da dor e lamento por isso.

  Desculpa, é a palavra que me resta dizer nestes últimos momentos trágicos. Podia enumerar razões para ficares comigo mas palavras não movem montanhas. Mereces o teu tempo, mereces uma vida, uma verdadeira vida com objetivos e eu sou uma condicionante a isso.

   Não é um adeus, pelo menos não completo, parte de mim despede-se hoje de ti mas lembra-te que quando algo morre outra coisa nasce. Talvez devesse pensar melhor neste final mas já não há mais tempo para nós.

  I need to let you go.
  Goodbye, to the person that I most loved in my life.

                                                                                   2203                                                                                   "


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