- Tchau, Char! - minha família despede-se de mim enquanto eu desço do carro, em direção ao colégio. Eu retribuo o adeus e aumento o passo porque estava quase atrasada, de novo.
Entro na minha sala e sento-me no meu local de costume. Meus olhos varrem a área, a procura de Mary, mas nem sinal da ruiva. Lembro-me de ontem, quando ela disse com os olhos arregalados que precisava ir embora, no meio do intervalo. Eu tentei perguntar o porquê mas ela simplesmente saiu correndo, com a mochila balançando na sua costa.
Estava começando a ficar preocupada. Do jeito que eu sou curiosa, iria ficar pensando o dia inteiro sobre alguma hipótese do que tenha acontecido. E quando eu visse Mary, ah... Ela ia responder todas as perguntas que estavam na minha mente.
A campainha de início das aulas bate e todas se posicionam para mais um dia de aula.
~•~
Estou sentada em uma mesa, perto da cantina, com o pensamento longe; mais precisamente em Mary.
- Oi - alguém diz e eu salto no banco, levei um baita de um susto, e coloco uma mão no meu peito, verificando se meu coração ainda batia. Olho para a pessoa e identifico o Joe. Ele está rindo de mim, quero mandá-lo calar a boca porque aquilo não foi engraçado.
- Você quase me matou! - eu guincho, retomando minha voz. E ele continuava a rir - Para de rir! - eu quase gritei. Ele acalma seus risos e olha pra mim.
- Desculpa, não era a intenção - ele disse.
E eu começo a rir de mim mesma por ser tão assustada.
- E então? Tudo bem? - ele pergunta. Eu assinto e retribuo a pergunta, que teve como resposta um sim.
Conversamos o intervalo inteiro sobre besteiras; comida, música, filmes etc. Estava feliz por estar falando com alguém sem me sentir mal.
~•~
O resto das aulas foram tão empolgantes como ouvir a "Voz do Brasil". Fiquei entediada a maioria do tempo e agradeci à Deus quando foi anunciado o final das aulas. Saí contente pelo corredor, até que percebi alguém caminhando ao meu lado. Olho para a pessoa e minhas sobrancelhas ficam franzidas imediatamente. Não conhecia a menina loira que me acompanhava. Continuei caminhando e ignorei a figura.
- Hmm... Você é a nova amiga do Joe. - ela simplesmente disse.
- Eu não acho que a palavra certa seja "amiga" - Eu digo, finalmente reconhecendo a loira de olhos azuis. Era a menina que estava sentada com Joe no intervalo, um dia desses.
Ela ri um pouco.
- Só o fato dele ir falar contigo já te faz uma amiga. E se você é amiga dele, também é minha - ela diz, colocando uma mão a minha frente, em sinal para eu apertá-la. O faço, sorrindo, e continuamos andando. Bem, se ela diz que sou "amiga" dela, o que posso fazer?
- Qual seu nome? - eu pergunto.
- Rose. - ela responde, e quando eu ia falar o meu, ela interrompe-me. - Já sei o seu. Charlotte. - eu rio.
Parece que alguém andou falando de mim para seus coleguinhas.
~•~
Chego em casa exausta. Meus pais tinham alguma coisa para fazer (a qual eu não lembro), por isso não iam poder me buscar na escola. Então vim a pé; o que me fez descobrir que estou completamente fora de forma e que apenas uma caminhada poderia acabar comigo. Ugh.
Faço minhas tarefas e vou pro meu quarto, jogo-me na cama e fecho os olhos.
Achei que tinha adormecido, mas algo fez-me acordar: o barulho de vidro sendo partido. Não podiam ser os meus pais, pois ainda não era hora de eles chegarem; nem meus irmãos, porque vinham com eles.
Acalmei minha mente, pensando ser apenas algum gato ou qualquer animal bagunceiro. Tento relaxar, mas o barulho de coisas sendo quebradas no andar de baixo se repetiu.
"Um gato não pode fazer isso" eu pensei.
Reunindo toda a coragem que eu tinha, levantei da cama e andei lentamente, sem fazer barulho audível, até o topo da escada. Olhei para baixo, mas só tinha uma visão parcial da cozinha. Se quisesse descobrir o que estava acontecendo teria que descer completamente.
Meus pés me guiaram pela escada, e eu comecei a sentir arrepios por todo o meu corpo, sem motivo evidente. Suspirei e voltei a descer.
Quando, finalmente, cheguei à base da escada, o que vi fez o batimento do meu coração disparar.
-•-
Bem, espero que estejam gostando da história. Se preparem porque o próximo capítulo tá ó huahuahua beijos na bunda.
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My Peace in Hell
RomanceO mundo já não é o mesmo. A vida na pacata cidade de Marsytown mudou. Para todos os cantos, tudo que você pode ver são rostos melancólicos, implorando por socorro. Nota da autora: Essa história surgiu na minha mente através de um sonho, e imediatame...