27_ Acertou coração!

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Matheus continuou me abraçando por um tempo até Lipe o catucar e ele se abaixar para ouvi-lo.

- O que vai acontecer agora? Mamãe não vai mais chorar? - O menino pergunta com o mesmo brilho nos olhos que estava quando chegamos.

- Não. Mas não vai ser tão fácil... quero que cuide da mamãe. Posso contar com você? - Lipe assente sorrindo e depois se vira pra mim. -  Obrigado Isa. Você é um anjo né? - Ele pergunta me fazendo rir.

- Não, não sou. - Respondo sorrindo.

- É sim. - Matheus coloca o braço sobre meus ombros. - É o anjo que Deus colocou na minha vida. - Ele me da um beijo na cabeça e eu acabo sorrindo com isso.

A mãe de Matheus veio até nós e devolveu o celular do Matheus.

- A Polícia já está a caminho. - Ela fala e olha pra mim. - Eu... eu nunca vou ter como te agradecer. - Ela me abraça novamente. - Me desculpe pelo tempo que fiz você perder aqui comigo.

- Não foi perda de tempo alguma. - Sorrio. - Foi um prazer conhece-la.

- O prazer é todo meu. - Ela sorriu.

Ficamos um tempo esperando até que a polícia chegasse. Assim que a sirene soou pela rua, o homem finalmente acordou.

- O que... o que houve? AH! - Ele da um gemido ao por a mão na cabeça e provavelmente sentir dor.

- Vieram te buscar. - Matheus fala calmamente e o homem arregala os olhos.

- O que??? Não!! - Ele levanta desesperado e vai até a porta. Porém, ao abri-la deu de cara com a polícia que já reagiu o algemando.

Aquela cena foi triste. A mãe de Matheus parecia querer chorar ao vê-lo sendo levado, porém permaneceu firme e abraçou seus filhos.

Eu nunca havia presenciado tal cena, mas eu não me arrependi de ter ido.

Depois de toda a confusão, eu e Matheus já estávamos na porta do apartamento prestes a ir embora.

- Sempre que precisar de algo, me avise, ok? Eu venho na hora ou dou um jeito de mandar algum dinheiro. - Matheus fala enquanto acariciava o cabelo de sua mãe.

- Pode deixar meu filho. E obrigada por tudo. - Ela o abraça uma última vez e depois se vira para mim.

- Obrigada novamente. Espero te ver mais vezes. - Ela sorri. - O que você cursa?

- Enfermagem.

- Nunca pensou em ser psicóloga? - Ele pergunta me fazendo rir. - Até mais querida. - Ela me da um último abraço e depois vai até o ouvido de Matheus e sussurrou. - Ela é a pessoa certa para você. A faça feliz. - Acabo escutando e sinto minhas bochecha queimarem.

Eles se despediram e logo eu e Matheus saímos de la e voltamos ao carro.

Entramos e ele ficou um tempo olhando para frente sem dizer nada. Eu não o interrompi... Acho que ele precisava muiyo pensar.

Ele continuou um tempinho em silêncio até que suspirou e se virou pra mim.

- Isa, eu... - Ele olha para as mãos e depois olha para mim de novo. - Eu não sei nem o que dizer depois do que fez por mim e por minha mãe.

- Você não tem que me dizer nada e nem precisa se sentir em dívida.

- Como não vou me sentir em dívida com você?

- Eu fiz o que fiz porque é o certo. Porque você é meu amigo e eu me importo. Porque eu não suporto ver nenhuma mulher sofrer na mão de homem nenhum! - O encaro.

- Eu espeto um dia poder recompensar. - Segurei sua mão.

- Não se preocupe com isso. Ver o sorriso no rosto da sua mãe, do Lipe e no seu rosto já me recompensaram. - Sorrio pra ele. - Tem um sorriso muito bonito.

- Você é que tem o sorriso mais lindo que já vi. -  Ele fala me olhando e eu sorrio timidamente.

Foi meio que automático, nós nos aproximamos devagar até que faltavam poucos centímetros para nossos rostos se chocarem. Muitas emoções me invadiam naquele momento, eu estava em plena sinestesia e não conseguia nem pensar no que estava fazendo.

Quando eu pensei que finalmente iríamos acabar com o espaço que nos separava, Matheus me surpreendeu. Ele colocou sua mão na minha bochecha e sorriu pra mim. Logo depois me deu um beijo na testa e e me encarou.

- Eu te respeito. Nunca uma garota despertou em mim o que você desperta. E eu não quero te tratar como tratei as outras. Não posso perder esse anjo que caiu na minha vida. - Ele fala sorrindo e eu sinto que fiquei ainda mais vermelha.

Eu estava totalmente surpresa. Eu nunca esperaria por aquilo vindo dele e... naquele momento tive absoluta certeza de que gostava dele. E talvez ele não fosse um idiota como eu imaginava.

Você acertou coração! Pela primeira vez!

Matheus se afastou de mim e logo deu partida no carro. No meio do caminho senti minha barriga roncar e vi no celular que eram 13h45. Já tinha super passado da hora do meu almoço.

Eu não disse nada, apenas estava esperando Matheus nos levar de volta a República para que eu pudesse comer. Porém Matheus não fez isso.

Ele entrou numa rua e parou em frente a um restaurante todo feito de madeira, era bem rústico.

- Ta com fome né? - Ele ri.

- Um pouco. - Rio junto com ele e nós saímos do carro.

Matheus seguiu para dentro do restaurante e eu fui atrás dele apenas analisando o local. Era muito bonitinho! Vários quadros, tudo feito com madeira, bem colorinho e ao mesmo tempo bem humilde. Era confortável e agradável.

Matheus me levou até uma mesa perto da parede em que havia uma quadro da Monalisa fumando.

- Eu não é luxuoso, mas era o lugar favorito do Lipe. Vinhamos eu, ele e minha mãe. - Ele sorri encarando o lugar.

- É uma gracinha. - Sorrio pra ele.

- Então, você sabe bastante sobre mim e minha família, mas eu não sei absolutamente nada sobre você e a sua. - Ele ri.

- Ah... Não tem muito o que saber. Somos uma família comum, morei toda minha vida com meus pais e minha irmã mais nova que é completamente maluca por coreanos. - Falo e ele ri.

Meu celular apitou e eu vi que era uma mensagem de um número desconhecido no meu whatsapp. Abri a foto do perfil e reconheci facilmente o Nicolas nela.

Abri a mensagem e li.

Nicolas- Oi Isa! Quando chegar, da um pulinho aqui no jardim de trás. Tenho uma coisa pra você.

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Continua...

Eu Não Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora