Londres, 10 de Setembro de 1939
Acordei com o som de uma batida forte na porta. Virei-me para o lado e pude ver Emily abrir os olhos.
Emily: Quem será a esta hora?
Olhei para o relógio de pulso que estava em cima da mesinha de cabeceira e arregalei os olhos quando reparei que eram 5 e meia da manhã.
Eu: Não sei.
Levantei-me da cama e vesti uma camisa.
Emily: Eu vou contigo.
Eu: Não é preciso, fica aí. Não demoro nada.
Vesti rapidamente umas calças assim que ouvi baterem de novo à porta com mais força do que a primeira vez.
Eu: Já vou. - Gritei eu do quarto. Cheguei-me perto de Emily, depositei-lhe um beijo nos seus lábios e disse - Volto já amor.
Emily: Está bem.
Caminhei pelo pequeno corredor em direcção à porta. Abri a janela da mesma e vi dois soldados do lado de fora.
Apressei-me a fechar a janela e a abrir a porta para trás.
Eu: Bom dia, em que posso ajudar?
***: Liam Payne?
Eu: O mesmo.
***: Isto é para si. - Disse esticando-me um papel dobrado em três.
Desdobrei-o e comecei a ler. Os meus olhos arregalaram-se, o meu coração apertou e começou a bater depressa.
***: Encontre-nos no fundo da rua, daqui a meia hora.
Eu: Lá estarei.
Os dois soldados viraram-me costas e foram-se embora até ao fim da rua.
Assim que não os vi mais fechei a porta e comecei a caminhar em direcção ao quarto.
Emily começou a perguntar inúmeras vezes que papel é que eu tinha na mão, mas nem resposta lhe dei.
Caminhei para o meu guarda-fato, tirei uma mala verde escura do topo do mesmo e comecei a colocar roupas dentro da mesma.
Emily: Porque estás a fazer a mala Liam?
Liam: Lê.
Estiquei-lhe o papel e ela agarrou-o. Enquanto ela lia-o e começava a chorar eu continuei a juntar roupa dentro da mala.
Emily: Liam não podes ir.
Eu: Emily, ouve-me. - Agarrei as suas mãos e disse - É o meu dever enquanto cidadão, enquanto homem. Eu tenho de ir.
Emily: Não me podes deixar agora, não agora Liam.
Eu: Lamento Emily, mas vou ter de ir.
Emily sentou-se na cama a chorar. Passei a minha mão nas suas costas e agarrei na mala.
Caminhei para cozinha e comi um pedaço de pão. Com toda esta história a fome tinha-se ido.
Emily é o amor da minha vida e eu não a quero deixar sozinha agora que ela perdeu o seu pai, a única pessoa que lhe restava. Vai custar tanto a ela como a mim, mas é o meu dever e eu não posso desiludir o meu país.
***
Neste momento estou numa carrinha com alguns dos outros recrutas chamados para o mesmo. Todos nós deixámos família para trás, pais, irmãos, mulheres e há mesmo quem tenha deixado filhos. Mas nós sabíamos que uma guerra estaria para chegar, não tão cedo, mas sabíamos.
Quando contei aos meus pais, o mundo desabou por completo. Nunca antes tinha visto a minha mãe chorar nem mesmo o meu pai. Sabiam que não havia volta a dar, sabiam que eu tinha de fazer isto, e que se eu não fizesse a bem que me iam obrigar.
Este tem sido o pior dia da minha vida. As lágrimas, os gritos, o choro, a respiração descontrolada de Emily ainda estão bem presentes na minha memória. Mas eu vou fazer isto também por ela. Para que possamos, quando isto tudo acabar, ser felizes como nunca fomos.
⊿ Continua...

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The Soldier | L.P.
Fanfiction"Nenhum soldado ganha a guerra dando a vida pelo seu país, e sim fazendo com o inimigo dê a vida pelo seu." - George Smith Patton Esta é a história de um jovem que vai com o exército para a 2ª Guerra Mundial. Mas como tantos outros, ele deixa para...