CAPÍTULO III - A primeira vista.

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POV ANASTÁSIA

Quando entrei no bar e sentei-me a contra gosto ao lado de minha melhor amiga Katerine Kavanagh, eu percebi no mesmo instante que havia feito a escolha errada. Deveria mesmo era ter ficado em casa no aconchego do meu quarto, no calor de meus lençóis e de minha cama, devorando um balde de pipoca coberto com chocolate e chorando ao assistir um romance, cheio de emoção, no catálogo da Netflix. As pessoas enchendo a cara, os homens forçando contato, as mulheres oferecendo-se e entregando-se em bandejas à desconhecidos, outros praticamente se comendo e a música muito alta fez com que o arrependimento me acertasse como um banho de água fria. Eu definitivamente não devia está aqui!

— Eu jamais deveria ter deixado você me convencer a vir aqui. — Comecei saudando-a com uma jorrada de reclamação. Não consegui evitar. Logo em seguida suspirei pesadamente e dei a Kate um olhar frustrado. — Somente as solteiras mais desesperadas vêm a este lugar, esperando serem 'fisgadas' por caras que não valem o tempo e elas se oferecem descaradamente e desinibidamente até conseguir um desconhecido qualquer. — Resmunguei porque após mencionar o óbvio quis enfatizar para a minha amiga que eu não estava desesperada, tão pouco para me submeter a tanto. Pelo menos ainda não, de qualquer maneira.

Vi quando Kate olhou-me com visível reprovação, torceu a boca e revirou os olhos enquanto dava um longo e vigoroso gole em sua bebida enfeitada com um limão e um pequeno guarda-chuva presos à borda do copo.

— Ah Ana. Querida não reclame. Não haja como uma velha chata. Você precisa se divertir. E eu consegui meus últimos cinco encontros aqui.

Seu argumento não me animou nem um pouco, pelo contrário só fez com que eu me arrependesse ainda mais por ter vindo.

— Esse é o ponto. — Ergui minha bolsa da mesa, sem afastar meus olhos da multidão, estava pronta para levantar e fazer meu caminho de volta para casa, mas uma Kate determinada pôs as mãos em meu braço e me segurou em meu lugar, impedindo-me de levantar. Droga!

— Anastásia Olympia Steele, nem pense em sair daqui. Eu a proíbo. — Sua voz instantaneamente adquiriu um tom mais sério. — O que você vai fazer em casa? Humm? Trabalhar até meia noite? Ou pior, vai ficar choramingando com aqueles filmes ruins, devorando um monte de besteiras ? Não, senhora! Você vai ficar exatamente onde está. Você precisa de uma noite de distração, precisa beber algo vem forte e limpar a sua mente de tudo que vem acontecendo nos últimos dias desde a morte de Eva.

Mais que merda! Como Kate conseguia fazer isso ? Ela sempre tinha um argumento certo que me acertava sempre em cheio, como um trem de carga.

— Eu não tenho tempo para distrações Kate.— Retruquei — A inauguração do meu Hotel será daqui a apenas sete semanas, e não estamos sequer na metade do projeto. E o banco está comendo meu juízo e respirando no meu pescoço. — Meu tom de voz era quase um lamento. A alguns dias eu mal sabia por onde começar, com todas as coisas que eu eu tinha que cuidar e agora que havia decidido, me sentia prestes a enlouquecer. Eu estava sozinha nessa e sobrecarregada ao extremo. A execução desse meu valiosissimo projeto acabou por esta sendo demorada demais e mais frustrante do que eu imaginava. Ainda bem que desde muito cedo eu conseguia ser muito boa em multitarefas, caso contrario eu teria abandonado tudo isso há muito tempo.

— Transformar a casa em um hotel não é um trabalho para uma pessoa só Ana. Eu lhe disse isso antes mesmo de você começar o projeto. — A crítica de Kate foi acentuada pelo franzir de sua testa. Suspirei cansada, porque eu tinha plena consciência disso, mas a alternativa não era uma opção. Eu não tinha com quem partilhar meus sonhos, com quem contar quando as coisas ficavam complicadas, eu simplesmente não tinha mais ninguém além de mim mesma. E precisava seguir adiante... Kate era minha melhor amiga, e eu sabia que podia contar com ela para muitas coisas, mas eu não podia trazê-la para toda essa bagunça, não seria justo com ela. Minha vida estava um verdadeiro tormento e eu driblaria toda essa tempestade sozinha. Estava convicta disso!

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