Capítulo 1 - Sonhos são versões distorcida da realidade

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data: 16/02/2016

Minha festa de 19 anos, é noite e eu estou com um vestido de seda vermelho, meu pai Carson e minha melhor amiga Verônica planejaram tudo. Nosso jardim está lindo, cheio de luzes pisca- pisca, balões coloridos na piscina, e muito dos meus amigos espalhados pelo jardim cantando o parabéns

- PARABÉNS PRA VOCÊ NESSA DATA QUERIDA... - o coro sobressaia a música da festa, enquanto eu olhava sorrindo todos a minha frente, e meu pai me abraçava de lado sorrindo pra mim.

Estava tudo quase perfeito, a única coisa que eu sentia falta é da minha mãe Latanya, mesmo depois de 4 anos após o acidente de carro eu ainda sentia falta dela. Verônica sempre esteve do meu lado, muito antes do acidente, nos conhecemos desde os 12 anos, foi no colégio, ela tinha acabado de chegar, toda acanhada, não tinha feito nenhum amigo, até eu ir falar com ela, eu tinha muitos amigos, ainda tenho mas sem dúvida Verônica vale mais que todos eles pra mim.

Fui tirada dos meus pensamentos pela voz da Verônica que usava uma saia rodada e uma blusa azul marinho decotada nos seios e seu cabelo loiro preso em uma trança.

- Faz um pedido..., anda rápido - eu sorri e apaguei as velas de número 19 e todos aplaudiram. O que eu pedi? Na verdade não tinha muito oque pedir, estava tudo ótimo, eu estava feliz, então desejei que todos também estivessem.

- UHUUUUUU - gritei - Vamos pessoal a festa ainda não acabou - assim a festa deu continuidade, cortei o bolo e distribui alguns pedaços, mas então Verônica me chama.

- Lilly vem, tenho uma surpresa pra você - a olhei intrigada.

- Mas e o bolo? - disse apontado com a espátula que estava em minha mão.

- Deixa filha eu termino isso - meu pai disse, eu sorri e lhe entreguei a espátula, Verônica já estava me puxado pela outra mão.

- Nenhuma dica ? - perguntei com meu par de olhos âmbar pidão.

- Deixa de ser curiosa Lilly, vem logo - ela me arrastou pra floresta que tinha atrás da casa do meu pai - tá fecha os olhos e não abra antes de eu dizer, ok? - disse após uma pequena caminhada a dentro da floresta

- Está bem - disse emburrada, colocando as mãos na frente dos olhos. O som da música estava longe o suficiente para ser abafado pela nossa voz - mas não vejo nada de especial que possa ter aqui na floresta - escutei seus passos saindo do meu lado e parando em minha frente - e então posso abrir? - perguntei já tirando a mão de frente os olhos.

- Surpresa! - disse, e quando eu vi, meu coração bateu mais rápido do que nunca.

- O que é isso Verônica? - ela apontava uma arma na minha direção a poucos passos distante de mim - você está me assustando - disse soltando um riso nervoso, meus braços estavam soltos do lado do meu corpo.

Eu nunca tive medo de morrer, mas a idéia de que eu poderia morrer por um tiro que seria disparado pela minha melhor amiga me fez estremecer.

Sempre gostei de aventuras e adrenalina então se fosse pra morrer,morreria fazendo algo que gosto não por um tiro, foi por isso que escolhi fazer faculdade de turismo, sempre conhecendo novos lugares, escalar montanhas, esquiar esse tipo de coisa. Já havia completado meu primeiro ano na faculdade, começaria o segundo ano daqui uma semana.

O barulho da arma destravando me fez tremer.

- Já faz tempo que eu não suporto mais você - ela diz com nojo em sua voz - esse seu jeito todo perfeitinho, como se fosse dona do mundo - sorriu maliciosa - mas você não passa de uma garota órfã e mimada - eu estava decepcionada, ouvir aquilo da minha melhor amiga, ainda mais com ela apontando a arma na minha cabeça - E seus olhos? todos sempre marcam você só por conta dessa genética estranho que te vez ter esses olhos quase amarelo - podia sentir todo o rancor que ela tinha por mim.

Como ela pôde? 

- Verônica do que você está falando, você é minha melho...

- Eu te odeio - gritou me interrompendo.

Tenho certeza que suas palavras eram mais doloridas do que o tiro que ela provavelmente me daria.

O som que vinha da casa não estava tão longe, mas sua voz era bem alta.

- Você sempre fez de tudo pra ter atenção, mas agora, agora vai ser diferente... - sorrio maliciosa - Depois da sua morte, vão falar de você por alguns dias ou semanas, mas depois... tststs - balançou a cabeça em negação ainda sorrindo maliciosa - Nunca mais vão falar de você...

- VERÔNICA - gritava como se minha voz fosse chamar atenção de alguém na festa - POR FAVOR NÃO... - mas já era tarde demais, ninguém ouviria, estão todos felizes e se divertindo, ninguém nunca imaginaria que essa cena terrível estaria acontecendo a pouca distância deles.

Ela apertou o gatilho e o som da arma me fez erguer as mãos como forma de proteção.

Tudo aconteceu em câmera lenta, a bala vindo em minha direção, pude ver cada detalhe. E antes da bala me atingir consegui ver algo atrás dela brilhar no chão.

Eu acordei num pulo, com a respiração acelerada, senti meu rosto molhado e percebi que lágrimas rolavam pelas minhas bochechas.

Eu sonhei...
Ou melhor, eu tive um pesadelo.

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