Já faz mais de 20 minutos que eu estou sentada na minha cama encarando o nada e repassando tudo que aconteceu no meu sonho.
Olhei pela janela que dá para o jardim e vi que o sol acabará de nascer, esfreguei as mãos nos meus olhos e encarei meu despertador, são 5:48 da manhã isso significa que hoje é terça feira 16 de fevereiro meu aniversário. O que me faz pensar que meu pai nunca organizaria uma festa no meio da semana, então significa que meu pesadelo é apenas um pesadelo.
Me levanto ainda pensativa e vou direto pro banheiro. Com os poucos feixes de luz que atravessam a janela do banheiro, eu me olho no espelho procurando vestígios de uma possível bala no meio da minha testa. Pareço uma louca, mas foi tão real.
Lavo meu rosto, e arrumo meus cabelos em um coque, vou até o box e ligo o chuveiro, tiro meu pijama e entro em baixo d'água.
A água está fria, mas eu não me importei.
Em uma das minhas viagens para a Noruega, onde fui visitar minha tia Jonna, era a época do inverno e acabei fazendo uma das maiores loucuras da minha vida, mergulhei em um rio que estava -6 graus, fez me sentir viva, acordou todos os meu sentidos.
Enquanto a água fria escorre pelo meu corpo eu me lembro novamente da arma apontada em minha cabeça.
Suspiro alto.
Não faço idéia de como vai ser minha reação ao ver Verônica mais tarde, eu tenho certeza que ela nunca faria isso comigo, então não faz sentido algum continuar tão assustada.
Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha, vou para meu quarto e procuro nas gavetas do meu armário um conjunto de calcinha e sutiã preto, juntamente com meu colar de prata com uma pedra âmbar no centro que eu no o tiro por nada, já que foi minha mãe que havia me dado um dia antes do acidente.
A luz do amanhecer já dominava todo o meu quarto, fui até a janela e abri, respirei fundo o ar da manhã.
A manhã estava agradável, apenas com uma brisa gelada que balançou alguns fios de cabelos soltos no meu rosto. Nada muito frio.
Olhei para a floresta, mas uma parte específica me chamou atenção, a mesma parte onde meu pesadelo aconteceu, vi o negócio brilhante no chão.
Então minha visão escureceu, e eu me vi lá, de novo, com a arma apontada na minha cabeça e a Verônica rindo.
Pisquei voltando a realidade em poucos segundos, e ainda estava lá, no chão, brilhando.
Eu tenho que ir, eu preciso saber.
Corri para o andar de baixo, passei pela porta dos fundos que tem na cozinha para o jardim, exitei por um momento quanto olhei para baixo e percebi que ainda estava de calcinha e sutiã, pensei por um momento...
- Quem se importa ninguém vai me ver - disse pra mim mesma.
Desci os poucos degraus da varada e senti a brisa gelada batendo conta o meu corpo, mas continuei.
Já afastada um pouco da casa, me virei e vi a janela do meu pai, as cortinas ainda estavam fechadas, sinal de que ele ainda está dormindo.
Me virei novamente para a floresta e continuei andando, meus passos eram rápidos e largos, minha curiosidade gritava conforme eu me aproximava.
Já adentro da floresta eu sentia a textura das folhas das árvores ásperas em baixo dos meus pés descalços, o único som que escutava era minha respiração acelerada e os galhos rangendo conforme eu pisava no chão.
Estava só a alguns passos de distância do que me causava curiosidade, mas ainda não conseguia ver por conta da terra e das folhas que estavam por cima. Meu peito subia e descia junto com meu colar.
Enfim cheguei mais próxima, e abaixei a poucos centímetros do objeto, estiquei meu braço e comecei a tirar as folhas de cima do brilho, peguei em minhas mãos e senti o gélido do metal e estremeci.
Em minhas mão eu tinha um anel, mais parecido com uma aliança, por fora tinha uma trilha preenchida com um cristal âmbar, e por dentro, uma escrita com uma data no final, me levantei e aproximei o anel de meus olhos para poder enxergar melhor.
- 23/04/1978, a data do nascimento da minha mãe - passei a ponta da minha unha nós números grifados, e depois me foquei na escrita - Que tipo de línguagem é essa? - perguntei pra mim mesma, eu sabia falar muitas línguas, inglês, francês, espanhol, até mesmo latim, mas essa não me faz o menor sentido, só me restou tentar ler - Diktatu ondoren, ez da ezer itzuliko, itxi ondoren, ez da ezer izango, egindakoa, ez da barrutia... izango, hatza jarri eta egingo da. - com dificuldade pronunciei, se é que está certo.
Observei mais uma vez.
É bem bonito na verdade, combina com o meu pingente, olhei para o mesmo e depois para o anel, e coloquei no dedo médio da mão esquerda, analisei
- Até que ficou bonito - olhei mais alguns segundos e puxei do meu dedo para tirar, mas não sai... - mas que merda -, disse enquanto puxava do meu dedo.
Tentei mais 3 vezes tirar do meu dedo mas nada.
- Que porra - quando tentei pela quarta vez um círculo de luz surgiu em volta de mim. Analisei com certo espanto nos meus olhos e abaixei as mãos, e tentei sair do círculo, mas meu corpo foi barrado como se tivesse uma barreira invisível.
O luz ficava cada vez mais forte, já não conseguia ver direito, então coloquei a mão sobre meus olhos, ainda tentando ver o que estava acontecendo. Um vento muito forte sobrou o que me fez estremecer já que estava apenas de calcinha e sutiã. Já sem tentar mais enxergar, fechei os olhos de uma vez por alguns segundos e quando abri, a última coisa que eu pude ver foi a janela do quarto do meu pai sendo aberta e então escuridão...
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Quem eu sou?
RandomLilly Stone Rivera mora em Colorado uma cidade Norte-Americana junto com seu pai Carson, infelizmente agora sem a sua mãe Latanya que faleceu após um terrível acidente de carro. Dia 16/02/2016 irá completar seus 19 anos, mas mau sabe o que lhe aguar...