Enquanto eu ainda estava deitada no cavalo, Ducan caminhava ao nosso lado em silêncio enquanto guiava Níger pelo caminho.
Mil pensamentos vinham em minha mente, oque fazia minha cabeça doer um pouco mais.
Eu não consigo me recordar de nada, mas eu tenho certeza de que eu estava pronta para sair daqui, eu estava com o anel em minhas mãos.
Estendi a mão na altura do meu rosto, e ele estava lá, como se nunca tivesse saído, eu o giro no meu dedo, com meu polegar.
- Que belo presente de aniversário - digo debochada e sem ânimo.
- É seu aniversário?
Ops... pensei alto demais.
Levanto meu tronco me apoiando com as mãos no cavalo ficando sentada agora, olho para Ducan o analisando, por um momento lembrei que ele mentiu para mim, mas por algum motivo me sentia segura com ele. Por fim respondi:
- Sim... completo 19 anos - Um sorriso aparece no seu rosto e eu volto a me deitar desanimada.
- Por que não disse antes? - sorri fraco.
- E que diferença faria? - minha bochecha está esmagada sob as costas da minha mão apoiada no cavalo fazendo meu bico desanimado ficar um pouco maior - Eu estou aqui presa nesse outro mundo, com pessoas que eu nem conheço e sem minha família e sem esquecer que minha cabeça dói - talvez eu esteja fazendo um pouco mais de drama que o necessário.
Quando eu olho para Ducan vejo que se segura pra não rir de mim.
- Acha graça não é? - dou um soco em seu braço forte, ele fingi uma cara de dor e esfrega sem braço.
- Depois que você passar pela curandeira, que tal tomar alguma coisa - faço uma cara de nojinho pois me lembro do mingau de mais cedo, ele percebe e diz - Prometo que dessa vez a aparência vai ser boa... Então, você aceita tomar uma bebida comigo senhorita Stone? - eu sorrio e o provoco um pouco.
- Humm não sei... - eu o olho com indiferença, seu sorriso some um pouco, consegui a reação que queria então continuo - Vou ter que dar uma olhada na minha agenda, sabe como é, tenho muitos compromissos... - ele entende e ri de verdade e eu o acompanho.
__
Quando chegamos ao cercado onde fica os cavalos Ducan me ajuda a descer do Níger e eu já me sinto melhor pois consigo ficar em pé.
Fico encostada na cerca enquanto Ducan tira a manta do cavalo e a pendura na cerca ao meu lado.
Ele vem até mim e passa a o braço pela minha cintura me pagando de surpresa, em seguida ele pega meu braço e coloca em volta do seu pescoço. Dessa vez eu não recuso sua ajuda, mas confesso que sentir o toque de sua mão em mim é um pouco desconcertante.
Ele está muito próximo, seu cheiro me intoxica, ele é uma cabeça mais alta que eu mas ainda assim consigo sentir sua respiração no meu pescoço, mechas de seu cabelo fazem cócegas na minha bochecha.
Enquanto caminhamos eu tento quebrar o silêncio um pouco constrangedor que se instalou, pois eu tenho certeza que ele também não está indiferente com essa aproximação.
- Eu acho que não preciso ir ter com a curandeira... Foi só um corte - ele não me dá ouvidos e diz:
- Além de curiosa é teimosa... Tem mais alguma coisa que eu precise saber - eu seguro a risada e fingo que estou ofendida colocando minha mão livre contra o peito.
- Eu só tenho qualidades, sou a mulher perfeita - não aguento mais o riso, e ele ri junto.
- Tá bom senhorita perfeição, mas eu digo que você precisa ver como está esse corte então pronto.
Me dou por vencida e deixo ele me guiar até a enfermaria.
A sala da cura ficava dentro do Quartel, enquanto nós passávamos pude perceber de novo olhares curiosos e então me lembro que esqueci a pedra de Ametista.
- Ducan eu esquecia Ametista - digo baixo para os outros não ouvirem.
- Mesmo que você estivesse com a pedra ela não funcionária... - Devia ter um ponto de interrogação no meio da minha testa pois ele continuou - Todos já sabem que tem um humano entre a gente... E eles sabem que é você.
Eu me encolhi um pouco mais, odeio ser o centro de atenção, ainda mais se eles sentem tanto ódio de mim quanto a Miko.
Nunca gostei de fazer inimigos, mas sempre tem aqueles que não gostam de você, e pra ser sincera eu nunca me importei desde que não atrapalhe meu caminho.
- Ei... - Ducan me chamou apertando um pouco mais seu braço em minha cintura - Está tudo bem... não vou deixar que eles façam nada. - apenas balancei a cabeça em positivo e olhei em volta - Eles só estão curiosos, como eu disse, é muito difícil um humano vir para cá.
- Tudo bem, mas eu não sou uma exposição bizarra - bufei chateada.
- Em parte tem razão, você não é uma exposição bizarra, mas uma exposição de arte... - eu ri de sua cara teatral e continuamos nossa caminhada.
Chegamos em frente a enfermaria, e uma moça logo apareceu para nós atender.
- Ducan você de novo aqui? - ela é linda, parece uma elfo pois suas orelhas são pontudas, sua pele é branca feito neve seus cabelos longos são azuis seus olhos num tom de verde ou mel ela é um pouco mais alta que eu, quase na altura de Ducan e provavelmente tem um pouco mais que a minha idade.
Mas oque ela quer dizer com "de novo".
- Sim, mas dessa vez não é pra mim os serviços... - ela finalmente nota minha presença, me analisa por um tempo enquanto eu dou um sorriso fraco pra ela.
- Ah estava ansiosa pra te conhecer, eu me chamo Trinna - eu sorri confusa e olhei para Ducan - Você é a humana não é?
- É... sim sou eu, me chamo Lilly Stone - dessa vez eu sorrio de verdade, não quero parecer grossa, as pessoas daqui já não gostam de humanos então é melhor não fazer feio.
- Venha minha querida... - Ela diz e Ducan me ajuda a sentar em uma cama.
- Obrigado... Olha não foi nada sério, só um corte, eu já me sinto bem, não é necessário... - mas ela não me deixa concluir.
- Você bateu a cabeça, isso é muito sério precisamos ver como está - dessa vez eu não discordo - Ducan pode esperar lá fora não e necessário que fique.
Eu olho para Ducan implorando com os olhos para que ele não me deixe sozinha, mas ele não percebe.
- Tudo bem... Estarei lá fora tudo bem Stone? - eu aceno com a cabeça a contra gosto enquanto vejo ele se virar e sai da sala.
Trinna se vira para mim enquanto acaba de molhar um pano.
- Bem vamos ver como voc... - quando ela olha meu corte ela congela, com um olhar espantado - Pelo oráculo...
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NOTA
Olá gente, mais um capítulo concluído, só peço que votem.
Até o próximo capítulo
Bjsss
SZ
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Quem eu sou?
NezařaditelnéLilly Stone Rivera mora em Colorado uma cidade Norte-Americana junto com seu pai Carson, infelizmente agora sem a sua mãe Latanya que faleceu após um terrível acidente de carro. Dia 16/02/2016 irá completar seus 19 anos, mas mau sabe o que lhe aguar...