Quem eu sou?

Capítulo 11 - Medo de ter medo

- Vem eu te ajudo - Ducan ficou ao lado de Artemis para poder me ajudar a monta-la.

Eu olhei para ele e depois para Ártemis, e decidi que não precisava de sua ajuda.

Caminhei até Ártemis, ficando do mesmo lado que Ducan.

Dei um sorriso malicioso pra ele que sem entender sorriu de volta.

'Se ele acha que eu sou uma princesinha indefesa, ele está enganado'

Apoie minha duas mãos nas costas de Ártemis e peguei todo o impulso que pude pra pular nela.

De um jeito ágil e elegante eu me encontro montada na égua e com um Ducan me olhando um tanto surpreso e risonho.

- Parece que alguém tem talentos escondidos ein? - deu uma risadinha enquanto ia até Níger.

- É eu tento de vez em quando - meu sorriso e convencido, já que consegui surpreender ele.

Ele faz a mesma coisa que eu pra montar no cavalo, mas eu fico hipnotizada vendo ele.

Seus músculos do braço se ressaltam  quando ele faz força pra se apoiar, seus cabelos caem em seus olhos, e agora já em cima do cavalo ele passa uma de suas mãos por esses fios rebeldes e joga para trás.

- Algo errado? - Diz e eu fico vermelha na hora, será que ele percebeu que eu tava secando ele?

- Nã... não... É... - eu apenas balbuciava ainda envergonhada por ele ter me pego no flagra - Seu casaco, é isso, eu me esqueci de te devolver então pensei que pudesse ficar com frio só com essa camiseta, está uma brisa gelada - 'Boa Lilly é assim que se faz'. Dei um toque de mão mentalmente comigo mesma.

- Ah não se preocupe, e quanto ao casaco... Pode ficar - disse já cavalgando num  ritmo devagar.

Eu apenas acenei com a cabeça e o acompanhei.

-----------------------------------------------------------

Depois de adentrarmos na floresta ainda cavalgando em um ritmo lento eu fiquei pensativa.

Se esse anel me fez vir para cá, talvez ele seja meu caminho de volta.

Olhei pra Ducan sem acreditar que ele pode ter mentido pra mim, apesar de tudo, eu tava me apegando a ele, estava confiando nele.

Voltei minha atenção para o anel que estava na minha mão que segurava a crina de Ártemis.

Isso significa que eu posso ir embora, mas antes de fazer qualquer coisa preciso arrumar uma distração.

Pensei por alguns instantes e tive a brilhante ideia, ele nunca iria recusar.

Parei de cavalgar, oque fez com que ele parasse também.

- Algum problema Stone? - Meu sorriso malicioso e desafiador brotou em meus lábios.

- Não sei... Me diz você - sua expressão era de total confusão - Que tal uma corrida?

Agora era ele quem sorria.

- Ninguém nunca ganha de mim, sou o melhor cavaleiro... Por que acha que você me venceria? - perguntou com um sorriso convencido no rosto, mas eu não deixei barato.

- Que foi? Tá com medo de perder... - deixei minha pergunta no ar e olhei pras minhas unhas dando pouca importância pelo que acabei de dizer - Bem tudo bem, mas achei que o melhor cavale... - me interrompeu antes que eu terminasse de falar em tom de deboche.

- No três... - sorri vitoriosa por ter conseguido a corrida - Um... Dois... - antes dele dizer três eu saí em disparada e gritei.

- TRÊS - ri feito criança.

O vento chicoteava meu rosto e meu cabelo, podia ouvir Ducan logo atrás de mim.

Assim não dá preciso fazer ele seguir outro caminho, então gritei:

- Nem se você pegasse um atalho chegaria primeiro - tenho certeza que isso só alimentou seu lado competitivo pois ele passou por mim tão rápido quanto o vento.

- Estarei te esperando na largada com uma garrafa d'água vazia. - riu convencido

Não disse nada apenas ri em resposta.

Eu já quase não via Ducan no meu campo de visão então diminui a velocidade aos poucos até que parei.

Esperei um momento pra ter certeza de que ele está longe e então desci das costas da Ártemis.

Parei em sua frente e acariciei sua testa e seu pescoço.

- Desculpa... Mas eu quero voltar pra casa - Ela relinchou e colocou sua cabeça em meu ombro, como se estivesse me abraçando.

- Se eu pudesse eu levava você comigo - abracei seu pescoço.

Eu acabei de conhecer-la mas é como se eu a tivesse comigo minha vida toda, como uma ligação, um fio liga nós duas. Mas é necessário eu tenho que voltar, minha vida toda está lá, não aqui, eu nem sei por que diabos eu tô aqui.

Me afastei dela e acariciei o topo de sua testa uma última vez, uma lágrima solitária desceu do meu olho, assim como Ártemis pude ver em seus olhos azuis piscina que ela estava sentida com a minha partida.

- Perdão... - assim me afastei dela definitivamente.

Tirei o anel do meu dedo que surpreendente saiu muito facilmente, e mais uma vez, como um djavu, eu tentei recitar as palavras cravadas no interior do anel ainda que nada do que estivesse escrito fizesse sentindo pra mim.

- Diktatu ondoren, ez da ezer itzuliko, itxi ondoren, ez da ezer izan... - antes que eu pudesse continuar um barulho  atrás dos arbustos me assutou, assim como assustou Ártemis que relinchou alto e andou alguns passos para trás.

E o sentimento de impotência bateu em mim como um soco na boca do estômago, meu coração batia tão rápido quanto eu respirava, eu odeio me sentir assim, com medo do medo, que ódio.

Ártemis relinchou mais uma vez, só que agora ela corria o mais rápido que podia pra longe.

Coloquei o anel no meu dedo novamente e olhei ao redor com as mãos na cabeça.

Sem saber oque eu poderia fazer sem ter Ártemis pra montar e fugir tão rápido como ela acabará de fazer eu procuro algo no chão que possa me ajudar a me proteger.

Acabo por achar um galho forte o suficiente para bater em alguém ou algo... Espero o ataque mas nada, nada acontece, com um pouco de coragem pergunto:

- Quem está ai?... - Total silêncio. Não é possível que não seja nada, Ártemis não teria corrido caso fosse apenas um coelho, decido perguntar novamente só que dessa vez mais alto e com raiva - QUEM ESTÁ AI? - um barulho de passos atrás do arbustos me faz entra em modo ataque.

Eu ergo o tronco para perto de mim, e seguro firme com as duas mãos, minha respiração acelerada não me ajuda nem um pouco.

Eu não consigo acreditar nos meus olhos, mesmo sendo ele eu ainda continuo com a guarda alta.

- O que você está fazendo aqui? - minha respiração continua desregulada- O que você quer? - enfim o homem ruivo de quem tanto tive encontros intensos responde:

- Você ainda não respondeu... - sua voz é calma e profunda igual seus olhos - Confias em mim? - um sorriso brota em seus lábios.

Um sorriso diabólico.

______________________________________

                              NOTA

Como eu disse, vários capítulos na semana, amanhã eu vou lançar o capítulo 12.

Então oque me dizem sobre o ruivo Axel ?? Ele é um homem do bem ou nem tanto assim? kkkkk

Até o próximo capítulo

bjsss
  SZ