Na Mira Da Quadrilha

Cap. 17

- Tem algo que eu não entendi ainda Estefânia, - fala o Gael -  lembro que você me disse que os caras que estão atrás de nós matou a sua irmã, mas, você acabou de me falar que você é filha única, como isso?
- Eu ainda não cheguei nessa parte, o meu pai ele traia a minha mãe sem que ninguém soubesse, aí com isso ele acabou tendo uma filha, mas, eu te explico a sim que eu chegar nessa parte está bem.
- Sim, você não quer tomar algo antes de continuar?
- Não precisa, vamos continuar então...

Aquele dia em que eu tava com a psicóloga, eu comecei a falar tudo que o meu pai tinha me mandado a falar, comecei no início falando algumas coisas que era verdade, pois o meu pai nunca tava em casa, então ele não sabia oque acontecia.

  Disse que era mais um dia normal, as coisas acontecendo tranquilamente, e como sempre, a minha mãe limpava a casa todos os dias, e fazia comida em seu fogão a lenha, disse que o cheiro da comida dela invadia a casa toda, algo que não era mentira, a comida dela realmente era deliciosa, mas eu com o passar dos anos, esqueci de como era o gosto, gostaria de relembrar disso.

  Disse que era de noite, que mamãe me mandava ir escovar os meus dentes e colocar o pijama, contei que eu sempre descia as escadas e ia até onde ela estava que geralmente era na cozinha lavando a louça, pra dar o abraço e dizer boa noite, mas era um truque, quando ela me abraçava, eu me pendurava em seu pescoço só para que ela me levasse até a cama em seu colo. Sempre funcionava, aí ela me deitou me deu um beijo na testa, apagou a luz e encostou a porta.

  Isso naquela noite não aconteceu, mas gostei de contar essa parte, me deu um pouco de calma, mas a partir dali eu tive que começar a mentir.

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