Aprendi a ser a Cor

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Doce vida
Que nela estamos de passagem,
Não seja tão triste a nossa despedida,
A ponto de esquecermos sua paisagem.
Cruel vida,
Cheia de horrores,
Tirou tanto de meus amores,
Criou tantos de meus temores...
Amarga vida,
Hoje conheço teu sabor,
Talvez ainda não tenha aprendido a te dar valor.
Não sei se te venderia,
Ou queimaria,
Sentiria?
Apreciaria minha dor?
Oh, minha vida incolor!
Você já fez de tudo
Pra me mostrar que eu já não pertenço a esse mundo.
Mas ainda vejo a luz, lá no fundo.
E que seja essa luz que me torne meu próprio amor.
Eu vou escalando,
Nas minhas páginas sem tom.
Continuo aprendendo,
Talvez esse seja meu dom.
Aprender, de fato
Nisso que sou bom!
Entre os espinhos, já aprendi a ser flor.
Entre os mesquinhos, aprendi a ser pudor.
E nessa cinzenta estrada, Cheia de pedras,
Ainda não mudei.
Aprendi a ser a cor.

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