Segregação sob anatomia de Kafka

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Eu acho que vi uma centopeia. Enorme, do tamanho de um homem adulto. Primeiro, vi os segmentos reluzentes que o revestiam descendo pela corporatura, como faz uma cascata. Ele os arrastava pelo caminho e, com eles, traçava sua rota. Não me faltam receios. Centopeia, só se for uma que fala e que anda com aquela casca dançarina em suas costas em um oscilar que acompanha as passadas. Bípede diferente. Mas se é homem ou bicho - sobre isso, eu poderia ter certeza, todavia, plantou-me a dúvida. Quem foi que plantou trata-se de mais uma questão labiríntica. Mas era gente como a gente, mas que olhava gente como quem encara o mais repugnante dos seres - por isso, coube-me questionar meus olhos, pois havia a viabilidade de minha lucidez ter cedido por fim. O contraste enevoado.  Viram o artrópode na pele de um ser humano ou fui, na verdade, quem enxergou o humano sob a casca da centopeia?

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*Inspiração de um vendedor de balas no ônibus. Ele passou por mim com as sacolas de balas descendo em cascatas. O movimento me lembrou uma centopeia. E vocês falando do texto sobre a chuva kkkk.

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