O poder de Deus revelado

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Uma noite curta em Pittsburgh......

Um amigo meu, Jim Poynter, pediu para que o acompanhasse em uma viagem de ônibus a
Pittsburgh, Pensilvânia. Conheci Jim, um ministro metodista livre, na igreja que eu frequentava. O
grupo ia para uma reunião com uma evangelista curadora, Kathryn Kuhlman.
Para ser honesto, eu não conhecia muita coisa sobre seu ministério. Já a tinha visto na televisão e
me desapontara um pouco. Achei que falava de um jeito engraçado e tinha um visual estranho. Por
isso, não estava com muitas expectativas.
Mas Jim era meu amigo e não queria decepcioná-lo.
No ônibus, eu disse: “Jim, você nunca vai imaginar o momento difícil que passei com meu pai por
causa dessa viagem.” Veja, depois da minha conversão, meus pais tinham feito todo o possível para
evitar que eu fosse à igreja. E agora uma viagem para Pittsburgh? Era quase fora de questão, mas eles
permitiram, contrariados.
Saímos de Toronto na quinta, no meio da manhã. E o que deveria ser uma viagem de sete horas
demorou mais por causa de uma súbita tempestade de neve. Chegamos ao nosso hotel somente à uma
da manhã.
Então, Jim falou: “Benny, precisamos acordar às cinco.”
— Cinco da manhã? — perguntei. — Para quê?
Ele me contou que se não estivéssemos na porta do edifício às seis, nunca conseguiríamos um
lugar.
Bem, simplesmente não conseguia acreditar. Quem já ouviu falar em ficar parado no frio antes de
o sol nascer para ir à igreja? Mas ele disse que era isso que devíamos fazer.
Fazia muito frio. Às cinco, acordei e coloquei todas as peças de roupa que pude encontrar: botas,
luvas, tudo. Parecia umesquimó.

Chegamos à Primeira Igreja Presbiteriana, no centro de Pittsburgh, e ainda estava escuro. Mas
fiquei chocado ao ver que centenas de pessoas já estavam ali. E as portas demorariam duas horas
para serem abertas.
Ser pequeno tem algumas vantagens. Comecei a me aproximar das portas — puxando Jim atrás de
mim. Havia até pessoas dormindo nos degraus da entrada. Uma mulher me contou: “Eles ficaram aqui
a noite toda. É assim toda semana.”
Quando cheguei ali, comecei a vibrar de repente — como se alguém tivesse agarrado meu corpo e
começado a me sacudir.
Pensei por um instante que o ar gelado era o culpado. Mas estava bem agasalhado, e certamente
não sentia muito frio. Um tremor incontrolável tomava conta de mim.
Nunca tinha acontecido algo assim antes. E não parava. Eu estava muito constrangido para contar
a Jim, mas podia sentir meus ossos vibrando. Sentia em meus joelhos. Em minha boca. O que está
acontecendo comigo? Me perguntava. Será o poder de Deus? Não conseguia entender.
Correndo pela Igreja
Nesse momento, as portas estavam prestes a serem abertas e a multidão empurrava tanto que eu
quase não conseguia me mexer. Mesmo assim, a vibração não parava.
Jim falou: “Benny, quando essas portas se abrirem, corra o mais rápido que puder.”
— Por quê? — perguntei.
— Se não correr, vão passar por cima de você. — Ele já tinha estado ali e sabia o que esperar.
Bem, nunca pensei que entraria correndo em uma igreja, mas ali estava eu. E quando aquelas
portas se abriram, pareci um velocista olímpico. Passei por todos: senhoras, jovens, todos eles. Na
verdade, fui direto para a primeira fileira e tentei me sentar. Uma recepcionista me disse que a
primeira fileira estava reservada. Descobri depois que a equipe da Srta. Kuhlman escolhia a dedo
quem se sentaria na primeira fila. Ela era tão sensível ao Espírito que queria somente apoiadores
positivos e fiéis na sua frente.
Com meu problema sério de gagueira, sabia que seria inútil discutir com a recepcionista. A
segunda fileira já estava cheia, mas Jim e eu encontramos um lugar na terceira.
Faltava uma hora para o culto começar, então tirei meu casaco, minhas luvas e minhas botas.
Quando relaxei, percebi que estava tremendo mais do que antes. Simplesmente não parava. As
vibrações atravessavam meus braços e pernas como se eu estivesse preso a algum tipo de máquina. A
experiência era estranha. Para ser honesto, estava assustado.
Enquanto o órgão tocava, tudo que podia pensar era em meu corpo tremendo. Não era uma
sensação de “doença”. Não era como se estivesse ficando gripado ou com algum vírus. Na
verdade, quanto mais tempo aquilo continuava, mais lindo se tornava. Era uma sensação incomum
que não parecia nem um pouco física.

Naquele momento, como se saísse do nada, Kathryn Kuhlman apareceu. Em um instante, a
atmosfera naquele prédio se tornou eletrizante. Não sabia o que esperar. Não sentia nada ao meu
redor. Nenhuma voz. Nenhum anjo celestial cantando. Nada. Tudo que sabia era que estava tremendo
havia três horas.
Depois, quando os cantos começaram, me encontrei fazendo algo que nunca esperei fazer. Estava
de pé. Minhas mãos estavam levantadas e havia lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto
cantava “How Great Thou Art”.
Era como se eu tivesse explodido. As lágrimas nunca tinham escorrido de meus olhos tão
rapidamente. Nem me fale em êxtase! Era um sentimento de intensa glória.
Não estava cantando do modo que normalmente cantava na igreja. Cantei com todo o meu ser. E
quando chegamos às palavras: “Then sings my soul, my Savior God, to thee” [Então canta minha
alma, meu Deus Salvador, para ti], cantei literalmente com a minha alma.
Estava tão perdido no Espírito daquela canção que demorei uns momentos para perceber que
minha tremedeira tinha parado completamente.
Mas a atmosfera daquele culto continuou. Achei que tinha sido totalmente arrebatado. Estava fazendo
uma adoração mais forte do que qualquer coisa que já tinha experimentado. Era como estar frente a frente
coma pura verdade espiritual. Não sei se os outros sentiramo mesmo que eu estava sentindo.
Em minha jovem experiência cristã, Deus tinha tocado minha vida, mas nunca como me tocou
naquele dia.
Como uma onda
Enquanto fiquei ali, parado, adorando ao Senhor, abri meus olhos para olhar ao redor porque, de
repente, senti uma corrente de ar. E não sabia de onde vinha. Era gentil e lenta, como uma brisa.
Olhei para as janelas de vidro. Mas estavam fechadas. E muito altas para criar uma corrente
assim.
A brisa incomum que eu sentia, no entanto, era mais como uma onda. Sentia como descia por um
braço e subia pelo outro. Na realidade, sentia como se movia.
O que estava acontecendo? Eu teria coragem de contar para alguém o que sentia? Pensariam que
eu estava ficando louco.
Por uns dez minutos — ou foi o que pareceu —, as ondas daquele vento continuaram a me lavar. E
foi então que senti como se alguém tivesse enrolado meu corpo em um cobertor puro — um cobertor
quente.
Kathryn começou a pregar para as pessoas, mas eu estava tão perdido no Espírito que realmente
não prestei atenção. O Senhor estava mais perto de mim do que nunca.
Senti que precisava falar com o Senhor, mas tudo que conseguia sussurrar era: “Querido Jesus,
por favor, tenha piedade de mim.” Repeti: “Jesus, por favor, tenha piedade de mim.”

Eu me sentia tão indigno!
Sentia-me como Isaías quando esteve na presença do Senhor.

Ai de mim! Estou perdido!
Pois sou um homem de lábios impuros
e vivo no meio de um povo de lábios impuros;
os meus olhos viram o Rei,
o Senhor dos Exércitos!.
(Isaías 6:5)

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