De Gaza às Colinas de Golã
Vivendo em Israel durante a década de 1960, pude sentir o aumento da tensão política. Quase
diariamente ocorriam ataques árabes contra Israel, nas fronteiras com o Egito, com a Jordânia e com a
Síria. E o exército israelense retaliava regularmente com seus próprios ataques.
Em maio de 1967, Israel e os três países árabes alertaram suas forças armadas para uma possível
guerra. Por exigência do Egito, as tropas das Nações Unidas saíram da Faixa de Gaza e da Península
do Sinai.
Então, em 5 de junho de 1967, aviões israelenses atacaram as bases aéreas no Egito, na Jordânia
e na Síria. Foi a chamada Guerra dos Seis Dias. Em menos de uma semana, os israelenses destruíram
quase completamente as forças aéreas árabes. As tropas israelenses ocuparam a Faixa de Gaza, a
Península do Sinai, a Cisjordânia e as colinas sírias de Golan. Israel logo controlou o território
árabe, totalizando mais de três vezes a sua própria extensão.
Nunca vou esquecer o dia, no começo de 1968, em que meu pai juntou a família e nos contou que
estava fazendo planos para emigrarmos. Ele falou:
“Por favor, não discutam isso com ninguém porque
poderá haver alguns problemas comnossos vistos de saída.”
No começo, o plano era se mudar para a Bélgica.
Papai tinha alguns parentes lá, e a ideia de ir
para um país de língua francesa parecia estimulante. Afinal, era a língua que eu falava na escola.
Mas, uma noite, um adido da embaixada canadense foi a nossa casa e nos mostrou um pequeno
filme da vida no Canadá. Toronto parecia uma cidade próspera. Papai tinha dois irmãos que viviam
lá, mas duvidávamos que eles estivessem financeiramente qualificados para serem nossos
patrocinadores oficiais.
As perguntas sobre nossa ida pareciam crescer diariamente. Houve um momento em que meu pai
nos contou que talvez não pudéssemos sair do país antes de cinco anos.
Eu barganhei com Deus
A essa altura, estávamos todos tão ansiosos para ir embora que me ajoelhei naquelas pedras de
Jerusalém e fiz uma promessa a Deus. “Senhor”, orei, “se você nos tirar daqui, eu ofereço a maior
jarra de azeite de oliva que conseguir encontrar”. E acrescentei: “Quando chegarmos a Toronto, levo
a uma igreja e ofereço ao Senhor em ação de graças.”
Em minha formação, fazer promessas a Deus não era incomum. E azeite de oliva era um bem
precioso. Então fiz a promessa.
Algumas semanas depois, um jovem da embaixada canadense ligou para meu pai para dizer:
“Senhor Hinn, já está tudo resolvido — não me pergunte como. Todos os seus papéis estão em ordem
e o senhor pode ir embora quando quiser.”
Não demorou muito. Vendemos quase todos os nossos bens e nos preparamos para uma nova vida
na América do Norte.
Durante os últimos dias na Terra Santa, tive uma sensação forte de que algo importante estava
prestes a acontecer. Sabia que estava deixando uma cidade especial, mas sentia que o melhor ainda estava por vir
Foi do porto da antiga cidade de Jope — minha Jaffa — que Jonas partiu. E o resultado foi a
salvação de Nínive.
E quantas vezes subi até a Cidadela, o monte alto com vista para o porto! Perto do farol há
uma igreja franciscana construída em 1654. Próximo a eles está o local da casa de Simão, o
Curtidor, onde o apóstolo Pedro ficou por algum tempo e teve uma visão que mudou o mundo.
Ao ouvir a voz de Deus dizendo para ele receber tanto os gentios quanto os judeus na igreja,
Pedro respondeu: “Agora percebo verdadeiramente que Deus não trata as pessoas com
parcialidade, mas de todas as nações aceita todo aquele que o teme e faz o que é justo” (Atos 10:34,35).
Daquele momento em diante, a mensagem de Cristo se espalhou de Jope para a Cesareia e até os
confins da Terra — tocando toda a humanidade.
Enquanto íamos de carro pela estrada Haganah até o aeroporto Lod, eu me perguntava: Será que
voltarei a ver esse lugar? Pensei nas freiras católicas que tão amorosamente tinham me educado.
Teria visto seus rostos pela última vez?
Pela janela do avião, dei uma última olhada para Tel Aviv, uma enorme extensão de cubos
brancos e cinzas. Atrás de mim havia quilômetros de laranjais verdes.
As colinas da Judeia
brilhavam suavemente ao fundo.
E quando estávamos sobre as águas do Mediterrâneo, olhei para baixo e disse um último adeus
a Jaffa.
Havia um nó em minha garganta. Eu tinha catorze anos, e era o único lar que tinha
conhecido.
Sorvete no quiosque
A chegada da família Hinn em Toronto, em julho de 1968, foi um evento não anunciado. E era
assim que meu pai queria. Nenhum comitê de boas-vindas nos esperava. E ele não tinha nenhuma
oferta de trabalho.
Chegamos com as roupas do corpo, alguns bens nas malas e um pouco de dinheiro do que
tínhamos vendido em Jaffa. Era o suficiente para um curto período de tempo.
Nossa nova vida começou em um apartamento alugado.
Que choque desembarcar, de repente, em uma cultura
“estrangeira”.
Eu podia gaguejar em
diversas línguas, mas inglês não era uma delas. “Um, dois, três” era o máximo que conseguia. Mas
papai tinha estudado inglês o suficiente para preencher uma proposta de emprego. E funcionou. Por
mais incrível que pareça, ele aceitou o desafio de se tornar vendedor de seguros.
Não sei se era o peso de criar uma família grande, ou sua confiança natural ao lidar com pessoas,
mas meu pai se tornou um sucesso imediato em sua nova profissão. E poucos meses depois, nos
mudamos para nossa própria casa. Ficamos muito orgulhosos dela.
A vida mudou rapidamente para mim. Em vez de ir a uma escola católica particular, ia à pública
a Escola Secundária Georges Vanier. E como a maioria das crianças da escola tinha empregos de
meio-período, eu também quis.
Vivíamos no distrito de North York, em Toronto, e perto havia aberto um shopping center novo, o
Fairview Mall.
Eu me candidatei a um trabalho em um pequeno quiosque que vendia hambúrgueres e
sorvete.
Apesar de não ter nenhuma experiência anterior, eles me contrataram. E todo dia, depois da
aula, eu ia para lá.
Um sábado, no entanto, entrei em um mercado e perguntei ao gerente: “Onde posso encontrar azeite de oliva? Preciso do maior jarro ou recipiente que você tiver.”
Claro que ele encontrou um
grande.
No dia seguinte, entrei orgulhoso na igreja ortodoxa grega e cumpri minha promessa a Deus.
Coloquei o jarro na frente do altar e disse calmamente:
“Obrigado, Senhor. Obrigado por nos trazer em segurança para nossa nova casa.”
Meu coração estava tão cheio quanto aquela jarra de azeite.
No quiosque, fazia meu trabalho.
Por causa da minha gagueira, não conversava muito, mas me
tornei craque em servir o sorvete naquelas casquinhas. Trabalhava com um colega chamado Bob.
Bob ficou louco?
Nunca vou esquecer o dia em 1970 quando fui trabalhar e descobri que Bob tinha feito algo muito
estranho.
Havia colado pequenos pedaços de papel com versículos das Escrituras por toda a parede
do pequeno quiosque. Achei que ele tinha enlouquecido.
Sabia que ele era cristão — tinha me contado isso. Mas não era um pouco demais? (Pensei comigo)
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Bom Dia Espirito Santo
Espiritual" De Repente eu soube que o Espirito Santo era para mim- Hoje!" O que aconteceu a Benny Hinn Numa Fria Noite de inverno em Torinto mudou sua vida para sempre. O Espirito Santo entrou em sua vida de uma forma tão Dramática que ele nunca mais dera o...