Capítulo 5

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André

Percebia pela minha visão periférica o seu nervosismo, as pernas não paravam de se movimentar em um ritmo angustiante, que só alguém muito ansioso estaria. Desde que bati os olhos na garota ao meu lado senti que a conhecia de algum lugar, mas tinha certeza que saberia de onde, pois ela era muito linda para eu esquecer.

Tinha sido um idiota com ela quando cheguei ao restaurante. E estava arrependido, desde quando vi a forma que me olhou quando comecei a tentar humilhá-la. Eu não estava diferente dos idiotas que estava indo encontrar.

— Então, Paloma. Por que mentir a idade? — Tentei retomar o assunto para me desculpar.

Vi que olhou abruptamente para mim, pois estava focada no caminho que estávamos tomando. Depois de um longo suspiro voltou a prestar atenção na rua e falou.

— Pensei que ninguém se interessaria por uma mulher tão nova, então, resolvi mentir.

Compreendia, eu não sairia com uma garota de dezenove anos, ela estava certa em mentir, ainda mais se estava trabalhando nessa área.

— Entendi. — Estacionei o carro em frente ao restaurante que estava marcado meu jantar de negócios, mas que parecia estar mais movimentado do que o normal. — Antes de entrarmos quero combinar algumas coisas com você. Não precisa falar muito, porque só têm cobras ali dentro. — Apontei para o restaurante. — Fale só o básico e nem me chame de senhor na frente dos empresários que estarão nesse jantar. Tudo bem?

Percebi quando engoliu em seco, não sabia se essa garota podia estragar tudo, no entanto tinha que confiar que ela passaria uma boa impressão.

— Tudo bem — respondeu sem convicção nenhuma.

— Paloma? — Chamei sua atenção para que olhasse em meus olhos.

— Sim — Voltou àqueles olhos dourados – divinos – em minha direção.

— Sou seu noivo, você não pode ficar tão nervosa, se soubesse que ficaria assim não teria te contratado, mas já que está aqui faça o que toda acompanhante faz, seja maravilhosa. — Percebi que estava sendo grosso novamente e tentei amenizar as coisas. — Quero te pedir desculpas por minhas grosserias, não costumo ser assim, só que também estou nervoso e quando estou assim não consigo medir minhas palavras entendeu?

— Sim, André. — Gostei de ouvir pela primeira vez na noite uma convicção sair de seus lábios e isso fez com que eu sorrisse um pouco de lado. Tomando uma atitude impensada aproximei-me dela, segurando seu rosto entre minhas mãos.

— Que bom, meu amor. — Percebi quando novamente engoliu em seco. — Agora seja a perfeição que preciso.

— Cla... — Limpou a garganta. — Claro!

Soltei seu rosto, abri a minha porta e saí do carro, dando a volta, abrindo sua porta e estendendo a mão para ela. Que saiu toda linda como eu precisava. Paloma parecia ter vestido uma máscara de classe que não havia me apresentado antes e agora sim estava como a mulher de um empresário.

Ao falar com a hostess ela me informou que na verdade o restaurante estava fechado para o aniversário da esposa de Amadeu Pagano – que era um dos donos dos bancos parceiros da empresa – eu sabia que devia ter sido informado sobre o evento, mas pelo visto minha secretária não achou necessário.

Meu nome estava na lista, pelo que a hostess tinha me falado, então, já que estava na chuva eu tinha que me molhar. Entramos e foi perceptível ver como as pessoas estavam elegantes, para a noite. Vários garçons passavam pelo local, para servirem as pessoas.

Degustação - Um Pecado Para o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora