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— Que estranho, isso aqui costumava lotar nos fins de semana.— Comentei terminando de amarrar meus patins e me encostando na parede para esperar Taeyong.

— É estranho não é? Depois que abriram um Pc Bang aqui na frente, quase ninguém frequenta mais esse lugar.— Disse ele se colocando de pé junto a mim.— Meu pai estava pensando em comprar esse espaço e transformar em uma boate ou coisa do tipo.

Ele quase nunca comentava sobre seus pais, acho que porque não queria que as pessoas tivessem uma imagem distorcida dele. Não é novidade para ninguém nesta cidade que a família Lee é uma das mais ricas no ramo do entretenimento o mais engraçado de tudo é que os pais dele são podres de ricos e mesmo com todo esse dinheiro a mesada de Taeyong era apenas a parte dele no aluguel do apartamento com as meninas.

— Pretende ingressar no mesmo ramo que ele? — Perguntei começando a deslizar pelo gelo devagar.

— De jeito nenhum, estou focado na faculdade e pretendo trabalhar em algum outro lugar pra cobrir os custos de lá sem precisar do dinheiro dos meus pais.— Deu de ombros.

— Ah eu quase me esqueci de perguntar, o que você está cursando?

— Música.— Taeyong e avançou em minha frente fazendo um movimento arriscado porém ele não caiu.— Sabia que tem um quadro com a sua cara lá na sala? Semana passada nos obrigaram a cantar o hino da Coréia olhando para ele.

— Sério?

— Não. Só estava tentando masturbar seu ego.— Ele sorriu sapeca e eu revirei os olhos patinando mais rápido para chegar até ele.— Mas até que não seria uma má ideia, seria uma motivação não só para mim como também para os outros bobos que querem ir para Cambridge no fim do ano.

Taeyong voltou a se afastar e começou a rodopiar pelo gelo, eu comecei a pensar no que ele havia dito. Eu sou uma motivação para ele? Será que ele iria para Cambridge se conseguisse a bolsa?

— Você não tem vontade de ir para Cambridge, sei lá, tentar a bolsa, lá vai te dar muitas oportunidades.— Perguntei como quem não queria nada.

— Talvez, mas não tenho dinheiro suficiente para isso. Como já disse nenhum trabalho por aqui paga o bastante pra eu pagar a hipoteca da minha casa quanto mais poupar para uma futura viajem.— Ele respondeu.

— Bem, se por acaso quiser as portas da minha casa estarão abertas.— Falei e senti meu coração pulsar mais rápido com a possibilidade de morar em baixo do mesmo teto que Taeyong.

— Não acho que Seungyoun gostaria muito dessa ideia.

Isso nem havia passado por minha cabeça não deveria ter cogitado isso, afinal, Taeyong é uma tentação, tentacao essa que eu deveria evitar a todo custo mas quanto mais o tempo passa a vontade de ter ele por perto em tudo que faço aumenta, eu jamais pensei que iria voltar para essa rotina de desejar alguém que não posso ter novamente. Isso me dói mas é a realidade.

— Tem razão foi por impulso.— Falei e comecei a patinar pelas beiradas da pista.

Parei no meio da pista e abaixei a cabeça suspirando, Taeyong colocou suas mãos em minha cintura e me virou para ele, fitei seu rosto por alguns segundos e captei todas as expressões faciais dele, desde sua pequena cicatriz quase invisível no canto do olho, quanto a pontinha do nariz vermelha por conta do frio que faz aqui dentro, os lábios finos formando uma linha tão perfeita quanto o horizonte, eu parecia um idiota quando parava para observar ele mas se estivesse em meu lugar saberia que é impossível desviar do olhar dele depois que você começa a olhar com atenção.

— Jae eu...

Meu celular toca do outro lado da pista e eu me separo de Taeyong indo atender. Era Seungyoun.

Babe-ah, você me ama?

— Seungyoun?

Babe-ah diga que me ama, Mark me falou que você vai me largar por ele em breve. Diga a ele que não é verdade! — Sua voz estava chorosa, Mark ria no fundo, eles estavam bêbados e pelo que conheço Mark chapados de maconha também.

— Ele quem?

O Taeyong. Você me ama não a ele, diga isso para o Mark! Por favor diga a ele!

— Seungyoun pare de chorar eu estou indo te buscar! — Grunhi de raiva e abri a portinha da pista começando a tirar meus patins.

— O que houve? — Taeyong se aproximou com o cenho franzido.

— Mark embebedou meu namorado! Preciso ir buscar ele.— Falei ainda irritado. Quando eu encontrar Mark eu vou encher ele de sopapo.

— Vamos eu te deixo lá.

— Não! — Coloquei minhas duas mãos em seu peito.— Se Seungyoun te ver comigo é capaz de ele chorar mais e ele se torna completamente insuportável quando bebe, obrigado por ter me trazido pra cá, mas eu preciso ir agora.— Me despedi dele e saí correndo para fora dali.

his boyfriend 💌 jaeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora