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Depois de 15 anos sem ter uma figura paterna, acabei me acostumando a ser o homem da casa, eu ajudava a minha mãe com as tarefas domésticas e ela tinha o trabalho de colocar comida em nossa mesa e pagar as contas. Mamãe nunca me obrigou a trabalhar, e se eu não tivesse ganhado a bolsa em Cambridge e ficado na Coréia com certeza eu teria arrumado um emprego e terminado de pagar as despesas da minha faculdade.

Quando cheguei em Cambridge eu levei uma surra, era uma cultura completamente diferente da qual eu fui criado, era previsível já que em cada canto do mundo diferentes pessoas são educadas e criadas em religiões e culturas diferentes.

Mas eu consegui me estabilizar. Consegui um emprego em uma biblioteca no centro da cidade que era bem pertinho do campus, eu tinha colegas de quarto maneiros e como eu não sou nenhum pouco fraco, um namorado também. Ok, isso foi meio soberbo mas de qualquer forma na segunda semana de aulas eu conheci ele, o coreano mais desejado de Cambridge, o santo oppa das Marias chuteiras, o rouxinol melodioso para as professoras de canto. O all-rounder da Universidade, Cho Seungyoun.

Devo admitir que no começo fiquei com um pé atrás em relação a ele, Seungyoun não era a pessoa mais legal e amigável comigo no começo e nem eu ajudei muito, acho que cheguei na Universidade achando que seria o único coreano do pedaço e cai de cara no chão, existiam mais 40 como eu, com situações financeiras muito melhores, claro que a maioria eram descendentes de coreanos e Cho Seungyoun era como eles.

Ele cursava música no mesmo andar que eu, mas às vezes também atacava de jogar de futebol, as garotas eram completamente alucinadas por ele, e talvez isso acabou me chamando um pouco mais atenção em relação ao moreno galanteador dos olhos puxados.

Em menos de um mês eu fiz mais coisas com Seungyoun do que já fiz com qualquer outro ficante meu na Coréia, aconteceu tudo muito rápido mas eu gostava, gostava da sensação de invadir a sala de jogos com ele durante a noite para mais uma das novas insinuações sexuais ou como queira chamar, gostava de como ele me beijava sem avisar e sem motivo aparente e gostava de como ele cuidava de mim. Eu me sentia a pessoa mais sortuda do mundo por tão pouco.

— Alô? — coloco o celular no ouvido mas ele continua tocando, abro bem os olhos para tentar me acostumar com a claridade da tela e deslizo o dedo por ela atendendo de verdade dessa vez.— Hmm...alô?

— Querido? É a mamãe.— Eu não pude deixar de sorrir com a voz da mulher do outro lado da linha.

— Oh omma, eu odeio estragar a sua felicidade em falar comigo estou muito feliz em falar com a senhora feliz mesmo, mas são 2:57 da manhã aqui e a menos que o motivo seja a Mirae descobrindo que o Soojun na verdade é o Taeyang, acho que a senhora deveria me ligar depois.— disse e ela gargalhou baixinho.

— A Mirae ainda não descobriu sobre o Taeyang, e eu não te ligaria tão tarde se o motivo não fosse sério.— Respondeu e eu limpei a garganta me preparando para o que ela ia dizer.— Lembra que eu te disse que conheci um otorrinolaringologista no shopping há uns meses atrás...

— Ah não mãe eu não acredito que a senhora me ligou pra falar sobre namorado.— Faço manha negando com a cabeça, Seungyoun se mexeu do meu lado.— Olha eu vou desligar e amanhã a gente se fala tá bem, boa tar-

— Jaehyun eu vou casar!

Eu caí no chão com o celular na mão e soltei um gemido de dor porque bati meu cotovelo com força. Seungyoun despertou na mesma hora me ajudando a levantar.

— Mãe?

— Jaehyun? Você tá bem?

— O quê tá acontecendo? — O moreno ao meu lado pergunta com o cenho franzido e eu nego com a cabeça sem saber o que responder.

— Mãe...

— Querido, você ouviu o que eu disse?

— Sim. Já entendi que a senhora vai...casar.— Falei um pouco desconfortável e Seungyoun se jogou do meu lado começando a rir da minha cara.— Mãe, a senhora tem certeza que não tá usando as drogas da Chaeyoung?

— Garoto me respeita. E você sabe muito bem que a Chaeyoung parou de usar drogas já tem uns dois anos.— Disse ela irritada.

— Desculpa. Parabéns omma, eu estou feliz pela senhora de verdade, eu só estou meio assustado.— Fui sincero e ela riu. Nossa conversa se estendeu por mais algumas horas até ela dizer que finalmente iria me deixar dormir.

— Então você vem no final de semana, sim?

— Uh c-claro. Até lá, eu te amo, beijo nas garotas.

Desligo o celular e encaro meu namorado, ele estava olhando para um ponto fixo na cama.

— Amor?

— Não estou preparado pra ficar longe de você.

— Como assim? Nós vamos para a Coréia juntos, nem pense que eu vou te deixar aqui pra ser isca dessas britânicas botocudas.— agarro seu pescoço e deito por cima do mesmo na cama, ele acaricia meus cabelos e me dá pequenos beijos no topo da cabeça.

— Você tem certeza? Acho que sou um estorvo.

— Nunca meu amor. Minha mãe e minhas irmãs vão adorar te conhecer.

his boyfriend 💌 jaeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora