Solaris: A Era das Trevas

Capítulo 4: Bravos Viajantes!

Após o ataque de Mery, os legítimos reis de Solaris só viam um caminho: contactar Sul. Para isso, foram rapidamente designados quatro viajantes para que partissem ao amanhecer do dia seguinte para o sul de Solaris, onde de lá enfrentariam os perigos do reino e tentariam convencer o seu rei tirano a se juntar na guerra contra os mortos-vivos e a ameaça conhecida como "Rainha de Gelo e seu dragão". Sem sequer um pingo de esperança de que poderiam conseguir, os viajantes preparados partiram do Reino Leste e se preparam para seguir caminho para o Reino Sul. O grupo viajante era representado por quatro raças que eram consideradas os pilares dos tempos atuais em Solaris. No grupo, um anão, uma elfa, um humano e uma orc embarcariam juntos em uma aventura pelo futuro do reino.

Nos estábulos, Conrad, o humano colocava a sela em seu cavalo e preparava-se para a viagem do dia seguinte. O homem carregava um olhar sério, amargurado e sarcástico. Ele tinha cabelos médios e castanhos. Seu porte era atlético e embora carregasse dor, transmitia muita confiança e era um exímio guerreiro.

— Não se preocupe, amigo. Terminando essa missão irei levá-lo para andar nos campos verdes perto do Vulcão Adormecido. Isso te anima? — conversa Conrad com seu cavalo ao mesmo tempo que nota a presença da orc na espreita pelas sombras.

A orc que observava Conrad, assim como ele, não dizia nada também. Em seu olhar pairava desconfiança e desdém. Embora aquilo não incomodasse Conrad pelo simples fato dele não ligar, ele sentia que devia questionar ou apontar que sabia que a orc estava ali.

— Não fique assustado, Conde. Aparentemente ela não quer dar as caras, deixe-a em seu canto, onde ela continuará nos observando — disse Conrad, acariciando a crina de seu cavalo e olhando para a direção onde a orc estava.

Com um olhar irritadiço, a orc sai de onde estava, sem dizer nada. Ela era jovem, com seus 24 anos e mesmo assim já apresentava grandes cicatrizes da batalha. Pelo menos uma parte de seu rosto era coberto por cicatrizes e um de seus olhos não se abria mais. O corpo dela também era atlético e ela carregava tinturas tribais que representavam o seu clã. A orc se chamava Ova e diante Conrad, ambos encontram seus olhares.

— Então, vai me disser o porquê de estar me espionando?

— Você é humano — disse ela, fixando seu olhar cor caramelo intimidador em Conrad que não desvia o olhar.

Conrad fica em silêncio e dá de ombros, agora pegando a escova e passando-a por Conde, que relincha em felicidade. Ova dá continuidade.

— Vocês são invasores, intrusos, espiões. A sua raça sempre tende a destruir o que o restante de nós constrói.

— E então você assume que eu seja igual por conta dos feitos de outras pessoas da minha raça? Interessante — Conrad para de escovar seu cavalo e dá uns tapinhas leves nele, cruzando os braços e encarando Ova novamente.

— No fim, vocês são todos iguais — finalizou Ova, cortando o contato visual com Conrad e deixando o celeiro em passos lentos.

Antes que ela pudesse sair completamente no entanto, Conrad a interrompe.

— Se é assim, por que está ajudando os reis? Caso tenha se esquecido, eles também são humanos.

Ova voltou um olhar irritado para Conrad novamente, mas esse era ainda mais intenso. Era como se ela não quisesse tocar naquele assunto e sentisse que havia sido encurralada.

— Tenho meus motivos e eles não são da sua conta, humano.

A orc sai dos estábulos e se enfia no meio da multidão que abria caminho para ela por medo. Conrad suspirava e sabia que provavelmente aquela missão seria muito mais difícil do que aparentava ser. Enquanto isso, na torre de estudos do enorme castelo de Leste, estava Cassandra, uma jovem e simpática elfa que vinha da Cidadela, os elfos do clã Solare. Uma estudiosa, a garota havia sido misteriosamente escalada para a missão junto de outros indivíduos na qual ela desconhecia. Otimista como sempre, Cassandra não se deixava abalar pelas circunstâncias e estava ansiosa para conhecer seu novo time.