Talvez isso não seja loucura

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Eu gostaria de não estar enlouquecendo

Procurando coisa onde não tem

Entendendo tudo errado

Roteirizando filmes de sessão da tarde

Sonhando acordado

Talvez isso não seja loucura

Talvez seja o traçado

Confundindo tudo, enxergando tudo dobrado


Eu gostaria de não estar enlouquecendo

Andando sem rumo, levado ao vento

Dirigindo meu carro até amanhecer o dia

Te procurando no fundo de uma garrafa vazia

Talvez isso não seja loucura

Talvez seja a bebida

Que desceu esquentando a garganta

E subiu à mente, como seu beijo

Que selou-me a boca e transbordou o peito


Eu gostaria de não estar enlouquecendo

À frente tudo embaçado

O mundo inteiro rodando e eu parado

Trocando os passos pelos que já foram dados

Perdendo as contas e as chaves de casa

Talvez isso não seja loucura

Talvez seja o que tinha na garrafa

Me fez esquecer o rumo e o lugar onde eu estava


(P.S.: esse poema já foi publicado na antologia Poetize 2019, devido ao concurso Novos Poetas, da Editora Vivara, consta na página 53 do livro.)

PoemaníacoWhere stories live. Discover now