O telefone tocou. Era noite de quarta-feira. Pouco depois das sete.
— Alô?
— Christopher Jauregui?
— Não, é a Lauren.
— Seguinte — prosseguiu a voz, com um toque de amável malícia. — Você pode chamar o Chris para mim?
— Sim. Quem quer falar?
— Ninguém.
— Ninguém?
— Escute, parceira. Só ponha o seu irmão no telefone, senão vamos cobrir você de porrada também.
Levei um susto. Afastei o telefone, tornei a colocá-lo no ouvido.
— Vou chamá-lo. Espere um minuto.
Chris estava no nosso quarto com Julia, a Vadia. Bati à porta e entrei, dizendo: — Chris, tem alguém no telefone.
— Quem é?
— Não quis dizer.
— Vá perguntar.
— Eu tenho cara de secretária? Levante daí e vá atender o telefone.
Ele me olhou de um jeito estranho, levantou-se e saiu, deixando-me sozinha no quarto com Julia, a Vadia.
Julia, a Vadia: — Oi, Laur.
Eu: — Oi, Julia.
Julia, a Vadia, sorrindo e chegando mais perto: — O Chris me contou que você não é muito minha fã.
Eu, afastando-me aos poucos: — Bem, acho que ele pode contar o que quiser.
Julia, a Vadia, percebendo meu completo desinteresse: — É verdade?
Eu: — Bem, para ser sincera, não sei. Na verdade, o que o Chris faz não é da minha conta... O que sei é que quem está naquela ligação quer acabar com ele, e tenho a impressão de que é por sua causa.
Julia, a Vadia, rindo: — O Chris já é grandinho. Sabe cuidar de si.
Eu: — É verdade, mas ele também é meu irmão, e de jeito nenhum eu o deixaria sangrar sozinho.
Julia, a Vadia: — Quanta nobreza a sua.
Chris voltou, dizendo:
— Não sei do que você está falando, Laur. Não tinha ninguém no telefone.
— Estou lhe dizendo — retruquei, já saindo. — Um cara ligou, Chris, e ele parecia querer matar você. Portanto, da próxima vez que o telefone tocar, levante e vá atender.
O telefone realmente tocou de novo e, dessa vez, Chris saiu correndo do quarto e atendeu. Desligaram na cara dele de novo. Na terceira vez, meu irmão vociferou ao telefone:
— Que tal começar a falar? Se você está procurando o Christopher Jauregui, sou eu mesmo.
Então pode falar!
Não houve resposta do outro lado, e o telefone não voltou a tocar nessa noite, mas, depois que a Julia saiu, percebi que Chris ficou meio pensativo. Estava tão preocupada quanto Chris chega a ficar, porque agora ele sabia sem sombra de dúvida, como eu, que alguma coisa iria acontecer. No nosso quarto, ele olhou para mim. No olhar que trocamos, disse-me que uma briga se aproximava.
Sentou-se em sua cama.
— Acho que aquele mau pressentimento que você teve estava certo — começou. — Sobre a Julia.
Assustar-se não era do feitio do Chris, pois nós dois sabíamos que ele era capaz de cuidar de si. Era uma das pessoas mais queridas, porém também mais temidas, do nosso bairro. O único problema, agora, era que não havia nada certo. Era um pressentimento, só isso, e eu percebi que o Chris também o tinha. Dava para sentir o cheiro.
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A garota que eu quero(camren g!p)
FanfictionO Chris nunca amou nenhuma delas. Nunca se importou com elas. Nem é preciso dizer que Chris e eu não somos muito parecidos em matéria de mulher. Lauren Jauregui é a caçula de três irmãos, e a mais quieta da família. Não é nada parecida com Stefe, o...