O problema cor-de-rosa

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As meninas chegaram na sala de aula, conversando sobre o professor novo.

-Você tem que começar a fazer seu dever de casa, Maya. Ouvi dizer que esse professor é insano. Ele é doido

-Oi filha- disse o tal professor, Sr. Mathews , mais conhecido por Riley como "pai"

Elas sorriram amarelo pra ele e se sentaram em duas carteiras da frente.

Farkle, amigo das duas há anos, estava mais animado pra início das aulas do que nunca. Era inteligente e certinho. Tinha o cabelo parecido com um coco e usava blusa de gola alta. Pediu para o professor começar mais cedo a aula, achava que todos já estavam ali.

O professor começou sua aula falando sobre os mistérios da vida.

- Mas o maior mistério de todos-olhou para Farkle- é como você pode amar duas garotas tão diferentes

Ele se referia a Riley e Maya.

-Nós não somos tão diferentes assim...- disse a morena

Farkle tomou o lugar do professor e começou a contra-argumentar, se apoiando na mesa de Riley e a olhando fixamente nos olhos

-Você, Riley, é o dia, um raio de sol que ilumina o meu dia

Foi até Maya

- E você é a noite, um mistério, e a noite sempre foi um mistério pra mim...já que eu durmo as 19:30

Finalizou sua declaração de amor dupla. Quando ele volta ao seu lugar, entra na sala um garoto novo vindo do Texas.

Adivinha quem era? O garoto do metrô, mais conhecido como a nova paixonite de Riley...quer dizer, Lucas.

Se Maya acreditasse em alguma coisa ela se questionaria se não era algo do destino.

No intervalo tentaram conversar com Lucas, Riley já dava gritinhos, Maya apoiava a amiga, mas Sr. Mathews já levou o garoto longe ao ver a filha toda animada. O garoto não estava acostumado a não se defender, mas sabia que o professor tinha boas intenções.

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No dia seguinte, o pior que poderia acontecer na vida de uma garota de 12 anos apaixonada aconteceu: Ele estava com outra garota.

Maya viu primeiro e tentou impedir a amiga de ver, tampando os olhos delas.

-Estamos brincando de adivinhar quem é? Essa é fácil, eu vi você colocando a mão nos meus olhos Maya! O que foi?

Quando Riley ia entrar na sala, viu os dois, estavam sozinhos sentados em cima das carteiras da sala, um de frente pro outro.

-Você tá bem?

-Tô-respondeu fraco. E a verdadeira resposta se mostrou quando ela lentamente se sentou no chão e ficou em posição fetal

-De todas as meninas do UNIVERSO ele tinha que falar justo com a Missy? -reclamou Riley

A garota de casaco rosa não precisava estar a muito tempo na escola pra já deixar bem claro o quanto era antipatica. Se fosse para encaixar ela em algum estereótipo escolar seria o de "patricinha".

- Queria que só tivesse eu e você nesse mundo- falou Riley, sonhadora

-Então é assim que vai ser- respondeu Maya, se sentando junto da amiga e Riley apoiou a cabeça no ombro da loira

Missy e Lucas ainda estavam conversando dentro da sala.

-O que você está fazendo aqui? -ele perguntou

- Serviços para o governo- respondeu enquanto lixava a unha

Lucas arqueou uma sobrancelha

-Se o governo soubesse as coisas que você faz ele não te contrataria

-Ah amor, mas eles sabem- ela riu- nós temos um tratozinho. Não se preocupa não, to só fiscalizando algumas escolas sem elas saberem, coisa boba

-E porque não vem um fiscal de verdade analisar a escola?

-Porque esses diretores são um bando de baba ovo quando se trata de autoridade. Quando eles não sabem que estão sendo fiscalizados, aí a verdade aparece

Lucas sabia que ela era boa no que fazia, mas por essa não esperava. Não era um tipo de trabalho que combinava com ela. Se bem que julgar os outros era com ela mesma.

-E você tá fazendo o que aqui? Vi uma dos suas observadoras- se referiu a outra menina que também trabalhava assim como eles

-Recrutamento, mas ela ainda não sabe

-Ela? Deve ser especial pra você vir pessoalmente, faz anos que não te vejo recrutando assim

-É mesmo- respondeu apenas

-E não vai me contar quem é?

Não queria expor muito sobre a vida dele e o que fazia, mesmo que Missy já soubesse muito sobre ele.

-Não

- Aí para de bobagem- disse e empurrou seu braço de leve, rindo dos mistérios dele- Como se eu não fosse descobrir sozinha

Isso ele tinha que concordar. Mas mesmo assim não queria contar. Não se pode confiar demais nos outros. Além disso, Missy ainda ficaria o importunando imaginando coisa onde não tem.

Ele não sabia, mas ela fazia isso porque sentia que ele era muito sozinho, e não era só por causa da profissão.

- Tenho ordens para não contar sobre

O sinal tocou para a aula começar.

-Salvo pelo gongo, pode parar de inventar desculpas-falou  revirando os olhos

-E tá na hora de começar o show- Lucas disse, se referindo que teriam que falar de assuntos normais para não suspeitarem da aproximação dos dois

Maya entrou sozinha na sala, Riley disse que ia fazer alguma coisa. E que coisa.

Lucas tentou fingir que não a observou entrar. Ela lançou um olhar fulminante para a dupla. Lucas supôs que ela estava achando que Missy estava o paquerando. A garota também percebeu o olhar e adorou a ideia de causar polêmica na sala.

Lucas não sabia se ria pelas piscadas que Missy estava o lançando ou pela cena que estava acontecendo atrás, com Riley se esgueirando pela janela, com a cara de ciúmes mais engraçada que ele já viu.

Então Missy começou seu show de flerte.

Huckleberry Bond e The BombOnde histórias criam vida. Descubra agora